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Falência e liberdade
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Falência e liberdade
Durante muito tempo a União Europeia foi apresentada aos cidadãos de todos os estados-membros como um oásis sem fim. A mensagem que tal comunicação queria evidenciar nunca esqueceu o tipo de destinatários a que se dirigia. Se esses destinatários se encontravam em países mais pobres e menos desenvolvidos, o discurso era feito em nome de um melhor nível de vida e do progresso, mas se fossem maiores contribuintes para os fundos comunitários, de imediato se lhes dizia que a sua dádiva teria retorno. Nunca se quis explicar aos primeiros qual o preço a pagar pelo dinheiro recebido, nem nunca se explicou aos segundos que o seu contributo também tinha de pressupor solidariedade. Essas explicações eram questões bem menores diante da ânsia de tudo e todos conquistar, pelo que o facto de a ideia de Europa estar a ser sustentada apenas em termos económicos e financeiros surgia como normal e até irrelevante.
E a irrelevância fez efectivamente o seu caminho, ofuscada pelo significativo aumento de vendas dos países produtores e pelo extraordinário crescimento de compras dos países principalmente consumidores. Uns e outros viviam felizes e gratos por integrarem esta autêntica roda da sorte, que a uns permitia fabricar e vender mais e a outros possibilitava quase tudo adquirir mesmo sem muito produzir. O resultado está à vista e se bem pensarmos não é muito diferente daquele que poderá ocorrer, quando qualquer relação humana se baseia exclusivamente nos benefícios imediatos. Só podemos concluir que a União Europeia nasceu mal, cresceu pior, e desta forma não tem solução. Não lhe chegou esquecer as diferenças das nações; quis apagá-las com dinheiro e quando este escasseou ou desapareceu as juras iniciais de amor eterno deram lugar ao desinteresse e até à irritada antipatia. Agora será talvez aconselhado, por relevantes que sejam os problemas financeiros, não esquecer a política e ao não esquecê-la reflectir sobre o slogan utilizado recentemente em Atenas, "falidos mas livres"!
Professor da Faculdade de Direito de Lisboa
Escreve à quarta-feira
Por Manuel Monteiro
publicado em 18 Fev 2015 - 08:00
Jornal i
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