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Ano novo, vida nova? Deixem-me rir
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Ano novo, vida nova? Deixem-me rir
A realidade é sempre muito maçadora para quem anda por aí a tentar semear ilusões a um povo sem qualquer esperança de uma vida melhor
O senhor primeiro-ministro apareceu na casa dos portugueses no Natal a prometer um 2015 sem nuvens negras no horizonte. Óptimo. O senhor Presidente da República apareceu na casa dos portugueses no ano novo a garantir que os partidos e os seus dirigentes não se alheiam dos interesses do país e das aspirações dos cidadãos. Óptimo. Para os dois principais responsáveis do país está tudo a andar sobre rodas e quem disser o contrário é populista ou alarmista. A economia está estupenda, o desemprego baixa a todo o vapor, o défice cai a pique à conta do corte na despesa do Estado, a dívida há-de baixar se Deus Nosso Senhor quiser e os impostos, esses, vão com certeza baixar com o crescimento exponencial da economia. Para os dois principais responsáveis do país não há nuvens negras na União Europeia e os partidos políticos do costume, os que governam alternadamente há 40 anos, são entidades transparentes, adeptas do rigor e da seriedade, combatentes activos da corrupção e sempre atentos aos indígenas que por obra do destino ou de Deus nasceram nesta terra de Santa Maria. Para os dois principais responsáveis do país a União Europeia vive momentos de glória em matéria económica, social e política. Para os dois principais responsáveis do país o mar de rosas europeu só não é perfeito porque andam por lá e por cá uns tantos movimentos ou partidos populistas que querem a todo o custo pôr em causa a velha ordem.
Populistas de esquerda e direita que põem os dedos nas feridas, denunciam o sistema, a incompetência, as tretas do multiculturalismo e ameaçam agitar os nenúfares do gigantesco pântano europeu. Para os dois principais responsáveis do país o mundo está óptimo e as minudências do Médio Oriente, da Ucrânia e do conflito aberto entre o Ocidente e a Rússia são pequenos pormenores que não afectam a vidinha dos indígenas. Para os dois principais responsáveis do país, o facto do querido Obama usar a arma dos preço do petróleo para vergar os maus de Moscovo é algo de que não vale a pena falar porque, em última análise, os combustíveis até vão baixar e ninguém vai dar pelo aumento provocado por essa extraordinária invenção de um ministro que decidiu copiar os modelos da fiscalidade verde dos países ricos para os atirar para cima dos indígenas que insistem em andar de automóvel. Para os dois principais responsáveis do país, o facto de Angola já ter anunciado cortes na despesa pública e a suspensão e adiamento de grande obras pela brutal queda de receitas da venda do petróleo, é algo que não afecta a vidinha dos portugueses, é um problema para os angolanos resolverem a bem ou a mal. O facto de viverem e trabalharem em Angola milhares e milhares de portugueses, o facto de estarem em Angola centenas e centenas de empresas, nomeadamente de construção e obras públicas, que se refugiaram em terras angolanas para não falirem e que podem cair com estrondo com o corte anunciado por Luanda, é algo que não merece uma palavra dos dois principais responsáveis do país. Nada os incomoda, nada os perturba. Apenas uma coisa os move. Manter o pântano a todo o custo, defendê-lo com unhas e dentes dos terríveis populistas que ameaçam a velha ordem democrática, a mesma que os alimenta há 40 anos.
Por António Ribeiro Ferreira
publicado em 5 Jan 2015 - 09:05
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