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Terminal no Barreiro terá impacto negativo "muito significativo"
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Terminal no Barreiro terá impacto negativo "muito significativo"
Estudo de 2009 afastou a opção que volta a ser estudada pelo governo. Em causa, os impactos ambiental e económico das dragagens exigidas
A construção e operação de um terminal de contentores no Barreiro já foi analisada no passado recente e afastada em detrimento da Trafaria.
Os estudos realizados entre 2006 e 2009 para a Administração do Porto de Lisboa (APL) apontam dois grandes obstáculos à localização que voltou a ser colocada em cima da mesa pelo governo como hipótese para o novo porto de águas profundas.
O primeiro tem a ver com as limitações naturais do local, que implicam um elevado volume de dragagens e condicionam a operação ao restringir a dimensão dos navios que pode receber.
O segundo obstáculo é uma consequência do primeiro. As intervenções exigidas ao nível de dragagens, quer na fase de construção quer de exploração, teriam como efeito a ressuspensão de grandes quantidades de metais pesados que estão depositados no rio.
Os estudos desenvolvidos pela DHV/FBO e Ecorys concluem que estes impactos "são negativos e muito significativos", de acordo com a documentação enviada pelo governo aos partidos no quadro da discussão das infra--estruturas prioritárias.
Os documentos consultados pelo i alertam que na área de intervenção estão retidos no leito sedimentos com valores de concentração de metais pesados (arsénio e mercúrio) muito elevados, e que resultam da antiga operação da Quimigal.
Sendo uma zona sedimentar muito contaminada com elementos tóxicos, o Barreiro é particularmente sensível à alteração e remoção do substrato móvel no leito do rio.
Face à natureza da obra e das intervenções, são de esperar impactos significativos ao nível da ressuspensão de elevados níveis de arsénio e mercúrio.
O problema é agravado pela necessidade de dragagens de manutenção durante a fase de operação, para manter os canais navegáveis.
Em situação de exploração podem mesmo ser ultrapassados, em alguns poluentes atmosféricos, os valores definidos para a protecção da saúde humana. As dragagens de manutenção oneram também os custos de operação de um terminal no Barreiro.
As dúvidas sobre a possibilidade de realizar as dragagens necessárias às condições de acessibilidade e as limitações de escala aos navios porta-contentores levaram à escolha da Trafaria como a localização mais vantajosa para a construção de um novo porto de águas profundas na zona de Lisboa.
Esta opção foi defendida pelo actual governo, que apresentou o projecto no ano passado, mas a forte oposição local levou a reponderar a localização. O Barreiro voltou a ser uma hipótese em avaliação e tem a seu favor o consenso das câmaras da margem sul de Lisboa, incluindo a do Barreiro.
O ministro da Economia, Pires de Lima, e o secretário de Estado, Sérgio Monteiro, já reconheceram que as dragagens são um constrangimento ao projecto, designadamente a nível do custo para o Estado.
O executivo e a Administração do Porto de Lisboa estão a aprofundar, com o apoio do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), os estudos comparativos sobre a viabilidade técnica, económica e financeira do Barreiro e da Trafaria, e a localização deverá ser anunciada em Abril. Só mais tarde será promovida uma avaliação ambiental mais profunda da opção escolhida.
"BARREIRO NUNCA SERIA ALTERNATIVA" Mas para o antigo presidente da Administração do Porto de Lisboa, já não há dúvidas. "O Barreiro nunca seria uma alternativa", sublinhou ao i Manuel Frasquilho, que liderou o porto de Lisboa até 2009.
Além das implicações ambientais, as condições naturais limitam a entrada de navios de maior dimensão, que são cada vez mais utilizados pelos armadores internacionais.
Os estudos concluídos em 2009 já avisavam que o Barreiro não permitiria o acesso ao terminal dos navios considerados no estudo de mercado que avaliou a procura potencial.
A ponderar-se esta localização, seria necessário rever os pressupostos que apontavam para um terminal com fundos mínimos para 14 metros que na, sua última fase, permitiria a movimentação de dois milhões de TEU (unidade de contentores) por ano.
Até as vantagens económicas da opção Barreiro face à Trafaria que o estudo aponta, sobretudo pelo menor investimento exigido nos acessos rodoviário e ferroviário, já não são as mesmas. Esta conclusão, sublinha Manuel Frasquilho, era muito sustentada na ponte Chelas- -Barreiro, projecto que está suspenso.
A APL estudou também as opções Mar da Palha, uma plataforma a meio do estuário do Tejo que seria servida pela ponte Chelas-Barreiro e pela zona de Algés/Jamor.
Esta opção foi afastada por exigir grandes obras hidráulicas e ser de difícil compatibilização com a linha ferroviária de Cascais.
Já o projecto de duplicação da capacidade do terminal de contentores de Alcântara, previsto no polémico contrato assinado no governo de Sócrates com a Liscont, foi chumbado em sede de impacto ambiental.
O aumento da eficiência deste terminal poderá permitir responder ao aumento de procura até ao final desta década. Mas e depois?
"Se ambientalmente não for possível e se a nível económico for desinteressante, esta oportunidade não será aproveitada. Teremos pena, mas não poderá ser aproveitada", disse Pires de Lima esta semana no parlamento.
ALTERNATIVAS
TERMINAL DA TRAFARIA
Pontos fortes
• A Trafaria é considerada a melhor localização para um porto de águas profundas, quer a nível de execução do projecto, quer no plano da operação portuária;
• O estudo considera que o impacto ambiental é negativo, mas pouco significativo.
Pontos fracos
• Tem a oposição frontal da câmara de Almada e das entidades locais;
• Investimento é mais elevado por causa dos acessos. A ligação à rede ferroviária custa 160 milhões de euro;
• A nível ambiental, há o receio de que o fecho da golada do Tejo possa ter efeito negativo nas praias da Caparica.
TERMINAL NO BARREIRO
Pontos fortes
• Esta solução ganha a nível económico, muito devido aos acessos rodoviários e ferroviários, mas a avaliação contava com a ponte entre Chelas e Barreiro, projecto que foi suspenso;
• Tem o apoio da Câmara do Barreiro e das autarquias comunistas da margem Sul.
Pontos fracos
• Localização limita dimensão dos navios a receber e a capacidade do terminal;
• Execução exige grande volume de dragagens (remoção de 21,6 milhões de metros cúbicos) do leito;
• Operação exige dragagens de manutenção de canais de navegação, bacias de acostagem e manobra que oneram custo de exploração;
• Impacte ambiental mais prejudicial para o estuário do rio na construção e operação. Dragagens podem “ressuspender” grandes quantidades de metais pesados (arsénio e mercúrio) depositados no leito. Impactos são negativos e muito significativos e em operação podem ser ultrapassados limites para poluentes atmosféricos no contexto da protecção humana.
Por Ana Suspiro
publicado em 21 Mar 2014 - 05:00
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