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Singularidade, paixão e mãos à obra
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Singularidade, paixão e mãos à obra
Em tempo de férias, embora poucas e já passadas, é natural que escreva sobre elas. Elejo o que mais me surpreendeu, aquilo que foi o momento mais gratificante - círculo familiar à parte - do meu mês de agosto: o Festival Internacional de Música de Marvão, Alto Alentejo. Ter-me deparado com um evento de tanta qualidade (trata-se, de facto, de classe mundial!), ter podido viver alguns concertos absolutamente extraordinários e ter constatado a grande presença de público numa zona tão remota do nosso interior despovoado, constituíram elementos daqueles que nos "lavam a alma".
Como foi isto possível? Ou melhor, como é isto possível já que o festival marchará para uma nova edição no próximo ano? Julgo que há três fatores principais, que explicam o sucesso. Desde logo, o sítio: com a sua enorme beleza enquanto casario e o ambiente "fora do tempo" a que nos transporta, Marvão, ao contrário de outros lugares igualmente belos mas que hoje já não são mais do que cenários, conserva um caráter singularmente mágico, autêntico, único!
Em segundo lugar, o sonho de alguém que, tendo-se rendido à vila de que se tornou morador periódico, quis fazer da sua relação com o espaço também um ato de exaltação desse mesmo espaço: refiro-me à paixão do violinista e maestro Christoph Poppen.
A que somo, ainda, a ação denodada de vários agentes, presidente da Autarquia e outros, que souberam acreditar e com espírito fazedor deitaram mãos à obra.
Queria, por fim, sublinhar o respeito demonstrado pelas pessoas do concelho e o cuidado posto na sua adesão afetiva, permitindo-lhes entrada gratuita nos concertos.
Se escrevo sobre o assunto é porque Portugal precisa de exemplos positivos; e este é um deles, num lugar onde realizar algo de primeira grandeza parecia bastante improvável. E também porque há aqui ensinamentos simples: a combinação da ousadia de sonhar com uma oportunidade advinda de condições específicas, raras, e com a vontade determinada em pôr os pés ao caminho, pode fazer acontecer coisas fascinantes. Como foi o caso!
Com um bónus: é dando-lhe vida e envolvendo quem lá vive que melhor se defende e preserva o património.
* REITOR DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
25.08.2015
MANUEL ANTÓNIO ASSUNÇÃO
Jornal de Notícias
Como foi isto possível? Ou melhor, como é isto possível já que o festival marchará para uma nova edição no próximo ano? Julgo que há três fatores principais, que explicam o sucesso. Desde logo, o sítio: com a sua enorme beleza enquanto casario e o ambiente "fora do tempo" a que nos transporta, Marvão, ao contrário de outros lugares igualmente belos mas que hoje já não são mais do que cenários, conserva um caráter singularmente mágico, autêntico, único!
Em segundo lugar, o sonho de alguém que, tendo-se rendido à vila de que se tornou morador periódico, quis fazer da sua relação com o espaço também um ato de exaltação desse mesmo espaço: refiro-me à paixão do violinista e maestro Christoph Poppen.
A que somo, ainda, a ação denodada de vários agentes, presidente da Autarquia e outros, que souberam acreditar e com espírito fazedor deitaram mãos à obra.
Queria, por fim, sublinhar o respeito demonstrado pelas pessoas do concelho e o cuidado posto na sua adesão afetiva, permitindo-lhes entrada gratuita nos concertos.
Se escrevo sobre o assunto é porque Portugal precisa de exemplos positivos; e este é um deles, num lugar onde realizar algo de primeira grandeza parecia bastante improvável. E também porque há aqui ensinamentos simples: a combinação da ousadia de sonhar com uma oportunidade advinda de condições específicas, raras, e com a vontade determinada em pôr os pés ao caminho, pode fazer acontecer coisas fascinantes. Como foi o caso!
Com um bónus: é dando-lhe vida e envolvendo quem lá vive que melhor se defende e preserva o património.
* REITOR DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO
25.08.2015
MANUEL ANTÓNIO ASSUNÇÃO
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