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O fantasma de Seguro
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O fantasma de Seguro
Bastou mais uma sondagem a confirmar o empate técnico entre a coligação de direita e os socialistas para renovar as angústias do PS.
No dia seguinte à divulgação da sondagem da Católica vinha nos jornais a interrogação, "onde está Seguro?". Muitos no PS, que tinham visto em Costa uma espécie de líder salvífico, agora mostram de novo nostalgia por Seguro. Mas este, como os jornais puderam apurar, está actualmente dedicado à vida académica e voluntariamente afastado, ou mesmo desinteressado, da política partidária.
Pode certamente especular-se sobre se Seguro obteria neste momento um resultado melhor para o PS e eu creio que sim. Em termos de posicionamento ideológico e estratégico não há nenhuma diferença entre Costa e Seguro.
Quanto a propostas e programa, muito do que Costa avança agora tinha sido preparado por Seguro e pelos grupos de trabalho por ele criados. Mas há uma diferença importante entre os dois: o afastamento crítico de Seguro em relação a Sócrates e ao socratismo, que Costa não pode operar por ter sido o número dois de Sócrates no partido. Ora, num contexto em que o principal argumento da coligação de direita é precisamente o do perigo do regresso ao passado da governação socialista, Seguro tinha melhores hipóteses de defesa do que tem Costa. Por outras palavras: o argumento da direita seria muito menos eficaz contra Seguro do que é face a Costa.
Em termos de contexto europeu, nada mudou para a liderança do PS em relação ao passado. O PS continua num limbo entre a "posição Syriza" e a ortodoxia europeia na qual participam os partidos da direita e do centro-esquerda. Esse é um problema para a liderança actual do partido, mas já o era para a anterior. É esta indefinição do centro-esquerda, ou a falta de uma alternativa claramente perceptível, que torna difícil a posição de qualquer líder do PS, ou de qualquer líder europeu na área do centro-esquerda. Aquilo que sempre escrevi aqui é que esse era o elemento essencial das dificuldades do PS, não a questão da liderança. Quem colocava a questão da liderança como a essencial está hoje à frente do PS. Mas as sondagens demonstram com clareza o erro dessa análise.
Como irá a evolução do contexto europeu nos próximos dias afectar as chances eleitorais socialistas? Se a solução para a crise grega for entendida como uma cedência do Syriza à ortodoxia europeia, então o PS perderá provavelmente as eleições para a direita, uma vez que o eleitorado pensará que mais vale estar com quem nos evitou uma nova humilhação. Se, pelo contrário, for perceptível uma vitória do Syriza no braço-de-ferro com a Europa, então quem capitalizará será a extrema-esquerda. Em qualquer dos casos, o contexto permanecerá difícil para o PS, independentemente da sua liderança.
00:05 h
João Cardoso Rosa
Económico
No dia seguinte à divulgação da sondagem da Católica vinha nos jornais a interrogação, "onde está Seguro?". Muitos no PS, que tinham visto em Costa uma espécie de líder salvífico, agora mostram de novo nostalgia por Seguro. Mas este, como os jornais puderam apurar, está actualmente dedicado à vida académica e voluntariamente afastado, ou mesmo desinteressado, da política partidária.
Pode certamente especular-se sobre se Seguro obteria neste momento um resultado melhor para o PS e eu creio que sim. Em termos de posicionamento ideológico e estratégico não há nenhuma diferença entre Costa e Seguro.
Quanto a propostas e programa, muito do que Costa avança agora tinha sido preparado por Seguro e pelos grupos de trabalho por ele criados. Mas há uma diferença importante entre os dois: o afastamento crítico de Seguro em relação a Sócrates e ao socratismo, que Costa não pode operar por ter sido o número dois de Sócrates no partido. Ora, num contexto em que o principal argumento da coligação de direita é precisamente o do perigo do regresso ao passado da governação socialista, Seguro tinha melhores hipóteses de defesa do que tem Costa. Por outras palavras: o argumento da direita seria muito menos eficaz contra Seguro do que é face a Costa.
Em termos de contexto europeu, nada mudou para a liderança do PS em relação ao passado. O PS continua num limbo entre a "posição Syriza" e a ortodoxia europeia na qual participam os partidos da direita e do centro-esquerda. Esse é um problema para a liderança actual do partido, mas já o era para a anterior. É esta indefinição do centro-esquerda, ou a falta de uma alternativa claramente perceptível, que torna difícil a posição de qualquer líder do PS, ou de qualquer líder europeu na área do centro-esquerda. Aquilo que sempre escrevi aqui é que esse era o elemento essencial das dificuldades do PS, não a questão da liderança. Quem colocava a questão da liderança como a essencial está hoje à frente do PS. Mas as sondagens demonstram com clareza o erro dessa análise.
Como irá a evolução do contexto europeu nos próximos dias afectar as chances eleitorais socialistas? Se a solução para a crise grega for entendida como uma cedência do Syriza à ortodoxia europeia, então o PS perderá provavelmente as eleições para a direita, uma vez que o eleitorado pensará que mais vale estar com quem nos evitou uma nova humilhação. Se, pelo contrário, for perceptível uma vitória do Syriza no braço-de-ferro com a Europa, então quem capitalizará será a extrema-esquerda. Em qualquer dos casos, o contexto permanecerá difícil para o PS, independentemente da sua liderança.
00:05 h
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