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Os Pés No Tejo
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Os Pés No Tejo
Partem de Lisboa, no domingo, os veleiros da Volvo Ocean Race, depois de uma estadia de cerca de duas semanas na capital. Pela segunda vez, Lisboa acolhe uma das paragens da maior regata à volta do mundo, prova que se realiza de três em três anos.
Nesta ocasião, as variadíssimas e intensas atividades que se desenvolvem na “race village” instalada na doca de Pedrouços e as atividades náuticas complementares, garantem uma animação notável na relação de Lisboa com o Tejo.
O estuário do Tejo e Lisboa reúnem condições ímpares para acolher atividades náuticas: o clima, o abrigo natural às intempéries do mar, a localização geográfica (porta da europa para a américa e para áfrica), as acessibilidades, as infraestruturas, o apoio logístico e meios humanos, o conhecimento técnico e científico, são recursos que permitem a Lisboa afirmar-se como um centro mundial de atividades náuticas. Ora, todo este potencial está, em grande medida, por utilizar.
A expressão “Lisboa de costas para o Tejo” não é recente. Mas é recente (e em alguns casos atual) a imagem de uma cidade separada do rio por “muros” de contentores ou extensas áreas ribeirinhas de acesso restrito ou ainda por linhas de caminho-de-ferro.
Na verdade, Lisboa tem vivido (especialmente depois da instalação de indústrias na zona ribeirinha) se não de costas, pelo menos separada do rio. Esta circunstância provocou um afastamento dos lisboetas do “seu” rio.
Começou, nos anos oitenta a reaproximação da cidade ao rio com a abertura das “docas”, depois, no final dos anos 90, a Expo 98 abriu uma nova e extensa frente de rio e, mais recentemente, primeiro com a devolução à cidade de extensas zonas ribeirinhas por parte da APL e depois, com a respetiva requalificação, Lisboa ficou mais próxima do Tejo.
Com a progressiva eliminação de barreiras e a abertura de espaços de lazer junto ao rio, os lisboetas também dele se aproximaram, descobrindo, utilizando e usufruindo estas novas áreas para atividades de lazer ou desporto.
Importa acautelar que as zonas que foram retiradas ao uso portuário sejam requalificadas sem que isso signifique a sua ocupação por novas construções, ou que as existentes não sejam ampliadas de modo a transformarem-se em novas barreiras ou obstáculos ao acesso ao rio. A frente ribeirinha deve ser preferencialmente livre ou pontuada com ocupações que, pelas suas características e atividades, potenciem o usufruto do Tejo.
Por outro lado, agora que a margem lisboeta do Tejo está acessível, importa criar condições para que os lisboetas não se fiquem pela margem para que “ponham os pés no Tejo”. Ou seja, o rio propriamente tem um imenso potencial de usufruto por utilizar. É esse desafio que deve ser cumprido com a definição de um programa de promoção de atividades náuticas e com vontade de o concretizar.
Importa começar por generalizar a formação e prática de atividades náuticas nas escolas, bem como promover atividades náuticas associativas e de lazer através da instalação de centros de apoio náutico na cidade que permitam o acesso ao rio.
O estuário do Tejo tem um imenso potencial por explorar do ponto de vista desportivo, turístico e económico. Quando se intensifica o discurso sobre a importância do Mar, podemos começar por “pôr os pés no Tejo”.
António Prôa
Vereador na Câmara Municipal de Lisboa
4 Junho, 2015 00:03
OJE.pt
A nota de tipos são quatros de turístico em mercado em Lisboa "Sintra, Lisboa, Almada, Barreiro, Palmela e Setúbal", Porto "Porto, Braga e Aveiro", Algarve "Monte Gordo, Olhão, Faro e Portimão" e Madeira:
- Lazer o principal maior valor para o mercado;
- Trabalho o segundo maior valor para o mercado;
- Desportivo o terceiro maior valor para o mercado;
- Negocio o quadro maior valor para o mercado.
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