Ordem dos Engenheiros sugere terminal de contentores em Setúbal

A Ordem dos Engenheiros alerta o Governo para a necessidade de serem analisadas alternativas ao Barreiro enquanto localização do novo terminal de contentores da Grande Lisboa, afirmando não compreender como é que Setúbal está excluído dos estudos. O bastonário da Ordem dos Engenheiros tem reservas quanto “à localização do Barreiro”, desde logo por “ser necessária uma obra marítima que obriga a um grande volume de dragagens” e também o “problema dos solos contaminados”, que classificou de “caro e complexo”. 

Carlos Matias Ramos acrescenta que “não cabe à ordem pronunciar-se sobre qual a melhor localização”, contudo realça que este assunto “merece uma análise detalhada” e “uma avaliação, técnica, económica, financeira” e “ambiental” que conduza a uma “correta decisão política”. O bastonário entende que qualquer “localização de um terminal na margem sul” tem logo um “problema que é ter que transportar 71 por cento da mercadoria para o norte” do país e “não havendo uma terceira travessia do Tejo não percebe qual a vantagem do porto se localizar no Barreiro” e “não em Setúbal”.
 
O também engenheiro lembra que “as infraestruturas no Barreiro são extremamente caras”, enquanto Setúbal “já tem infraestrutura” e “deve ser avaliado como um porto da área metropolitana”. Todavia, Carlos Matias Ramos aponta como vantagem da localização do terminal de contentores no Barreiro o “contributo para a resolução do problema social do desemprego naquela zona”.
 
O secretário de Estado dos Transportes disse, na semana passada, que o executivo deve decidir em Março a localização do terminal de contentores da região de Lisboa. Sérgio Monteiro esclarece que se o “Barreiro for viável” e os “agentes económicos continuarem interessados no terminal, esta opção avança”. Contudo, se “não for viável” ou os “agentes económicos não estiverem interessados, não avança”. 

Diário da Região - 06-11-2014 09:34