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“A nossa região é aquela que tem um maior potencial de crescimento”
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“A nossa região é aquela que tem um maior potencial de crescimento”
Numa altura em que o PSD distrital ainda se encontra a “lamber as feridas” pela não inclusão do seu líder como cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Beja, Mário Simões dá uma entrevista ao “Diário do Alentejo” onde fala abertamente do “desconforto” provocado pela decisão de Passos Coelho, embora se diga empenhado quer na campanha para as Legislativas, quer para as Presidenciais. Em posição não elegível, Mário Simões revela que está na política desde os 17 anos mas que não tem “vivido dela”. E que o seu mandato como deputado decorreu “num contexto político extremamente adverso”.
Aceita como boa a expressão “engolir sapos vivos”, para, de alguma forma, ilustrar o processo de formação da lista por Beja da coligação Portugal à Frente?
Nem boa, nem má! É uma expressão de circunstância, dita, penso eu, a quente e com a qual não me identifico, mas que compreendo.
Que sentimento lhe passou pela alma quando recebeu a chamada de Passos Coelho – penso que foi o presidente do PSD que lhe comunicou a decisão – com a notícia de que o seu nome para cabeça-de-lista por Beja não tinha sido considerado?
Não sei se foi considerado ou não… O presidente do partido comunicou-me quem era a cabeça-de-lista, nos termos das suas competências próprias. Naturalmente que a expectativa da minha Comissão Politica era outra. Quem anda na política tem de estar preparado para todas as eventualidades. A minha alma é social-democrata e o meu sentimento é de serviço pela população do Baixo Alentejo.
Por que razão, após toda esta cambalhota, decidiu integrar a lista do PSD/CDS-PP em segundo lugar? Não acha que esta decisão, pelo menos no domínio público, carrega alguma dose de humilhação?
A pergunta parte de pressupostos que não partilho e que estão errados. Não houve cambalhota da parte de quem quer que seja e muito menos humilhação. Mentir-lhe-ia se dissesse que não houve desconforto. Quem não se sente, não é filho de boa gente. Quanto à opinião pública, sendo livre, pode formular todo o tipo de interpretações e até de insinuações, mas quem milita num partido ou aceita as regras que estão estabelecidas ou então muda de vida. E como já disse anteriormente, nesta circunstância particular, o custo da irresponsabilidade de não aceitar traria mais danos do que o custo do constrangimento da imposição.
Alguma vez ponderou pedir a demissão do cargo de presidente da distrital do PSD, como o fez, por exemplo, o seu colega Fernando Costa em Leiria?
Cada um é livre de agir conforme entender mais adequado. E eu não funciono com base na birra de dentes, nem da ameaça política. Respeito o meu colega Fernando Costa, que curiosamente, tanto quanto sei, não se demitiu. A luta continua e o mais importante é impedir que o PS volte a desgovernar Portugal.
Nilza de Sena, em entrevista ao “Diário do Alentejo”, revelou que manteve conversações com o Mário Simões durante a “crise das listas”. Do que falaram?
Aquilo de que falámos, convirá, só a nós diz respeito.
Como observou a “colagem” de Nilza de Sena à cerimónia que ocorreu recentemente no aeroporto de Beja, ao lado do secretário de Estado Sérgio Monteiro?
Era esse o seu papel. Foi convidada, não se “colou”. Não fazia qualquer sentido, sendo ela a cabeça-de-lista por Beja, não estar presente na cerimónia de um evento com algum peso na consolidação de um projeto para o qual, coletivamente, todos nos empenhámos.
A ausência de Mário Simões neste evento foi notada e até criticada, aliás, pelo membro do Governo que lá esteve presente. Da sua parte, esta foi uma reação de desagrado face à escolha de Passos Coelho?
A minha ausência deveu-se ao facto de nesse dia estar no Porto numa reunião da União de Exportadores da CPLP, de que, como é público, sou o responsável do Núcleo do Baixo Alentejo. Naturalmente que me custou a ausência, desde logo porque me empenhei pessoalmente junto do presidente da ANA para que a empresa AeroNeo se instalasse em Beja com uma unidade de desmantelamento de aeronaves. Posso, aliás, referir que a primeira pessoa a quem o doutor Jorge Ponce de Leão telefonou a informar do acordo com a empresa suíça fui eu. O que me deixou naturalmente satisfeito. É para mim mais importante o trabalho do que as honrarias.
E como comenta as palavras, diria “hostis”, de Sérgio Monteiro em relação ao presidente da distrital de Beja do PSD?
Não conheço declarações do secretário de Estado “hostis” à minha pessoa. Tanto quanto sei houve efetivamente declarações críticas à ausência dos deputados da CDU e do PS que durante a legislatura se desmultiplicaram em requerimentos e declarações públicas sobre o aeroporto de Beja e sobre a falta da captação de investimentos para o mesmo…
Sendo o Mário Simões, historicamente, um elemento muito próximo do presidente do seu partido, que justificação encontra para esta decisão de excluí-lo de cabeça-de-lista?
Normalmente, neste exercício difícil de ter de conjugar renovação, quotas femininas e independentes, aqueles que são mais próximos são os mais sacrificados. A justificação e ponderação nas decisões são sempre do presidente do partido. Ele decidiu. Está decidido. Historicamente somos produto da nossa circunstância.
Há quem fale que algumas intervenções públicas do Mário Simões, de alguma forma em confronto com a ministra da Agricultura, poderão ter precipitado este desenlace. Vê alguma validade nisto?
As minhas intervenções foram válidas e necessárias. Não foram em confronto com o Governo, nem com a ministra da Agricultura. Foram complementares. Hoje voltaria a tomá-las se fosse necessário, com a satisfação de ter tido sempre no CDS distrital colaboração institucional e solidariedade política. Como ensinou Sá Carneiro, primeiro está o País e só depois o partido. Os açaimes não fazem parte do ADN do PSD.
Com esta situação, o PSD do distrito de Beja arranca debilitado para as eleições de outubro? É público e notório que o ambiente no PSD local está de cortar à faca…
O PSD de Beja é hoje um partido de quadros, credível e respeitado na região. É também um partido responsável. Sem falsa modéstia, o trabalho por mim desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos vale para além das barreiras tradicionais do eleitorado do PSD. E é esse capital político granjeado que eu, enquanto presidente da Comissão Politica Distrital, porei ao serviço da equipa candidata pela coligação. O mesmo vale dizer que se desenganem aqueles que pensam que estamos debilitados.
Acha viável a eleição de um deputado da coligação pelo círculo leitoral de Beja?
Nem me passa pela cabeça outro cenário…
De qualquer forma, Mário Simões não irá para o Parlamento, a não ser que aconteça com Nilza de Sena o mesmo que na última eleição ocorreu com Carlos Moedas. O que pensa fazer depois de outubro?
Não tenho por hábito responder sobre cenários. Mas também não me sentirei diminuído se isso vier a acontecer. Politicamente, e a curto prazo, sei que estarei a preparar as eleições para a Presidência da República…. A médio prazo confesso que tenho sido sensibilizado por parte de sectores importantes da sociedade bejense para refletir sobre os desafios que se colocam ao concelho.
Já imaginou a sua vida fora da política?
Estou na política desde os 17 anos, mas com a exceção dos últimos quatro não tenho vivido dela. Fui presidente da JSD no distrito e membro da direção nacional, fui autarca da oposição em Alvito e membro da direção nacional dos autarcas do PSD, conselheiro nacional do PSD e, atualmente, presidente da distrital de Beja… E sempre desenvolvi atividade empresarial e de consultoria. Compare os meus rendimentos, que são públicos, antes de ser deputado e perceberá que tinha rendimentos superiores… Comecei a minha vida profissional e de descontos muito novo a trabalhar na Força Aérea Alemã, aqui na base de Beja. Fui diretor adjunto do “Diário de Beja”, trabalhei na Câmara de Ourique. Tive uma empresa familiar na área da restauração. Estive na área da comunicação e eventos… Fiz consultoria para várias empresas… Enfim, muito mal estaria na vida se a única coisa que soubesse fazer fosse política.
Que balanço faz desta experiência enquanto deputado numa das legislaturas mais duras e negras da história da democracia portuguesa?
Foi uma legislatura difícil, porque herdámos do PS a realidade mais dura e negra da nossa história… Foram quatro anos onde adquiri conhecimentos que nunca imaginei poder vir a ter. Fiz trabalho político num contexto extremamente adverso. Dei a cara por causas e objetivos quando outros se afastaram à espera de uma nova janela de oportunidades, menos comprometedora e mais fácil de gerir. Foram quatro anos tremendos que vivi intensamente, mas sem nunca perder de vista o essencial: justificar e dignificar a função de deputado, percorrendo a região, para conhecer a realidade, as pessoas, os seus problemas, sobretudo na área social e no sector agrícola. Fiz mais de 600 visitas institucionais em todos os 14 concelhos: visitei todas as IPSS do distrito. Lancei o conceito dos roteiros sociais e agrícolas.
Como olha hoje para a nossa região após este período de grande rigor e austeridade?
A nossa região do Baixo Alentejo é hoje aquela que tem um maior potencial de crescimento. A aposta estratégica do Governo, e em particular do primeiro-ministro na conclusão das obras de Alqueva até 2015, revelou-se decisiva para a revolução agrícola que está em curso. O Alqueva é efetivamente o pilar do desenvolvimento económico do distrito. Não só no que diz respeito à realidade agrícola, mas também no que concerne ao turismo. É ainda indutor de uma nova abordagem em matéria de conhecimento com o surgimento de novas áreas de investigação. Não posso deixar de referir o trabalho extraordinário desenvolvido pelo Cebal, na investigação científica e na biotecnologia. Somos hoje uma região procurada por investidores, turistas, académicos e altos quadros. Ora, isso só é possível porque foi feito um trabalho em termos de Governo de sustentabilidade harmónica de desenvolvimento. Olho, pois, para este distrito com muita esperança. Por isso a próxima legislatura será determinante para a consolidação desta estratégia!
Qual foi para si o momento mais marcante deste seu mandato de deputado?
Não consigo destacar. Mas confesso que guardo para mim, a meio da legislatura, no pico da contestação ao Governo, nunca ter deixado de fazer a minha agenda por receio de contestação. Fui sempre bem recebido. Naturalmente que ouvi palavras duras de contestação às políticas do Governo… Mas sabe, fiz a diferença! Levei sempre essas notas de preocupação para Lisboa. Nunca fui adepto da intervenção parlamentar de sofá. Não vamos lá apenas com comunicados ou requerimentos enviados ao Governo. É no terreno, junto das pessoas que se faz o diagnóstico, e é junto de quem decide que se tem de intervir. Por isso, digo-lhe com propriedade que me considero dos parlamentares que melhor defendeu o Baixo Alentejo até hoje.
E qual foi a ocasião em que, mesmo integrando o partido do Governo, se sentiu impotente para contribuir para a sua resolução?
Um deputado, mesmo sendo do mesmo partido do primeiro-ministro, tem uma capacidade de intervenção muito reduzida no que diz respeito a competências executivas. É preciso imaginação e coragem para contrariar um certo conceito absolutista da governação, a que acrescem os pequenos poderes instituídos nos organismos desconcentrados do Estado. Évora ainda tem resquícios desses vícios. Felizmente consegui ultrapassar muitos deles e contei sempre com a sensatez e bom senso do presidente da CCDR, António Dieb.
Por Paulo Barriga
14-08-2015 10:08:25
Diário do Alentejo
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