A credibilidade de Sócrates

Da prisão, José Sócrates continua a escrever cartas e a enviar respostas a perguntas de jornalistas.

Acontece que, de carta para carta, de entrevista para entrevista, Sócrates se contradiz.

Na entrevista à TVI, o ex-primeiro-ministro afirmou que só soubera da investigação nas vésperas de ser preso; na entrevista à SIC, dada ontem, Sócrates diz que foi avisado de que estava em investigação pelo seu amigo Afonso Camões, seis meses antes de ser detido.

Em afirmações anteriores, Sócrates dissera que não tinha nada a ver com o Grupo Lena; à SIC, Sócrates adianta que intercedeu a favor do Grupo Lena junto do vice-presidente de Angola, Manuel Vicente.

Até hoje, José Sócrates sempre garantira que não fora confrontado com nenhuns factos; nas declarações à SIC, Sócrates diz que os factos com que foi confrontado não provam nada.

As declarações de Sócrates a partir da prisão só têm servido para uma coisa: para o desacreditar ainda mais.

A tal ponto, que lermos ou não as entrevistas de Sócrates é indiferente, porque não se pode confiar em nada do que ele diz.

Mas assim sendo, que relevância têm as respostas dadas por ele ao juiz Carlos Alexandre? E já agora: há alguma coerência entre essas respostas e as afirmações feitas depois de estar preso? 

 José António Saraiva | 04/02/2015 17:40:32
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