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O Alentejo saberá cantar esta vitória
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O Alentejo saberá cantar esta vitória
Mesmo para o turismo, o papel social do cante alentejano será sempre o mais indicado adubo.
Foi José Afonso quem escreveu: “Ó Alentejo esquecido/ Inda um dia hás-de cantar.” E o Alentejo, que nem nos tempos de maiores agruras calou a sua voz antiga, canta hoje com justificado júbilo: o cante, expressão profunda da alma alentejana, foi classificado pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade.
Expressão coral polifónica, intensa e profunda, tradicionalmente cantada por homens, mas desde há muito também conquistada (por direito próprio) pelas mulheres, o seu papel ao longo da história tem sido justamente associado à faina e à vida rural das comunidades onde surgiu.
Não é a única expressão musical alentejana, longe disso, mas é aquela cujas características a consagram como singular e perfeitamente definível.
Lopes-Graça, nas recolhas que fez no Alentejo com Michel Giacometti nos anos 1960, descreveu o cante (referindo-se na frase aos alentejanos) como “verdadeiro acto de identificação colectiva, de comunhão espiritual com os do seu sangue e da sua pátria, para onde quer que vá, onde quer que se encontre”.
Foi assim que ontem, em Paris, o Grupo Coral de Serpa cantou, fazendo da terra francesa o seu “chão”.
“Como se cumprissem um antigo e necessário ritual”, ainda recorrendo às palavras de Lopes-Graça.
O que se seguirá, agora, depois desta vitória? Primeiro que tudo, há que olhar de novo as raízes.
O que não se fez ainda de recolha e sistematização que se faça agora, como se fez com o fado. No que toca ao património gravado, valorize-se o que for de valorizar, permitindo que o acesso à herança do cante não seja, como hoje ainda é, reservado e minoritário.
Mas o essencial (como dizia no PÚBLICO de 26/11 Paulo Lima) é continuar a desenvolver e dignificar o movimento coral sem nunca perder nunca de vista o seu papel social aglutinador nas comunidades, como lição de solidariedade e de vida. Haverá turismo, claro.
Mas mesmo para este, o papel social do cante, telúrico e autêntico, será sempre o mais indicado adubo.
DIRECÇÃO EDITORIAL 27/11/2014 - 17:00
Público
Foi José Afonso quem escreveu: “Ó Alentejo esquecido/ Inda um dia hás-de cantar.” E o Alentejo, que nem nos tempos de maiores agruras calou a sua voz antiga, canta hoje com justificado júbilo: o cante, expressão profunda da alma alentejana, foi classificado pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade.
Expressão coral polifónica, intensa e profunda, tradicionalmente cantada por homens, mas desde há muito também conquistada (por direito próprio) pelas mulheres, o seu papel ao longo da história tem sido justamente associado à faina e à vida rural das comunidades onde surgiu.
Não é a única expressão musical alentejana, longe disso, mas é aquela cujas características a consagram como singular e perfeitamente definível.
Lopes-Graça, nas recolhas que fez no Alentejo com Michel Giacometti nos anos 1960, descreveu o cante (referindo-se na frase aos alentejanos) como “verdadeiro acto de identificação colectiva, de comunhão espiritual com os do seu sangue e da sua pátria, para onde quer que vá, onde quer que se encontre”.
Foi assim que ontem, em Paris, o Grupo Coral de Serpa cantou, fazendo da terra francesa o seu “chão”.
“Como se cumprissem um antigo e necessário ritual”, ainda recorrendo às palavras de Lopes-Graça.
O que se seguirá, agora, depois desta vitória? Primeiro que tudo, há que olhar de novo as raízes.
O que não se fez ainda de recolha e sistematização que se faça agora, como se fez com o fado. No que toca ao património gravado, valorize-se o que for de valorizar, permitindo que o acesso à herança do cante não seja, como hoje ainda é, reservado e minoritário.
Mas o essencial (como dizia no PÚBLICO de 26/11 Paulo Lima) é continuar a desenvolver e dignificar o movimento coral sem nunca perder nunca de vista o seu papel social aglutinador nas comunidades, como lição de solidariedade e de vida. Haverá turismo, claro.
Mas mesmo para este, o papel social do cante, telúrico e autêntico, será sempre o mais indicado adubo.
DIRECÇÃO EDITORIAL 27/11/2014 - 17:00
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