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Corrupção - um problema de todos
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Corrupção - um problema de todos
A questão da corrupção traduz um problema que, de diversas maneiras, nos afecta de modo mais ou menos evidente a todos
A corrupção é um termo e sobretudo uma questão que tem acompanhado o dia-a-dia das nossas vidas. Com frequência ele passeia-se nas primeiras páginas dos jornais e entra-nos pela casa dentro através das televisões e das rádios. A propósito das mais variadas situações, apresentadas com contornos de maior ou menor suspeição e envolvendo nomes de instituições e de pessoas - quase sempre de destacas figuras da vida social, política e económica -, vamos sendo alimentados com a noção de que a corrupção está um pouco por todo o lado, que faz parte do universo da política e dos negócios e que mina a confiança tão importante nas relações entre o público e o privado e, particularmente, das pessoas umas com as outras.
Enfim a questão da corrupção traduz um problema que, de diversas maneiras, nos afecta de modo mais ou menos evidente a todos...
Se perguntarmos às pessoas se são a favor da corrupção, ou se elas próprias são corruptas, certamente que nos responderão, de modo franco e convicto, que "são contra a corrupção", e por isso "consideram não ser corruptas". Se a questão for considerada assim de modo abstracto, facilmente se percebe que ninguém seja a favor da corrupção, até porque todos temos a noção de sermos íntegros e pessoas de bem.
Mas se perguntarmos às mesmas pessoas o que pensam dos outros relativamente às referidas questões, provavelmente vão-nos dizer, de modo igualmente franco e sincero, que "a corrupção está justamente nas suas atitudes e sobretudo nas suas práticas". A noção que nos transmitirão será a de que "as outras pessoas, à sua medida e de modo mais ou menos evidente, denotam sinais de poderem ser corruptas, nomeadamente quando estão ligadas à vida política e ao mundo dos negócios", espelhando assim as imagens que lhes chegam pela comunicação social.
Com esta percepção - que, relativamente a Portugal, é confirmada pelos resultados do Barómetro da Corrupção, questionário anualmente realizado pela Transparência Internacional - podemos concluir (para lá de outras leituras admissíveis) que, em função do ponto de vista que consideremos, ou temos uma sociedade sem corrupção (a partir da auto-imagem de cada "eu"), ou uma sociedade em que todos, cada um à sua medida, são corruptos (a partir do olhar de cada sujeito sobre "os outros").
Ora, como é bom de ver, a realidade do problema não é uma coisa nem a outra. Ela estará seguramente algures entre estes dois pontos-limite, havendo sinais, como referi em "Corrupção em Portugal - entre a percepção e a realidade", de que a dimensão efectiva do problema seja inferior à que é estimada pelas pessoas.
Todavia, a noção que verdadeiramente as pessoas traduzem é a de que a corrupção é um problema dos outros. Por isso consideram estar fora do seu alcance qualquer esforço ou contributo para o alterar. Por isso tendemos a adoptar a estratégia da avestruz, que nos leva a fechar os olhos e a pactuar com situações muito simples com que por vezes nos cruzamos, como seja o ato de alguém, sem razão que o justifique, querer passar à frente na fila para o almoço, ou para adquirir o bilhete do comboio.
Mas a corrupção também tem a ver connosco quando pedimos, ou concedemos, um pequeno favor para um "lugarzinho lá nos serviços", ou para chegar mais depressa e nas condições pessoais mais vantajosas, à "decisão do nosso processo" na junta de freguesia, desconsiderando tudo o que está pelo meio e deve ser respeitado, ou seja os princípios, as regras e fundamentalmente o interesse colectivo.
Enquanto não tivermos a noção de que a corrupção é verdadeiramente um problema de todos, dificilmente ganharemos consciência do papel determinante que está reservado a cada um de nós para a redução da sua dimensão...
Escreve à sexta-feira
Por António João Maia
publicado em 31 Out 2014 - 05:00
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