Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 44 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 44 visitantes Nenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O chão de pedras pretas e brancas nasceu há 172 anos, no Centro, em Coimbra, Castelo Branco, Santarém e a Sul, do Alentejo ao Algarve, de Sines a Lagos, Portimão, Faro e Tavira, existem ruas que, de uma ponta à outra, não escaparam à calçada.
Página 1 de 1
O chão de pedras pretas e brancas nasceu há 172 anos, no Centro, em Coimbra, Castelo Branco, Santarém e a Sul, do Alentejo ao Algarve, de Sines a Lagos, Portimão, Faro e Tavira, existem ruas que, de uma ponta à outra, não escaparam à calçada.
A calçada portuguesa como hoje a conhecemos surgiu em 1842 pela mão de reclusos e pela mente do Governador de armas do Castelo de São Jorge, em Lisboa.
A ideia do engenheiro militar Eusébio Furtado era fazer um pavimento de pequenas pedras pretas e brancas, em ziguezague, na fortaleza e nos arredores do castelo.
Uma irreverência na época que fez sucesso.
Rapidamente a calçada propagou-se pela cidade. Em 1848, foi aprovado o projecto da autoria deste tenente-general, que visava revestir toda a Praça do Rossio com a calçada portuguesa.
Ao fim de 323 dias, uma área de 8712 metros quadrados a que se chamou Mar Largo, com desenhos a homenagear os descobrimentos portugueses, ficou concluída.
Daqui partiu-se para cobrir os passeios e mais ruas de toda a capital com a calçada portuguesa.
Em 1867, foi o Largo de Camões; em 1870 o Príncipe Real; em 1876 a Praça do Município; em 1877 o Cais do Sodré; o Chiado em 1894; e a Avenida da Liberdade em 1879.
Nesse ano, a novidade inspirou o poeta Cesário Verde. Em Cristalizações, este autor descreve o trabalho dos calceteiros que "De cócoras, em linha (…), Com lentidão, terrosos e grosseiros, Calçam de lado a lado a longa rua".
Actualmente existem cerca de 20 calceteiros em Portugal.
Apesar de a Câmara de Lisboa ter criado, em 1986, a Escola de Calceteiros “devido à preocupação de perder os conhecimentos sobre calcetar”, lê-se no site do município, o número de profissionais tem vindo a diminuir acentuadamente.
Entre os anos 40 e 50 eram 400.
É uma profissão especializada que é feita por poucos em muitos locais.
De Norte a Sul, pisa-se a calçada portuguesa. Apesar de Lisboa ser a cidade-modelo, muitas ruas e praças do país têm este chão histórico.
No Norte, nas cidades de Guimarães, Aveiro, Porto, nasceram diversos apontamentos nas ruas históricas.
No Centro, em Coimbra, Castelo Branco, Santarém.
A Sul, do Alentejo ao Algarve, de Sines a Lagos, Portimão, Faro e Tavira, existem ruas que, de uma ponta à outra, não escaparam à calçada.
Nos Açores e na Madeira, as pedras cúbicas também chegaram e mantêm-se nas ilhas.
Além fronteiras, por onde os portugueses passaram, também se deixou esta marca no solo.
Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique e Macau têm até hoje a calçada portuguesa em pontos de algumas das suas ruas.
Pelo mundo, a calçada tem diferentes cores e desenhos geométricos. Quando nasceu no século XIX, a matéria-prima era o basalto.
Mas por ser de difícil corte passou a ser utilizado o calcário.
Em redor de Lisboa nasceram várias explorações, atingindo as 80 pedreiras só nas proximidades da capital.
Hoje, os principais locais de extracção situam-se no distrito de Leiria e Santarém, e na orla Algarvia, existindo cerca de 300.
Pretos, cinzentos-claros, cinzentos-escuros, cor-de-rosa e brancos, os calcários desenham várias formas.
De superfície lisa e brilhante, a pedra torna-se mais cintilante em dias de chuva, e por vezes escorregadia.
É uma característica que não agrada a todos e que tem provocado discussões políticas e sociais entre quem defende o início do seu fim e de quem a defende como património histórico que deve ser preservado.
ALEXANDRA GUERREIRO
05/03/2014 - 09:05
JORNAL DE PÚBLICO
Tópicos semelhantes
» Portos de Faro e Portimão passam para a Administração de Sines e Mapas em directo dos portos de Sines da região do Algarve
» Quercus: Exploração de petróleo no Algarve (no largo de Algarve entre de Portimão e de Olhão) «poderá colocar em risco o património natural»
» OMC: Dilema na UE. Como a China pode fazer Portugal perder até 91 mil empregos "nas zonas especialidades de Nordeste Litoral (Porto - Braga - Aveiro - Viana do Castelo) e de Centro (Lisboa - Setúbal - Leiria - Viseu - Guarda - Castelo Branco) em Portugal"
» Quercus: Exploração de petróleo no Algarve (no largo de Algarve entre de Portimão e de Olhão) «poderá colocar em risco o património natural»
» OMC: Dilema na UE. Como a China pode fazer Portugal perder até 91 mil empregos "nas zonas especialidades de Nordeste Litoral (Porto - Braga - Aveiro - Viana do Castelo) e de Centro (Lisboa - Setúbal - Leiria - Viseu - Guarda - Castelo Branco) em Portugal"
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin