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Crescimento? Porque não do local para o global?
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Crescimento? Porque não do local para o global?
Surf, mar e empreendedorismo. Com três exemplos apenas se começa a escrever a palavra "crescimento"
"Qual é o caminho para o crescimento?" Esta é cada vez mais a pergunta para um milhão de dólares no espaço político português. O que não deixa de ser espantoso porque diariamente, no mundo global, não faltam exemplos de empresas, autarquias ou países que mostram como se faz. Mas por cá, fatalmente, tudo é muito mais complexo. Porque não acredito que os partidos moderados não tenham uma ideia e um sentido estratégico para o país, nem tão-pouco creio na incompatibilidade visceral dessas ideias, só posso concluir que a complexidade é filha do espírito de facção e do exercício inútil da pequena diferença que se manifesta na incapacidade crónica dos protagonistas do sistema partidário de firmar compromissos. Portugal como um todo precisa de uma definição estratégica que, curiosamente, muitas das partes que o compõem já puseram em prática.
Repito a pergunta: "Qual é o caminho para o crescimento?" Podemos olhar para as autarquias para esboçar a resposta. Visto o fato de presidente de câmara para ilustrar, com três exemplos que me são próximos, alguns horizontes de possibilidade, com origem no local mas com impacto global.
Primeiro exemplo: a aposta no surf. Está para além de qualquer discussão que o surf é muito mais que um desporto. É um nicho que movimenta milhões de pessoas em todo o mundo e criou à sua volta uma indústria diversificada e lucrativa, que vai das grandes roupas de marca à construção de pranchas. Portugal tem condições únicas para ser o grande destino do surf europeu. Cascais percebeu isso e pôs em prática uma estratégia que tira proveito das vantagens comparativas do país: passou a organizar as maiores provas do surf mundial (como WCT, o Prime e o Cascais Trophy, o único Triple Crown para lá do Havai) e lançou parcerias com outras câmaras, como Peniche, Mafra e Ribeira Grande, sem olhar à cor partidária, para promover o surf nacional. Resultado: é hoje considerada por muitos atletas a Califórnia europeia e tira proveitos económicos que ultrapassam os 20 milhões de euros a curtíssimo prazo - fora o retorno indirecto e a longo prazo resultante da exposição mediática global e do turismo associado ao surf.
Segundo exemplo: a aposta no mar. O surf vale milhões mas não deixa de ser um pequeno subsector num cluster com um potencial esmagador, o mar português. Já muito escrevi neste espaço a este propósito, mas recupero uma ideia central: com a extensão da plataforma continental, Portugal terá a décima maior área territorial do mundo - literalmente uma nova Índia, em tamanho e oportunidade - que de nada nos valerá se não se souber como gerir esse activo. Cascais, além de já ter em andamento o seu centro de mar, dará mais um contributo ao país acolhendo a realização do BioMarine, o maior congresso mundial da economia do mar. Tecnologia, robótica, cosmética, pesca, energia, turismo, logística e bio-recursos: oportunidades não faltaram para o país encontrar cadeias de valor.
Terceiro exemplo: a aposta no empreendedorismo. Hoje em Cascais, na presença do primeiro-ministro, são apresentadas 36 novas empresas (incluindo uma que, ligando ao primeiro exemplo, é responsável pela produção de pranchas de surf de altíssima qualidade) que geram um investimento inicial de 6 milhões de euros e criam perto de uma centena de postos de trabalho. Em qualquer ponto de uma Europa recessiva isto seria notícia. O que une estas 36 empresas é a sua génese empreendedora e terem todas surgido na DNA Cascais. E o que é a DNA? É um projecto municipal pioneiro de apoio à predisposição empreendedora que é hoje provavelmente o mais reputado centro de empreendedorismo nacional. A entrar no oitavo ano de existência, e mesmo não se livrando de muitas críticas da oposição, a DNA apoiou um total de 244 empresas que representam hoje 1250 postos de trabalho directos e facturação anual acima dos 25 milhões. Surf, mar e empreendedorismo. Com três exemplos apenas se começa a escrever a palavra "crescimento". Multipliquem--se estes exemplos e que ninguém diga que, com boa vontade e compromisso, não é possível criar prosperidade para os nossos cidadãos e um futuro para o país.
Presidente da Câmara de Cascais
Escreve à quarta-feira
Por Carlos Carreiras
publicado em 15 Out 2014 - 05:00
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