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Os conservadores e os reaccionários
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Os conservadores e os reaccionários
Escrevi em tempos que um conservador é alguém que enfrenta com realismo o futuro, sem contudo destruir as sãs e sólidas raízes de onde provém. Esse realismo não o impede de defender ideais ao mesmo tempo que rejeita utopias, não o demove de defender o Estado, mas desde que ele exista para servir a nação, e não o inibe de defender a primazia da lei, desde que ela não contrarie o que é legítimo na natureza humana. Um conservador, ao contrário do que tantas vezes se ouve e lê, não nega a inovação procurando no entanto conciliá-la com o constante respeito dos valores que passam de geração em geração. E, precisamente por não negar a inovação, um conservador acredita na criatividade, na ousadia, na competitividade, não fechando por isso a porta a quem pensa de maneira diferente. Pode não seguir esse pensamento quando percebe que ele contraria os valores em que acredita, mas não adopta logo à partida uma rejeição absoluta e determinada a quem tem ideias diferentes.
De modo distinto, um reaccionário desconfia de qualquer mudança e tende sempre a classificar qualquer nova ideia como extremista. Em nome do presente que possui, um reaccionário não aceita, ou dificilmente aceita, alterações que possam pôr em risco a sua posição hegemónica. Vive formatado na sua específica razão e fecha-se num castelo de sombras e certezas inabaláveis, apenas para não perder o seu estatuto, a sua posição social ou económica, o seu lugar de domínio. Épocas tivemos em que os reaccionários eram claramente minoritários, mas hoje traduzem uma indiscutível maioria que povoa os salões do poder e é em muitas circunstâncias acompanhada por uma percentagem significativa de pessoas que reivindicam mudanças de forma, mas não de conteúdo. Portugal, por muito que me custe dizê-lo, está dominado por este tipo de pessoas. À esquerda ou à direita elas são descendentes desse Velho do Restelo, que protestava contra a aventura dos que partiam para descobrir novos mundos e reforçar a identidade nacional. São imensamente iguais na aparente diferença e apenas simbolicamente diferentes na permanente igualdade.
Professor da Universidade Lusíada
Escreve quinzenalmente à quarta-feira
Por Manuel Monteiro
publicado em 4 Mar 2015 - 08:00
Jornal i
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