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Onde estão os políticos?
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Onde estão os políticos?
Quando um antigo banqueiro, um director de polícia e um ex-primeiro-ministro são detidos para interrogatório por suspeitas de crimes, haverá consequências, desde logo para os próprios, mas há uma maior, e pior, para o país.
Porque há uma crise de regime, e não chegará às elites jurarem que não são todos iguais. Não é o que parece. E é uma oportunidade.
A detenção de José Sócrates, no tempo e na forma, poderão surpreender, mas a verdade é que a acumulação de suspeitas sobre o ex-primeiro-ministro sem que alguma vez tenha sido chamado a depor é a pior das acusações, das suspeições. Por isso, provavelmente, a surpresa dirá mais respeito à ‘ousadia' da justiça. Em algum momento, suspeitava-se, alguma coisa poderia suceder e, para muitos portugueses, Sócrates já era culpado antes de o ser.
Sócrates - e o seu governo - foi o principal culpado da bancarrota do país em 2011, não sei se é culpado de corrupção, branqueamento de capitais ou fraude e evasão fiscal. A detenção e investigação vão clarificar uma suspeita insuportável sobre um cidadão, goste-se dele ou odeie-se.
O que quer que seja que venha a acontecer nas próximas semanas e meses, Sócrates também vai a eleições no próximo ano, e essa é a factura que António Costa não gostaria de pagar. E uma oportunidade para Pedro Passos Coelho. Costa vai ter de a gerir, e num primeiro momento, fê-lo da melhor maneira. Pedindo aos militantes do PS, e aos socráticos, que não devem alinhar nas teses das cabalas contra o partido, como já foi enunciado por figuras como Edite Estrela. O problema é outro.
Quando a justiça decide deter três pessoas - Ricardo Salgado, Manuel Palos e, agora, José Sócrates - é o país que está em causa, são as instituições que postas em causa, e é, claro, um outro poder que emerge, o da própria justiça. É aqui que o que é da política e o que é da justiça se confundem.
Não há líder político que não afirme que é preciso separar o que é da política do que é da justiça, Passos Coelho fez questão de o repetir ontem, como António Costa. É claro que ninguém espera, nem quer, que um primeiro-ministro ou um membro do Governo interfiram numa investigação judicial, numa detenção ou em qualquer outra acção. Mas não é isso que está em causa. O que está em cima da mesa é a necessidade de os partidos, e das elites, reflectirem sobre a relação entre os vários órgãos de soberania, sobre a exigência que se coloca aos titulares de cargos públicos, sobre a necessidade urgente de blindar o Estado e, em sentido lato, os vários poderes, a mais casos de suspeitas de corrupção. É uma oportunidade única para uma regeneração do Estado e das elites.
Dir-me-ão, a justiça está a funcionar pela primeira vez. Um dos líderes das elites portuguesas, Rui Rio, costuma dizer que o principal problema do regime não é o da economia ou das finanças públicas, é o da justiça. Mas, para já, é na justiça que reside a réstia de confiança dos portugueses. Mesmo com as fugas de informação seleccionadas, para o espectáculo mediático, são os líderes da justiça, a procuradora-geral, Joana Marques Vidal, os últimos defensores do regime. E onde estão os políticos?
António Costa
00.06
Económico
Porque há uma crise de regime, e não chegará às elites jurarem que não são todos iguais. Não é o que parece. E é uma oportunidade.
A detenção de José Sócrates, no tempo e na forma, poderão surpreender, mas a verdade é que a acumulação de suspeitas sobre o ex-primeiro-ministro sem que alguma vez tenha sido chamado a depor é a pior das acusações, das suspeições. Por isso, provavelmente, a surpresa dirá mais respeito à ‘ousadia' da justiça. Em algum momento, suspeitava-se, alguma coisa poderia suceder e, para muitos portugueses, Sócrates já era culpado antes de o ser.
Sócrates - e o seu governo - foi o principal culpado da bancarrota do país em 2011, não sei se é culpado de corrupção, branqueamento de capitais ou fraude e evasão fiscal. A detenção e investigação vão clarificar uma suspeita insuportável sobre um cidadão, goste-se dele ou odeie-se.
O que quer que seja que venha a acontecer nas próximas semanas e meses, Sócrates também vai a eleições no próximo ano, e essa é a factura que António Costa não gostaria de pagar. E uma oportunidade para Pedro Passos Coelho. Costa vai ter de a gerir, e num primeiro momento, fê-lo da melhor maneira. Pedindo aos militantes do PS, e aos socráticos, que não devem alinhar nas teses das cabalas contra o partido, como já foi enunciado por figuras como Edite Estrela. O problema é outro.
Quando a justiça decide deter três pessoas - Ricardo Salgado, Manuel Palos e, agora, José Sócrates - é o país que está em causa, são as instituições que postas em causa, e é, claro, um outro poder que emerge, o da própria justiça. É aqui que o que é da política e o que é da justiça se confundem.
Não há líder político que não afirme que é preciso separar o que é da política do que é da justiça, Passos Coelho fez questão de o repetir ontem, como António Costa. É claro que ninguém espera, nem quer, que um primeiro-ministro ou um membro do Governo interfiram numa investigação judicial, numa detenção ou em qualquer outra acção. Mas não é isso que está em causa. O que está em cima da mesa é a necessidade de os partidos, e das elites, reflectirem sobre a relação entre os vários órgãos de soberania, sobre a exigência que se coloca aos titulares de cargos públicos, sobre a necessidade urgente de blindar o Estado e, em sentido lato, os vários poderes, a mais casos de suspeitas de corrupção. É uma oportunidade única para uma regeneração do Estado e das elites.
Dir-me-ão, a justiça está a funcionar pela primeira vez. Um dos líderes das elites portuguesas, Rui Rio, costuma dizer que o principal problema do regime não é o da economia ou das finanças públicas, é o da justiça. Mas, para já, é na justiça que reside a réstia de confiança dos portugueses. Mesmo com as fugas de informação seleccionadas, para o espectáculo mediático, são os líderes da justiça, a procuradora-geral, Joana Marques Vidal, os últimos defensores do regime. E onde estão os políticos?
António Costa
00.06
Económico
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