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Onde andam os socialistas?
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Onde andam os socialistas?
No meio disto tudo, enquanto o governo se batia por um acordo histórico para a Europa, onde é que andava o PS?
Custou mas foi. A Europa que não conhece fronteiras na circulação de mercadorias, de capitais ou até de pessoas, demorou quase 60 anos a quebrar as fronteiras na circulação de energia. Depois da união monetária, a criação do mercado comum de energia é o mais prometedor avanço na história da integração europeia. E o mérito desta iniciativa saída do último Conselho, não sendo exclusivamente nosso, fala sobretudo português. Coube a Pedro Passos Coelho, bem secundado pelo ministro Jorge Moreira da Silva, liderar o bloco de países que fizeram depender a ratificação do Acordo para o Clima e Energia de uma ambiciosa agenda de reforço das interconexões das redes eléctricas europeias. À beira da sua terceira recessão em três anos e com a deflação a ameaçar a débil recuperação da zona euro, a Europa precisa desesperadamente de um choque vital. Esse estímulo ao crescimento pode vir do investimento em massa em redes transeuropeias de energia. Era de supor um enorme consenso sobre a necessidade de fazer este caminho. Puro engano. Como a europeização dos assuntos nacionais continua a ser a regra, houve quem, como o socialista Hollande (mais preocupado com o seu nuclear), quisesse manter a Ibéria isolada. As resistências do Conselho à posição portuguesa foram tremendas, aqui resumidas pelo "Financial Times": "A emergência de Portugal como força de bloqueio apanhou toda a gente de surpresa", acrescentando que "Rajoy desistiu das negociações deixando a Passos Coelho a batalha pelos ibéricos". A irredutibilidade nacional só foi ultrapassada depois de, madrugada fora e à margem do Conselho, Merkel, Hollande, Barroso e Rompuy terem acordado a meta para as interligações proposta por Passos Coelho.
Portugal teve uma vitória em toda a linha, sobretudo em três tabuleiros. (1) Económico: o Acordo permite o acesso a um fundo de 5,8 mil milhões para investimento em infra-estruturas; o custo da energia baixará, aumentando a competitividade das nossas empresas; o combate à dívida vai fazer-se com outras armas; as reservas de gás nacionais, presentes e futuras, e energias renováveis alimentam a rede europeia. (2) Estratégico: Portugal tem capacidade para ser a porta de entrada do gás de xisto americano na Europa; a Europa reduz a dependência da Rússia; a Europa volta a olhar para o Atlântico colocando Portugal no coração desta relação. (3) Político: Passos reforçou o seu prestígio e o do país no Conselho; tal como no passado, a união e a integração da Europa faz-se pela energia, agora não pelo carvão ou pelo aço, mas pelo vento, pelo sol e pela água. Foi uma nova Europa que nasceu em Outubro de 2014.
No meio disto tudo, enquanto o governo se batia por um acordo histórico para a Europa, onde andava o PS? Terá manobrado nos bastidores para, junto da sua família política, garantir apoio às pretensões portuguesas? O PS foi uma inexistência e foi preciso o acordo estar fechado para mostrar que estava vivo e que tinha algo a dizer sobre o assunto, ainda que esse algo oscilasse entre o pouco e o nada. O pouco foi condensado na espantosa confissão de António Costa, notando ter "boas indicações" sobre o acordo alcançado. Boas indicações? Boas indicações vêm nos horóscopos. Isto foi uma grande e importante vitória para o país. Mas Costa foi mais longe. Como aquele que em cada vitória do país vê uma derrota do seu partido, desatou a criticar o governo pelo desperdício de fundos comunitários. Esta acusação é um duplo nada. É um nada porque é falsa, Portugal ocupa o primeiro lugar europeu na execução dos fundos - ao contrário, aliás, do que aconteceu no tempo em que Costa era o número dois do governo de Sócrates e em que, aí sim, Portugal estava na cauda da Europa. É um nada porque é reveladora do vácuo programático de um PS à imagem do seu candidato a primeiro-ministro. Costa é um homem politicamente hábil e um adversário respeitável. Mas os portugueses concordarão que é preciso mais que conversa celestial para ambicionar liderar o país. Costa mostrou não conhecer as grandes pastas da governação. É um estilo de fazer política com custos a que os socialistas já nos habituaram. Guterres fazia contas de cabeça. Sócrates fez contas ao contrário. Costa nem faz contas bem feitas. Talvez por isso lhe interessem as eleições o mais cedo possível. Assim dispensa-se de justificar os erros. Cada vez mais o PS de Costa é igual ao de Seguro.
Presidente da Câmara de Cascais
Escreve à quarta-feira
Por Carlos Carreiras
publicado em 29 Out 2014 - 05:00
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