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Pragas, pecados e profetas
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Pragas, pecados e profetas
O debate sobre o estado da nação, o último antes das próximas Legislativas, não teve proporções bíblicas, longe disso.
Mas não faltaram referências ou citações religiosas ou quem se inspirasse no livro sagrado para alimentar um debate que, em certos momentos, mais parecia um recreio da nação. O jogo de provocações começou há uma semana, quando António Costa elegeu os sete pecados capitais do Governo. E quais são eles, segundo o líder socialista? As falsas promessas eleitorais de 2011 (que não previam cortes de salários e pensões, nem subida de impostos), o aumento do desemprego, da precariedade e da emigração, a asfixia da classe média, o aumento da pobreza e das desigualdades, o desinvestimento na educação, o ataque aos serviços públicos e as quebras brutais nos investimentos.
Ontem foi a vez de Passos Coelho reagir, desafiado pelo líder parlamentar do PS. E como respondeu o primeiro-ministro? Com as dez pragas deixadas pelo PS: obras faraónicas como o TGV, contas desequilibradas, desigualdades sociais, défices orçamentais gigantescos, défices externos igualmente dramáticos, desgoverno no sector empresarial do Estado, nacionalização do BPN, défice tarifário da electricidade, endividamento galopante e um desemprego estrutural acima de 10%. Um duelo de inspiração bíblica a que até o líder comunista se juntou com a alusão a falsos profetas.
Cinco horas de debate foi muito tempo para ver tantos deputados e governantes a baterem no peito enquanto desfiavam o seu sermãono parlamento. Porque falta saber o mais importante: quais os dez mandamentos (se quisermos manter o tom bíblico da conversa) que vão orientar o país nos próximos tempos. Porque o actual estado da nação já os portugueses conhecem bem.
Apesar da recuperação de alguns indicadores económicos e do optimismo de muitas previsões, os portugueses ainda estão entre os mais castigados pela carga fiscal e pelas prestações sociais, o empobrecimento é real, os riscos de retrocesso ainda são muitos - e não é preciso existir uma Grécia para lembrar disso - entre outros sinais de que a via sacra ainda não terminou. Ainda assim, governantes e deputados gastaram ontem cinco horas a confessar pecados, a recordar pragas e a exigir actos de contrição, quando deveriam aplicar as suas energias a enumerar as virtudes necessárias e a abrir caminhos viáveis. Já se sabe que ninguém é profeta na sua própria terra. Mas não é preciso sê-lo para perceber o que é preciso - basta ter bom senso. Ou recordar e seguir (cá estão de novo as inspirações bíblicas) as quatro virtudes centrais: prudência, justiça, coragem e temperança. Precisamente as boas práticas que faltaram em muitos momentos da governação e gestão pública nas últimas décadas. E que se deviam aplicar, a bem do futuro estado da nação.
00:05 h
Helena Cristina Coelho
Económico
Mas não faltaram referências ou citações religiosas ou quem se inspirasse no livro sagrado para alimentar um debate que, em certos momentos, mais parecia um recreio da nação. O jogo de provocações começou há uma semana, quando António Costa elegeu os sete pecados capitais do Governo. E quais são eles, segundo o líder socialista? As falsas promessas eleitorais de 2011 (que não previam cortes de salários e pensões, nem subida de impostos), o aumento do desemprego, da precariedade e da emigração, a asfixia da classe média, o aumento da pobreza e das desigualdades, o desinvestimento na educação, o ataque aos serviços públicos e as quebras brutais nos investimentos.
Ontem foi a vez de Passos Coelho reagir, desafiado pelo líder parlamentar do PS. E como respondeu o primeiro-ministro? Com as dez pragas deixadas pelo PS: obras faraónicas como o TGV, contas desequilibradas, desigualdades sociais, défices orçamentais gigantescos, défices externos igualmente dramáticos, desgoverno no sector empresarial do Estado, nacionalização do BPN, défice tarifário da electricidade, endividamento galopante e um desemprego estrutural acima de 10%. Um duelo de inspiração bíblica a que até o líder comunista se juntou com a alusão a falsos profetas.
Cinco horas de debate foi muito tempo para ver tantos deputados e governantes a baterem no peito enquanto desfiavam o seu sermãono parlamento. Porque falta saber o mais importante: quais os dez mandamentos (se quisermos manter o tom bíblico da conversa) que vão orientar o país nos próximos tempos. Porque o actual estado da nação já os portugueses conhecem bem.
Apesar da recuperação de alguns indicadores económicos e do optimismo de muitas previsões, os portugueses ainda estão entre os mais castigados pela carga fiscal e pelas prestações sociais, o empobrecimento é real, os riscos de retrocesso ainda são muitos - e não é preciso existir uma Grécia para lembrar disso - entre outros sinais de que a via sacra ainda não terminou. Ainda assim, governantes e deputados gastaram ontem cinco horas a confessar pecados, a recordar pragas e a exigir actos de contrição, quando deveriam aplicar as suas energias a enumerar as virtudes necessárias e a abrir caminhos viáveis. Já se sabe que ninguém é profeta na sua própria terra. Mas não é preciso sê-lo para perceber o que é preciso - basta ter bom senso. Ou recordar e seguir (cá estão de novo as inspirações bíblicas) as quatro virtudes centrais: prudência, justiça, coragem e temperança. Precisamente as boas práticas que faltaram em muitos momentos da governação e gestão pública nas últimas décadas. E que se deviam aplicar, a bem do futuro estado da nação.
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Helena Cristina Coelho
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