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Euro 2020 – Portugal Pós-Troika
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Euro 2020 – Portugal Pós-Troika
Um amigo em Frankfurt pediu-me para ver uns objetos de arte em Veneza e na bela expo em Vicenza, e percebi a angústia dos grandes investidores europeus diante do atual quadro caótico. Há luta entre o BCE, leal representante da grande banca estrangeira, o poder político, a tentar evitar as mudanças estruturais na zona Euro, a futura inflação, e o rápido aumento do capital chinês nos BRICS e países latino-americanos que já fizeram as mudanças estruturais, como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Peru. Só incertezas.
Investir no artista certo é seguro, barato, não exige explicar a origem do capital, é discreto, é levado com facilidade para os grandes leilões e torna-se cash quando necessário.
O investidor a sair
O investidor tecnológico está a sair da Europa. Quando ele percebe que o político está a FUGir e não OUVir o cidadão, sente que há algo mal por cá. Entretanto ele percebe que o capital que vem de longe, ao entrar nas empresas monopolísticas, como eletricidade, energia, telcos, transportes, águas, irá subir os preços cobrados a clientes e empresas, o que elevará os custos de contexto e as tornará menos competitivas.
Metade do eleitorado não usa o seu voto. Esta instabilidade política se reflete na justiça e em decisões fiscais que o investidor sério teme. Ele está focado no mercado e na tecnologia e não quer corromper.
Enquanto os EUA e os sul-americanos fizeram mudanças estruturais, aqui listadas mas não exigidas pela Troika, os países mediterrânicos da UE usaram os fundos e empréstimos para projetos supérfluos e despesismo, o que travou a competitividade. Aqui uns 400 mil fogos construídos e não-vendidos custaram uns 40 mil milhões de euros; sem este capital, as PME não se atualizaram e a maioria perdeu exportações.
As agências de rating ajudaram a banca estrangeira, ao dar a esses países “AA” quando a maioria dos econometristas já alertava para a dívida e uma crise brutal. A banca aqui, com crédito fácil, baixou o nível de prudência, partindo do princípio que os governos evitariam uma crise bancária, a todo custo. Ela retirou do país, uns 90 mil milhões de euros numa década. Uns três mil milhões de euros retornaram quando as Finanças decidiram-se por uma moratória e apenas cobraram 5% para o capital sem exigir “explicações”. Este valor serviu para privatizar uns oligopólios e legalizar euros, que depois saíram para o Luxemburgo, Suíça, Holanda e outros paraísos fiscais. Não criou emprego.
O efeito dos QRENs
Nos países mediterrânicos da UE os Qrens pouco resultaram. As sugestões para boas prioridades, como no “ONTEM E HOJE NA ECONOMIA”, foram ignoradas. Foram usados sobretudo para governos ganharem a simpatia de “opinion-leaders”, através de algumas associações locais ou nacionais; ou para obras supérfluas, o que garantiu vultuosas doações das grandes construtoras aos partidos.
O que os Qrens fizeram até agora é garantir milhares de burocratas nomeados pelos partidos da alternância, que fazem reuniões supostamente para empresários no horário de trabalho. Ali convergem uns poucos políticos, advogados e associativistas, a procura de contatos com quem influencia o uso dos fundos, com poucas exceções. Ora, os empresários a sério só deixam o seu trabalho depois das 17 ou 18h.
O foco no formal, ao aceitar “desk-surveys”, em vez do contacto direto com o mundo de negócios, torna os projetos irreais.
O 2020 SERÁ MELHOR?
Diz o secretário de Estado que sim, estão a contratualizar resultados. Fácil dizer, muito difícil fazer. Como medir resultados? Bons para quem? O objetivo é apenas o lucro a curto prazo? Emprego temporário? E depois?
A maioria dos que lidam com o 2020 têm oralidade, convencem políticos e jornais, mas não têm a experiência dos nichos que irão aprovar e depois avaliar. Baseiam-se em dados do passado e traçam projeções lineares. Mas sabemos que o futuro não é linear, há ciclos de curto, médio e longo prazo, ciclos que diferem muito de setor para outro e cuja amplitude varia. Livros como o PORTUGAL RURAL detalham estes ciclos, que aqui são ignorados.
Jack Soifer
Consultor de Inovação
29 Junho, 2015 18:12
OJE.pt
Investir no artista certo é seguro, barato, não exige explicar a origem do capital, é discreto, é levado com facilidade para os grandes leilões e torna-se cash quando necessário.
O investidor a sair
O investidor tecnológico está a sair da Europa. Quando ele percebe que o político está a FUGir e não OUVir o cidadão, sente que há algo mal por cá. Entretanto ele percebe que o capital que vem de longe, ao entrar nas empresas monopolísticas, como eletricidade, energia, telcos, transportes, águas, irá subir os preços cobrados a clientes e empresas, o que elevará os custos de contexto e as tornará menos competitivas.
Metade do eleitorado não usa o seu voto. Esta instabilidade política se reflete na justiça e em decisões fiscais que o investidor sério teme. Ele está focado no mercado e na tecnologia e não quer corromper.
Enquanto os EUA e os sul-americanos fizeram mudanças estruturais, aqui listadas mas não exigidas pela Troika, os países mediterrânicos da UE usaram os fundos e empréstimos para projetos supérfluos e despesismo, o que travou a competitividade. Aqui uns 400 mil fogos construídos e não-vendidos custaram uns 40 mil milhões de euros; sem este capital, as PME não se atualizaram e a maioria perdeu exportações.
As agências de rating ajudaram a banca estrangeira, ao dar a esses países “AA” quando a maioria dos econometristas já alertava para a dívida e uma crise brutal. A banca aqui, com crédito fácil, baixou o nível de prudência, partindo do princípio que os governos evitariam uma crise bancária, a todo custo. Ela retirou do país, uns 90 mil milhões de euros numa década. Uns três mil milhões de euros retornaram quando as Finanças decidiram-se por uma moratória e apenas cobraram 5% para o capital sem exigir “explicações”. Este valor serviu para privatizar uns oligopólios e legalizar euros, que depois saíram para o Luxemburgo, Suíça, Holanda e outros paraísos fiscais. Não criou emprego.
O efeito dos QRENs
Nos países mediterrânicos da UE os Qrens pouco resultaram. As sugestões para boas prioridades, como no “ONTEM E HOJE NA ECONOMIA”, foram ignoradas. Foram usados sobretudo para governos ganharem a simpatia de “opinion-leaders”, através de algumas associações locais ou nacionais; ou para obras supérfluas, o que garantiu vultuosas doações das grandes construtoras aos partidos.
O que os Qrens fizeram até agora é garantir milhares de burocratas nomeados pelos partidos da alternância, que fazem reuniões supostamente para empresários no horário de trabalho. Ali convergem uns poucos políticos, advogados e associativistas, a procura de contatos com quem influencia o uso dos fundos, com poucas exceções. Ora, os empresários a sério só deixam o seu trabalho depois das 17 ou 18h.
O foco no formal, ao aceitar “desk-surveys”, em vez do contacto direto com o mundo de negócios, torna os projetos irreais.
O 2020 SERÁ MELHOR?
Diz o secretário de Estado que sim, estão a contratualizar resultados. Fácil dizer, muito difícil fazer. Como medir resultados? Bons para quem? O objetivo é apenas o lucro a curto prazo? Emprego temporário? E depois?
A maioria dos que lidam com o 2020 têm oralidade, convencem políticos e jornais, mas não têm a experiência dos nichos que irão aprovar e depois avaliar. Baseiam-se em dados do passado e traçam projeções lineares. Mas sabemos que o futuro não é linear, há ciclos de curto, médio e longo prazo, ciclos que diferem muito de setor para outro e cuja amplitude varia. Livros como o PORTUGAL RURAL detalham estes ciclos, que aqui são ignorados.
Jack Soifer
Consultor de Inovação
29 Junho, 2015 18:12
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