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CIP apela "veementemente" a "compromisso político nacional" após eleições
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CIP apela "veementemente" a "compromisso político nacional" após eleições
ANTÓNIO SARAIVA
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, apelou hoje "veementemente" a um compromisso político nacional após as eleições, já que essa será a única forma de gerar um ambiente de confiança e previsibilidade.
"Esperamos que qualquer que seja o resultado das eleições [legislativas], as principais forças políticas sejam capazes de assegurar a necessária e indispensável estabilidade governativa, mas apelamos veementemente que concretizem um compromisso nacional em torno das grandes linhas de uma estratégia de crescimento sustentado e da execução das principais reformas a elas inerentes", frisou António Saraiva.
O presidente da CIP falava no encerramento do 2º Congresso das Empresas e das Atividades Económicas, com o tema "O que a CIP quer de um Governo", que decorreu hoje em Lisboa.
"É hoje muito claro que só no âmbito de um compromisso alargado político nacional será possível gerar um ambiente de confiança, previsibilidade e de estabilidade, indispensável à realização de reformas que perdurem no tempo e não sejam pervertidas por posteriores alterações que prejudiquem os seus grandes objetivos, que são o crescimento económico e a criação de emprego", sustentou.
António Saraiva reforçou que a estratégia de crescimento "só será exequível num horizonte que necessariamente ultrapassa o período da próxima legislatura" e considerou que é preciso "avançar decisivamente na reforma do Estado".
O responsável apelou ainda para que se promova "um verdadeiro compromisso nacional para a reindustrialização e competitividade nacional", colocando-se "a ênfase nas políticas económicas, mas também numa correta utilização de fundos europeus, na realocação de recursos para a produção de bens e serviços transacionáveis com maior valor acrescentado" e no avanço para 'clusters' mais desenvolvidos.
"Para isso precisamos de uma política industrial para o século XXI", afirmou.
No final da sua intervenção, deixou um conjunto de 11 propostas estruturadas da CIP para o Governo que resultar das eleições.
O grande desafio do próximo governo, considera, é a conciliação da sustentabilidade das finanças púbicas com o estímulo do crescimento económico, "necessárias à resolução do problema do desemprego", nomeadamente "através da redução da carga fiscal, medidas de fomento de investimento privado e retoma do investimento púbico estratégico".
Outras prioridades, defendeu, é avançar decisivamente na reforma do Estado, privilegiar em termos de investimento público as infraestruturas que permitam uma melhoria da conectividade internacional e atração de investimento, fazendo de Portugal "uma plataforma global tirando partido da fachada atlântica nas rotas do comércio mundial e assegurando intermodalidade entre rodovia, ferrovia e transporte marítimo".
Seguem-se também a redução da carga fiscal sobre as empresas e as famílias e os problemas das dívidas das entidades públicas às empresas, que considera urgente, tal como a promoção da redução dos prazos de pagamento.
As questões do financiamento, da aposta na formação e qualificação dos ativos, incluindo os desempregados, a redução dos custos da fatura energética das empresas face às congéneres europeias e dos custos de contexto, nomeadamente através da dispensa da entrega de informação e documentos já detidos pela Administração Pública constam também entre as propostas.
Para António Saraiva, há também que estimular a inovação, implementar uma estratégia coerente de internacionalização da economia e a promover alterações essenciais no domínio da legislação laboral, "assegurando a eliminação da reintegração obrigatória como consequência do despedimento ilícito e a consideração de justas causas de despedimento disciplinar".
POR LUSA
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