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Alô políticos, estão por aí?
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Alô políticos, estão por aí?
Entre 9 batatas e duas cenouras e 9 garantias e dois cenários macroeconómicos é possível afirmar que ficamos melhor servidos com as batatas para fazer uma sopa e com as cenouras que fazem os olhos bonitos.
Apontamentos gastronómicos à parte, fomos invadidos por ideias, garantias e cenários.
Garantias no carro só da marca e nem todas passam dos dois anos, cenários é no teatro e dependem das peças em cena.
Esta campanha eleitoral está aí e quer-se elucidativa. As sondagens invadem-nos e dão-nos expectativa de empate. E à décima. Extraordinário com a margem de erro nos 4%.
O Presidente da República usou o seu último 10 de Junho, enquanto mais alto da Nação, para exigir quatro pilares. Ouvi e fui ler de novo. São interessantes, mas não chegam.
Nada como também eu, um eleitor entre muitos, deixar uma mão cheia de pedidos. São apenas cinco, que gostaria de ver respeitados por quem de direito, neste caso, pelos senhores que nos vão pedir para assinarmos o contrato, ou seja, colocar a cruzinha no boletim do voto.
1 – Emprego. Ou se preferirem desemprego. Já esteve a bater nos 18% e hoje anda nos 13%. Deve ser a prioridade número um do próximo Governo. Como vamos colocar os portugueses, que precisam de trabalhar, a renderem e sentirem-se úteis à sociedade? Como vamos ter espaço para os jovens que se formam e são obrigados a emigrar? Tenho dito e repito: emigração por opção sim, por obrigação, não obrigado. É um tema para debater e chega de promessas.
2 – Segurança Social. O tema parecia que ia aquecer debates e especialistas. Veio o José Gomes Ferreira e desfez em números as propostas apresentadas. Temos um problema. A segurança social, na trajectória em que está, não é sustentável. Sim, nós mais jovens, já ouvimos e já quase que apreendemos que a reforma pode ser um conto para crianças. A nossa pirâmide demográfica está invertida. A taxa de natalidade custa a arrancar e a ir para níveis que garantam um futuro mais risonho e com mais contribuições. O desemprego e a emigração dos jovens não ajudam, a esperança média de vida aumentou e muito e as gerações mais jovens vêm-se confrontadas com o cenário de que irão receber menos, em média, que os seus pais. É pois altura de nos darem uma projecção rigorosa e fiável, como foi feito no passado com os Livros Brancos sobre a Segurança Social. Não são números ao ar ou cenários optimistas alimentados por crescimentos económicos ilusórios. Queremos e devemos exigir que nos digam a verdade sobre a sustentabilidade da Segurança Social e das pensões. Com todos os cenários na mesa.
3 – Finanças Públicas. Ou não, outra vez o fantasma do défice, da dívida e da austeridade. Pois é. Mas com os instrumentos que cada Governo tem ao seu dispor, o Orçamento de Estado é a peça fulcral para definir o futuro da nossa comunidade. Que objectivos queremos atingir? Aqui é preciso ser justo e referir que quer o cenário do PS, quer o Plano de Estabilidade do Governo já apontam caminhos. Certo. Mas é importante que nos digam o que propõe detalhadamente. Quais os impostos, quais as medidas, quais os sacríficios que teremos e quais as folgas com que podemos contar. Não há espaço para a ladainha que já cansa de chegarem lá e afinal não era o que estavam à espera.
4 – A Europa e o Mundo. Estamos hoje inseridos numa União Europeia que nos faz pertencer a um grande bloco económico, mas que tem também fortes exigências. É uma renda alta que pagamos por fazermos parte do grupo, por partilharmos a mesma moeda e por nos sentarmos em Bruxelas. Mas qual a posição de Portugal no seio desta Europa? Eu digo desta. Não é a Europa dos nossos sonhos ou como deveria ser. É realismo. Perante esta Europa, com os actuais líderes, nunca esquecendo a Chanceler Merkel, que papel deve ter Portugal? Maria-vai-com-as-outras? O bom aluno? O rebelde? Atitude de cooperação ou de ruptura? É uma questão central da nossa política externa. E o Mundo? Como olhamos para o mundo da globalização galopante? Que alianças futuras? O que queremos fazer na e com a CPLP? E os EUA e o nosso eixo atlântico? E como aproveitamos e garantimos a extensão da plataforma continental, tirando partido da localização geográfica com que fomos abençoados?
5 – Os desígnios. Este ponto pode parecer vago. No entanto, importa e muito pedir a quem quer ser Governo, que nos diga como vê Portugal no futuro. Que desígnios aponta? O tão falado e estudado Mar é um caminho, mas então não está na hora de passar dos estudos e dos PowerPoints para a realidade? E o Turismo? E a floresta e o território? A questão do interior e da coesão territorial? Que Portugal queremos nos próximos 4 anos? Que grandes prioridades nacionais iremos abraçar, dadas as restrições que todos sabemos que teremos? Se não existem muitos meios, que não se desperdicem os meios que temos.
São cinco pedidos para debate nesta campanha que se aproxima. Num país em que estariam 46% dos portugueses em risco de pobreza se não fossem as instituições do terceiro sector, importa e muito pensar na questão social. Todos estes temas de nada servem se não pensarmos que precisamos de cuidar do nosso activo mais valioso: os portugueses.
15.06.2015 7h00
DIOGO AGOSTINHO
Expresso
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