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Caminhando contra o vento
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Caminhando contra o vento
Enquanto escrevo estas linhas, milhares de pessoas vão percorrendo a pé o centro da Europa, formando uma coluna de gente a fugir da guerra. À procura de uma vida sonhada. Nunca imaginei assistir a isto. Sentindo-o tão próximo. Rectifico: sentindo-me parte do problema.
Talvez se tenha perdido demasiado tempo a combater os discursos xenófobos que florescem na extrema-direita europeia quando nas instituições da União Europeia se ia impondo o poder xenófobo do capital. O muro do fascista governo húngaro – que a partir de hoje bloqueará a passagem de refugiados por aquele país – não é mais violento que esta inacção, justificada em floreados retóricos como os que Durão Barroso ensaiou na Universidade de Verão do PSD. “Tem de ser uma política de portas abertas, mas não escancaradas”, declarou Barroso que, mais do que todos nós, é responsável por estas guerras no Médio Oriente. Em Paris, no conforto de uma sala aquecida a uma temperatura confortável para os seus fatos e gravatas de fino recorte, o também português António Guterres, bem instalado alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, partilha o palco de uma conferência de imprensa com um seu camarada socialista francês. Ao discurso vazio de Guterres, o ministro do Interior Bernard Cazeneuve não se coíbe de responder com um aviso com especial significado para os portugueses: “Os que imigram por motivos económicos devem retornar aos seus países de origem.” Cazeneuve fala inclusivamente em “hotspots” de fronteira que possam barrar o caminho a quem tente atravessá-las.
Mais do que nunca, compete-nos escolher ou calar. Entre serviçais das políticas da UE como Passos Coelho, que ainda em Junho se orgulhava de ter regateado a quota de refugiados atribuída a Portugal, e gente como nós, que em Barcelona procura constituir uma rede de cidades-refúgio para construir uma resposta sem muros.
Escreve à segunda-feira
Tiago Mota Saraiva
31/08/2015 08:00
Jornal i
Talvez se tenha perdido demasiado tempo a combater os discursos xenófobos que florescem na extrema-direita europeia quando nas instituições da União Europeia se ia impondo o poder xenófobo do capital. O muro do fascista governo húngaro – que a partir de hoje bloqueará a passagem de refugiados por aquele país – não é mais violento que esta inacção, justificada em floreados retóricos como os que Durão Barroso ensaiou na Universidade de Verão do PSD. “Tem de ser uma política de portas abertas, mas não escancaradas”, declarou Barroso que, mais do que todos nós, é responsável por estas guerras no Médio Oriente. Em Paris, no conforto de uma sala aquecida a uma temperatura confortável para os seus fatos e gravatas de fino recorte, o também português António Guterres, bem instalado alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, partilha o palco de uma conferência de imprensa com um seu camarada socialista francês. Ao discurso vazio de Guterres, o ministro do Interior Bernard Cazeneuve não se coíbe de responder com um aviso com especial significado para os portugueses: “Os que imigram por motivos económicos devem retornar aos seus países de origem.” Cazeneuve fala inclusivamente em “hotspots” de fronteira que possam barrar o caminho a quem tente atravessá-las.
Mais do que nunca, compete-nos escolher ou calar. Entre serviçais das políticas da UE como Passos Coelho, que ainda em Junho se orgulhava de ter regateado a quota de refugiados atribuída a Portugal, e gente como nós, que em Barcelona procura constituir uma rede de cidades-refúgio para construir uma resposta sem muros.
Escreve à segunda-feira
Tiago Mota Saraiva
31/08/2015 08:00
Jornal i
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