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TROIKA - FMI insiste em desvalorização salarial em Portugal

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Mensagem por Admin Qua Nov 18, 2015 5:22 pm

TROIKA - FMI insiste em desvalorização salarial em Portugal 22796166_BINARY_2015_10_11T000429Z_1340479503_GF10000240463_RTRMADP_3_IMF_G20
Christine Lagarde, diretora-geral do FMI. 
Fotografia:REUTERS/Mariana Bazo

O FMI voltou a defender salários baixos para maior competitividade na zona euro e incluiu Portugal na lista dos cinco países que devem fazer este exercício.

Num país atingido pela crise, onde os fluxos de capital privado se contraem e o crédito e investimento se reduzem, a melhor alternativa, diz o FMI, é uma desvalorização da moeda. Mas, apesar de alguns países da zona euro – Portugal incluído – terem sentido tudo isto, a união monetária impede uma descida do preço do dinheiro.

A solução, alertam vários economistas da instituição, deve passar, por isso, por uma desvalorização nominal dos salários. O mesmo é dizer por uma moderação salarial, tantas vezes já pedida durante os anos da troika, mas insuficiente aos olhos destes técnicos.

“O aumento dos salários nominais abrandou fortemente, mas os salários relativos não caíram para níveis pré-crise na maioria das economias do euro atingidas pela crise”, diz o FMI.

Assim, “é preciso um baixo crescimento salarial nominal – moderação salarial – e baixa inflação ou um elevado crescimento da produtividade em relação aos parceiros comerciais”, afirma um grupo de economistas do Fundo num estudo que tenta perceber o impacto económico da moderação salarial na crise do euro.

E as conclusões parecem validar o que foi pedido aos países em dificuldades financeiras nos últimos anos: uma desvalorização salarial poderá ajudar a aumentar a competitividade das empresas, o emprego e, consequentemente o crescimento económico, diz o FMI. Mas esses efeitos são maiores quanto menos países fizerem este exercício em simultâneo, para além de “outras condições”.

“Se apenas um país do euro atingido pela crise fizer esta moderação salarial, o resultado líquido é positivo tanto para essa economia como para toda a zona euro. Se todas as economias atingidas pela crise (que representam 30% do PIB do euro) assumirem esta moderação salarial, o resultado esgota-se no curto prazo”.

Assim, o FMI referencia cinco países do euro a prosseguir a desvalorização nominal dos salários: Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e Itália, como forma de “aumentar o emprego e evitar o regresso a grandes défices de conta corrente”.

Sozinha a desvalorização salarial pode levar a um crescimento adicional de um ponto no PIB destes países, diz o FMI. Mas se a ela se juntarem outras medidas de consolidação orçamental, estas economias podem crescer até três pontos, em três anos.  A dívida pública, por seu lado, também recua.

Ana Margarida Pinheiro
18.11.2015 / 15:44
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