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João Costa Reis: As organizações e a preservação do fator humano

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João Costa Reis: As organizações e a preservação do fator humano Empty João Costa Reis: As organizações e a preservação do fator humano

Mensagem por Admin Qua Out 01, 2014 3:27 pm

João Costa Reis: As organizações e a preservação do fator humano Joao_costa_reis-150474


Em tempos economicamente conturbados, as organizações têm a tendência lógica de começar a cortar custos na sua estrutura, por vezes dentro do exigível, outras muito além do necessário. Uma organização tem, para sobreviver, que se reger por variados e determinados fatores, nomeadamente económicos e financeiros, mas por entre fatores rígidos e matemáticos existe um fator que representa sempre uma valia à parte, sem o qual não pode na realidade funcionar: o fator humano.


Este fator, por ser humano, pode ser falível, inconstante e irregular e necessita portanto de ser preservado e acarinhado de forma a funcionar em sintonia consigo próprio, em harmonia com a organização e produzir de acordo com os objetivos e ambições da empresa que representa.

Esta preservação e esse cuidado não obedecem a uma mera visão de contenção de custos ou redução de privilégios, não se coadunam com o cinzentismo dos números, como tantas vezes acontece, antes pelo contrário, exigem empenho, bom senso e algum investimento, pessoal e financeiro. Reclamam a criação de condições, se não ideais, desejáveis para que o indivíduo se sinta integrado com os seus colegas, empenhado nas suas funções e alinhado com as metas individuais e gerais traçadas para si e para a organização como um todo.

Qualquer empresário e gestor como eu sabe por experiência própria que criar bons ambientes de trabalho, não sendo normalmente uma prioridade absoluta, ajuda as empresas a crescer, a evoluir. Uma organização não se pode virar unicamente para o exterior, sem olhar de forma clara para dentro e criar as bases necessárias para um melhor desempenho profissional dos seus funcionários.

Na minha ótica, é essencial conseguir desenvolver um espaço onde os funcionários acreditam nos seus colegas de trabalho, confraternizam com eles, comunicam e interagem de forma franca e regular uns com os outros, acedem facilmente e livremente às suas chefias, são frequentemente informados sobre o dia-a-dia e projetos da organização, têm orgulho no que fazem e são valorizados e reconhecidos pelos seus esforços e desempenho globais e sobretudo individuais.

Melhorar o ambiente de trabalho permite atrair melhores profissionais, motivar funcionários, diminuir ausências e faltas, promover a criatividade e a inovação, fatores fundamentais para alcançar uma maior produtividade em benefício da organização.

Pode pensar-se que é preciso bastante para o conseguir, mas muitas vezes, mais do que alguns privilégios, os funcionários valorizam sobretudo uma boa e fluida comunicação com os seus líderes, a noção de pertença ao grupo e a um objetivo comum e o reconhecimento do seu trabalho individual. Admitamos que não é assim tão complicado.

Incentivar os trabalhadores não implica por isso obrigatoriamente acrescer custos diretos às empresas. Reuniões regulares em que são expostas aos colaboradores informações sobre a estratégia da empresa e onde se promove a intervenção de todos contribuem para aumentar a comunicação interna, mantendo os funcionários a par do rumo e do futuro expectável para a empresa. Isto potencia a criação de um sentimento de união e o desenvolvimento de uma dinâmica regularmente renovada.


Em Portugal, observo demasiadas vezes dar-se pouca importância ao fator humano, determinante para as organizações, e o que normalmente acontece é que, paulatinamente, o fator humano vai igualmente dando pouca importância à organização e isso pode-lhe ser fatal, mesmo que a longo prazo. Nunca é tarde para alterar as coisas.

JOÃO COSTA REIS, CEO DA PRESENT VALUE, BLOG: WWW.JOAOCOSTAREIS.COM 
2014/09/30 00H15
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