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Gente a sério
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Gente a sério
Os mil milhões que gastamos com todos os doentes eram o montante que a farmacêutica queria apenas pelo seu medicamento
Paulo Macedo, ministro da Saúde, conseguiu o objectivo que qualquer governo se deve propor: tratar todos os doentes, de todas as patologias, com equidade e a maior eficácia possível, e cumprir os compromissos assumidos com os fornecedores.
No que à hepatite C respeita, este é um bom acordo porque dá aos doentes o melhor medicamento disponível no mercado (Harvoni e Sovaldi). Mas é tanto melhor quanto não compromete a sustentabilidade do SNS e não põe em causa os tratamentos de outras patologias. É que há muito mais doentes no país que os afectados por esta doença e mil milhões de euros era o que a farmacêutica queria para 13 mil doentes. Ora mil milhões de euros é o que o Estado gasta com todos os doentes.
Com este acordo (disponibilização do Harvoni [sofosbuvir-ledipasvir] além do Sovaldi [apenas sofosbuvir], Portugal garante aos seus doentes o acesso ao mais avançado tratamento de hepatite C actualmente disponível no mundo. Este acordo está ao nível do melhor, pois prevê partilha de risco, tratamento de todos os doentes (com perspectiva de eliminação da doença) e o mesmo preço, muitíssimo abaixo de qualquer das propostas que foram sendo apresentadas, independentemente do tempo necessário para o tratamento.
E este acordo contempla todos os doentes e distancia-se da restante Europa, onde se estão a tratar apenas as fases mais avançadas da doença. É por essa razão que não entendo algumas posições tomadas durante a passada semana.
Se deixarmos de fora a gula das farmacêuticas e o oportunismo político que, explorando as angústias individuais, fizeram o folclore que fizeram, percebemos o que mudou: o acordo tem um forte impacto social e económico e traz fortes ganhos de saúde pública; acordou-se pagar por doente tratado e o acordo pressupõe um mecanismo de compensação de tratamentos face às percentagens de sucesso alcançadas.
E a prova de que a farmacêutica estava a meter-nos a mão no bolso é que cedeu. Os mil milhões que gastamos com todos os doentes eram o montante que a farmacêutica queria apenas pelo seu medicamento.
Como dizia esta semana o presidente do Infarmed, "o Estado não pode entrar em ruptura para assumir compromissos que depois não pode honrar". "O Estado fez tudo o que podia" para proteger os doentes. Claro que se lamenta a morte de quem quer que seja, claro que não temos nem queremos ter comparação com países de terceiro mundo, em que infelizmente morrem milhares de pessoas sem os tratamentos mais básicos. Mas não podemos ceder a chantagens. Mesmo a cenas tristes encomendadas para televisão exibir. O desespero das pessoas é enorme, mas os partidos políticos e as farmacêuticas devem saber os limites em que agem.
Hollande e Merkel tomaram a iniciativa que tinham de tomar. O eixo franco-alemão assumiu que é melhor mesmo o protagonismo ser Berlim-Paris que os egocêntricos Paris-Paris ou Berlim-Berlim. E tudo em nome da paz. Rumaram a Moscovo, falaram com Putin, enquanto os seus números dois se reuniam com o presidente ucraniano. Passada a primeira fase de conversas, eis que surge a frase para a história: "Cimeira de Minsk é a última oportunidade para evitar a guerra." Não sei quem é o autor, embora Hollande a tivesse dito. Sei, contudo, que a reunião entre Putin, Poroshenko e os dois líderes "ocidentais" vai resultar no fim desta "paz podre". Seja porque é o início da guerra, seja porque é o desejado início da paz. E Hollande lá vai cavalgando, sem saber como nem porquê, a onda de reputação positiva que começou com os extremistas muçulmanos.
Empresário
Escreve à terça-feira
Por António Cunha Vaz
publicado em 10 Fev 2015 - 08:30
Jornal i
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