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Investimento social: Portugal como líder numa revolução global
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Investimento social: Portugal como líder numa revolução global
Uma revolução silenciosa está a acontecer no mundo das finanças. Os investidores perguntam-se como podem fazer mais com o seu capital: porque não existem produtos que aloquem capital para a resolução de problemas sociais?
Certamente que existem aprendizagens do mundo financeiro que conseguimos adaptar para a inovação social.
Os recursos públicos e filantrópicos não chegam para resolver as crises da nossa sociedade e os recursos disponíveis são direcionados para os problemas mais imediatos. Como resultado, perdemos a capacidade de investir em inovação e prevenção.
Os mecanismos de investimento tradicional estão a ser adaptados para financiar abordagens que produzem melhores resultados. Por todo o mundo, está a ser atraído investimento para intervenções inovadoras em áreas como o desemprego jovem, pessoas sem-abrigo, idosos em situação de isolamento social, entre outros.
O investimento social não é investimento comercial. Também não é filantropia. É uma forma de investimento onde se procuram simultaneamente atingir resultados sociais e/ou ambientais e retorno financeiro. A criação de valor social é intencional, não acidental.
Os números mais recentes apontados pela J.P. Morgan a nível global mostram que existem cerca de 60 mil milhões de dólares em investimento social sob gestão. Em 2013, o Reino Unido, durante a sua presidência do G8, criou a Social Impact Investment Taskforce. As recomendações propostas por este grupo de trabalho estão atualmente a ser implementadas.
O caminho está repleto de desafios e oportunidades. Os investidores gostam da não-correlação de risco entre estes produtos e outros nos seus portefólios, mas serão necessárias mais oportunidades de investimento. Do lado da procura, existe uma necessidade de capacitar as entidades da Economia Social para estes mecanismos inovadores.
Já conseguimos ver exemplos de inovação, como os Títulos de Impacto Social (TIS). O primeiro TIS foi um projeto pioneiro com o financiamento de 5 milhões de libras, com o objetivo de reduzir em 10% a reincidência criminal junto de 3000 reclusos de um estabelecimento prisional em Inglaterra. Neste projeto, os investidores poderão ver o seu investimento inicial reembolsado e com retorno, de acordo com o cumprimento dos resultados estabelecidos. Este modelo atraiu muita atenção e conta atualmente com mais de 140 milhões de dólares investidos em mais de 40 TIS em 8 países (incluindo Portugal). Destes, destaca-se um TIS nos EUA no valor de 13,5 milhões de dólares, comercializado através da plataforma de wealth management do Bank of America Merrill Lynch.
Portugal faz parte desta revolução. O grupo de trabalho para o Investimento Social, criado em 2014 com o apoio da Comissão Europeia, propõe recomendações para desenvolver um setor de investimento social em Portugal. As entidades da economia social representam 5,5% de todo o emprego remunerado do país e 2,8% do Valor Acrescentado Bruto. Dados oficiais do INE indicam uma necessidade líquida de financiamento na ordem dos 750 milhões de euros. Um ecossistema de investimento social robusto para colmatar as necessidades financeiras destas entidades.
O relatório deste grupo de trabalho será lançado hoje, no mesmo dia em que será feita uma apresentação da Portugal Inovação Social. Esta entidade tem um mandato para dinamizar o ecossistema de investimento social nos próximos cinco anos, dotada de 150 milhões de euros no âmbito do Portugal 2020.
Com estas iniciativas, Portugal junta-se a um grupo de países pioneiros. A confirmação virá mais tarde, mas a receita é excelente. Portugal está numa posição excecional para liderar pelo exemplo.
Diretora Internacional da Social Finance UK
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
25 Junho 2015, 20:33 por Jane Newman
Negócios
Certamente que existem aprendizagens do mundo financeiro que conseguimos adaptar para a inovação social.
Os recursos públicos e filantrópicos não chegam para resolver as crises da nossa sociedade e os recursos disponíveis são direcionados para os problemas mais imediatos. Como resultado, perdemos a capacidade de investir em inovação e prevenção.
Os mecanismos de investimento tradicional estão a ser adaptados para financiar abordagens que produzem melhores resultados. Por todo o mundo, está a ser atraído investimento para intervenções inovadoras em áreas como o desemprego jovem, pessoas sem-abrigo, idosos em situação de isolamento social, entre outros.
O investimento social não é investimento comercial. Também não é filantropia. É uma forma de investimento onde se procuram simultaneamente atingir resultados sociais e/ou ambientais e retorno financeiro. A criação de valor social é intencional, não acidental.
Os números mais recentes apontados pela J.P. Morgan a nível global mostram que existem cerca de 60 mil milhões de dólares em investimento social sob gestão. Em 2013, o Reino Unido, durante a sua presidência do G8, criou a Social Impact Investment Taskforce. As recomendações propostas por este grupo de trabalho estão atualmente a ser implementadas.
O caminho está repleto de desafios e oportunidades. Os investidores gostam da não-correlação de risco entre estes produtos e outros nos seus portefólios, mas serão necessárias mais oportunidades de investimento. Do lado da procura, existe uma necessidade de capacitar as entidades da Economia Social para estes mecanismos inovadores.
Já conseguimos ver exemplos de inovação, como os Títulos de Impacto Social (TIS). O primeiro TIS foi um projeto pioneiro com o financiamento de 5 milhões de libras, com o objetivo de reduzir em 10% a reincidência criminal junto de 3000 reclusos de um estabelecimento prisional em Inglaterra. Neste projeto, os investidores poderão ver o seu investimento inicial reembolsado e com retorno, de acordo com o cumprimento dos resultados estabelecidos. Este modelo atraiu muita atenção e conta atualmente com mais de 140 milhões de dólares investidos em mais de 40 TIS em 8 países (incluindo Portugal). Destes, destaca-se um TIS nos EUA no valor de 13,5 milhões de dólares, comercializado através da plataforma de wealth management do Bank of America Merrill Lynch.
Portugal faz parte desta revolução. O grupo de trabalho para o Investimento Social, criado em 2014 com o apoio da Comissão Europeia, propõe recomendações para desenvolver um setor de investimento social em Portugal. As entidades da economia social representam 5,5% de todo o emprego remunerado do país e 2,8% do Valor Acrescentado Bruto. Dados oficiais do INE indicam uma necessidade líquida de financiamento na ordem dos 750 milhões de euros. Um ecossistema de investimento social robusto para colmatar as necessidades financeiras destas entidades.
O relatório deste grupo de trabalho será lançado hoje, no mesmo dia em que será feita uma apresentação da Portugal Inovação Social. Esta entidade tem um mandato para dinamizar o ecossistema de investimento social nos próximos cinco anos, dotada de 150 milhões de euros no âmbito do Portugal 2020.
Com estas iniciativas, Portugal junta-se a um grupo de países pioneiros. A confirmação virá mais tarde, mas a receita é excelente. Portugal está numa posição excecional para liderar pelo exemplo.
Diretora Internacional da Social Finance UK
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
25 Junho 2015, 20:33 por Jane Newman
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