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Uma Lisboa Para A Classe Média
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Uma Lisboa Para A Classe Média
Ao contrário do que sucede noutras capitais europeias, Lisboa tem-se desertificado à medida que envelhece a um ritmo a que os obreiros históricos desta cidade jamais imaginariam outrora ao rasgarem alamedas e avenidas. Há hoje ruas inteiras quase vazias. Há bairros que conservam escassas dezenas de eleitores.
A Lisboa turística continua a atrair multidões de visitantes. Mas deixou de ser atraente – pelos mais diversos motivos – para a fixação de habitantes jovens e dinâmicos, que trabalham na cidade e gostariam de nela permanecer fora dos horários laborais.
Infelizmente, muitos não conseguem.
A propaganda camarária não ilude as estatísticas reais. Em 1981 moravam 800 mil pessoas na cidade de Lisboa, mas o recenseamento de 2011 confirmou a brutal debandada dos seus habitantes: o número baixou para 550 mil em apenas três décadas.
Isto devia ter feito soar todas as campainhas de alarme aos responsáveis do município. Apetece aliás perguntar qual será a percentagem dos próprios funcionários da Câmara Municipal de Lisboa que moram na cidade.
Um dos erros que devem ser corrigidos com maior urgência é a manutenção da câmara como senhorio dominante da capital. Desde logo, porque uma câmara municipal não tem vocação para empreiteira imobiliária. Além disso, como bem sabemos, os recursos financeiros são escassos para assegurar a manutenção dos imóveis: muitos estão degradados de forma inaceitável.
A câmara deve alienar parte significativa do seu património imobiliário, deixando a gestão do parque habitacional da cidade, em larga medida, à iniciativa privada.
O dinheiro decorrente dessas vendas permitiria criar um fundo de apoio de renda aos lisboetas realmente carenciados. A verdadeira justiça social passa por aqui e não pela demagógica tendência de fazer proliferar a chamada habitação social na cidade ao mesmo tempo que se empurra a classe média para a periferia.
Tarefas não faltam à câmara para fixar residentes. Aumentar e melhorar as condições de estacionamento para os moradores, por exemplo. Ampliar os espaços verdes. Garantir estabelecimentos de ensino qualificados e uma rede de transportes eficaz. E, acima de tudo, criar um quadro mais favorável a todos quantos apostem seriamente na recuperação do património imobiliário e pretendam colocá-lo no mercado a custos controlados para benefício de todos.
Tudo isto ajudará certamente a fixar novos habitantes de classe média, travando a sangria demográfica registada numa cidade que precisa de rejuvenescer a tempo inteiro. Para que todos gostemos ainda mais dela.
Mauro Xavier
Gesto
27 Abril, 2015 16:48
OJE.pt
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