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Liberdade, pouca fraternidade e nenhuma igualdade
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Liberdade, pouca fraternidade e nenhuma igualdade
Temos de investir em dignidade para deixar de construir uma economia dickensiana que põe em risco a estabilidade do sistema.
As eleições municipais em Espanha criaram um cenário politicamente apaixonante mas economicamente incerto.
A viragem à esquerda, em detrimento dos nacionalismos, e a fragmentação dos resultados, poderão contribuir para recuperar algum debate ideológico e a política do consenso, que tão importante foi na transição espanhola até à chegada das maiorias absolutas que dominaram, durante as últimas décadas, a política espanhola. Os partidos emergentes, embora com um resultado inferior ao esperado, serão um elemento determinante e potencialmente surpreendente na procura desses consensos que, provavelmente, acabarão por ser negociados localmente e não previamente alinhados, como frequentemente foram no passado, entre as direcções dos partidos.
A cronificação da falta de debate interno dentro dos partidos políticos maioritários, por força de sucessivas maiorias absolutas, está a revelar uma fragilíssima fraternidade que provoca tensões mais substanciais que as decorrentes do confronto partidário, como consequência da enorme heterogeneidade das coligações que estão em discussão nas principais cidades do país.
A paragem de alguns grandes projectos comerciais, imobiliários e urbanísticos é a consequência imediata desses pactos pós-eleitorais, dada a sua visibilidade e carga simbólica como paradigma de uma opulência que se contrapõe às carências económicas que ainda condicionam a vida da maior parte da população e que justificam a clara viragem à esquerda do eleitorado.
A economia espanhola está a ver a luz ao fim do túnel, mas os espanhóis não, de forma semelhante ao que está a acontecer em Portugal. A realidade macroeconómica está desalinhada com a realidade social que sentimos em qualquer rua do país.
Vivemos uma recuperação eminentemente financeira, dopada por injecções monetárias conjunturais, que não está sustentada na correcção dos desequilíbrios económicos estruturais. A sustentabilidade social e económica passa por privilegiar a qualidade do crescimento, distribuir melhor os seus benefícios e harmonizar melhor os interesses públicos e privados nas cidades e no país.
As desigualdades são más para a economia. Temos de investir em dignidade para deixar de construir uma economia dickensiana que põe em risco a estabilidade do sistema. Não é uma questão de valores, é uma questão de puro egoísmo para evitar os riscos sociais que estamos inconscientemente a assumir.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín
Económico
As eleições municipais em Espanha criaram um cenário politicamente apaixonante mas economicamente incerto.
A viragem à esquerda, em detrimento dos nacionalismos, e a fragmentação dos resultados, poderão contribuir para recuperar algum debate ideológico e a política do consenso, que tão importante foi na transição espanhola até à chegada das maiorias absolutas que dominaram, durante as últimas décadas, a política espanhola. Os partidos emergentes, embora com um resultado inferior ao esperado, serão um elemento determinante e potencialmente surpreendente na procura desses consensos que, provavelmente, acabarão por ser negociados localmente e não previamente alinhados, como frequentemente foram no passado, entre as direcções dos partidos.
A cronificação da falta de debate interno dentro dos partidos políticos maioritários, por força de sucessivas maiorias absolutas, está a revelar uma fragilíssima fraternidade que provoca tensões mais substanciais que as decorrentes do confronto partidário, como consequência da enorme heterogeneidade das coligações que estão em discussão nas principais cidades do país.
A paragem de alguns grandes projectos comerciais, imobiliários e urbanísticos é a consequência imediata desses pactos pós-eleitorais, dada a sua visibilidade e carga simbólica como paradigma de uma opulência que se contrapõe às carências económicas que ainda condicionam a vida da maior parte da população e que justificam a clara viragem à esquerda do eleitorado.
A economia espanhola está a ver a luz ao fim do túnel, mas os espanhóis não, de forma semelhante ao que está a acontecer em Portugal. A realidade macroeconómica está desalinhada com a realidade social que sentimos em qualquer rua do país.
Vivemos uma recuperação eminentemente financeira, dopada por injecções monetárias conjunturais, que não está sustentada na correcção dos desequilíbrios económicos estruturais. A sustentabilidade social e económica passa por privilegiar a qualidade do crescimento, distribuir melhor os seus benefícios e harmonizar melhor os interesses públicos e privados nas cidades e no país.
As desigualdades são más para a economia. Temos de investir em dignidade para deixar de construir uma economia dickensiana que põe em risco a estabilidade do sistema. Não é uma questão de valores, é uma questão de puro egoísmo para evitar os riscos sociais que estamos inconscientemente a assumir.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín
Económico
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