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Radicais Em Portugal
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Radicais Em Portugal
Se Portugal estivesse a seguir as ondas políticas que assistimos recentemente na Grécia com a vitória do Syriza e as grandes manifestações do Podemos em Espanha, estaríamos agora a falar de uma vitória da esquerda radical nas eleições legislativas deste ano. Mas, não. PSD e PS surgem praticamente empatados em sondagens e tudo indica que poderá haver uma reedição do Bloco Central, com António Costa como primeiro-ministro e Rui Rio como vice-primeiro-ministro. Isto num quadro otimista de uma certa direita que até veria com bons olhos o afastamento de Pedro Passos Coelho após o desgaste de ter sido o primeiro chefe de Governo a ter levado até ao fim um mandato em coligação e com uma Troika a mandar. E o CDS poderia ainda aproveitar para refrescar o seu líder, Paulo Portas, substituindo-o pelo eurodeputado Nuno Melo. Para Belém, se vier a ser confirmada a desistência de António Guterres, talvez a direita consiga fazer eleger Durão Barroso ou Marcelo Rebelo de Sousa. António Vitorino é uma boa solução para parecer que o PS quer vencer eleições, mas entrega-se assim o poder de Belém a um nome de direita que garanta o equilíbrio político que Costa precisa para fazer ele o mesmo papel de Passos Coelho durante quatro anos. E isto com o PSD sempre na crista da onda.
Nem à esquerda nem à direita há tendência em Portugal para sermos radicais. Na realidade, o que nos serviria sermos radicais de direita? Não somos racistas. Somos um povo universal e não queremos ser contra a imigração – desde que funcione com regras, não é? Também não queremos sair do euro, pois na verdade o que queríamos mesmo era ter mais uns “euritos” no bolso. E radicais de esquerda? Queremos não pagar as dívidas? Na realidade, queremos pagar as dívidas o mais depressa possível, baixar os juros carnívoros e recuperar a dignidade do trabalho e da justa remuneração pelo mesmo. Ninguém aqui quer ser radical. Nem à esquerda nem à direita. E, nisso, somos mesmo radicais!
Há uma brecha política, contudo, que se está a abrir em Portugal. Essa é uma brecha que nem um Marinho Pinto ou um Rui Tavares souberam preencher. É aquele espaço proibido entre o PSD e PS. É um espaço que podemos dizer que está ali, encostado ao CDS e PSD e à direita do PS. Parece que não existe nada fisicamente possível de ali ser colocado, mas isso é falso.
Quando o PS foi criado, na Alemanha, em 1973, dizia-se social-democrata. Sá Carneiro, entretanto, tinha-se demitido da Ala Liberal e afirmou a Jaime Gama, então jornalista no República, que estava no seu pensamento a criação de um partido social-democrata. Mas, nem ele nem Mário Soares conseguiram entender-se após as eleições de 25 de Abril de 1976. Assim, o PS só se uniu ao PSD em 1983, depois do falhanço da AD e já sem Sá Carneiro, assassinado em Camarate.
A Ala Liberal de Sá Carneiro, essa nunca foi posta em prática no Portugal pós-25 de Abril. E é nesse radicalismo liberal que jaz a essência do ser português. Queremos que o Estado tenha poder, mas não o vamos deixar que se meta na nossa vida laboral e privada. Queremos que o Estado esteja lá para defender os nossos direitos, mas também tem nos deixar à vontade para fazermos o que temos de fazer para prosperar. Queremos que o Estado simplesmente não nos atrase a vida, por isso é que queremos os melhores no Estado, onde não haja quem promova a corrupção e seja gente transparente, com moral e ética. Podemos não ser o país mais rico da Europa, mas também não seríamos o mais pobre e endividado se houvesse essa possibilidade de escolha. E esse é o espaço político que ainda pode vir a ser preenchido nas próximas eleições em Portugal.
Frederico Duarte Carvalho
Jornalista e escritor
13 Fevereiro, 2015 00:40
OJE.pt
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