O conservadorismo europeu

Já foi demonstrado vezes sem conta que a imigração tem pouco efeito na taxa de desemprego e nos salários

O mundo chocou-se esta semana com mais imagens dramáticas de refugiados da Síria e do Médio Oriente a tentarem chegar à Europa. Os refugiados sírios não são caso único, nem sequer os primeiros a chegar a Europa. Em Portugal, após o 25 de Abril, tivemos um aumento de quase 10% na nossa população em pouco tempo, com a vinda dos retornados das colónias, um aumento muito maior do que aquele que está em causa hoje.

Em França, em 1962, 600 mil argelinos foram acolhidos depois da guerra da independência neste país. Não são tantos como os sírios hoje, mas em proporção da população total, são bem mais. Fora da Europa, quando a URSS expulsou os judeus nos anos 70, a população de Israel subiu 12%. Em 1980, quando o ditador Fidel Castro permitiu por uns meses que os desgraçados cubanos pudessem escapar ao seu jugo opressor, cerca de 125 mil aterraram em Miami, aumentando a população ativa em 17%.

Este movimentos foram mais repentinos do que o influxo de sírios para a Europa hoje. Eles foram mais extremos nos números. Pelo menos num dos casos, trouxeram até mais "indesejáveis": muitos dos cubanos que saíram do porto de Mariel para Miami eram criminosos libertados das prisões cubanas e, mesmo entre os outros, poucos tinham muitos anos de escolaridade ou habilitações. No entanto, hoje todos eles estão integrados e têm vidas prósperas em comparação com os seus antepassados ou com aqueles que não emigraram.

Nos debates na Europa, abusa-se de argumentos económicos sem grande validade. Já foi demonstrado vezes sem conta que a imigração tem pouco efeito na taxa de desemprego e nos salários. Para além disso, os destinos preferenciais destes refugiados são a Inglaterra ou a a Alemanha, que têm hoje taxas de desemprego abaixo da média dos últimos 30 anos. O argumento que fala na pressão sobre os benefícios sociais também não convence. Não seria difícil alterar as regras para que as pessoas não tivessem direito a subsídio de desemprego, rendimento mínimo, ou habitação social até passarem um numero mínimo de anos no país.

Menos referido, mas mais forte nos dados, é o facto de estes imigrantes trazerem valores culturais que vão ficar com eles. Quando olhamos para os resultados de censos e inquéritos aos imigrantes de 2a e 3a geração na Europa ou nos EUA, é surpreendente ver como muitas das diferenças da opinião acerca do papel das mulheres, da confiança nos outros, ou no papel da democracia estão relacionadas com os pontos de vista no país de origem das suas famílias há décadas atrás. Até entre alemães nascidos em famílias que vinham do Leste e Oeste, mas que hoje moram na mesma rua, passados 26 anos ainda há diferenças claras de opinião nos inquéritos sobre as desejadas funções do Estado.

Os europeus têm por isso razão quando dizem que estas pessoas vão mudar os seus países. A oposição dos conservadores à esquerda e à direita é justificada. Já se esta aversão à mudança é justificável de um ponto de vista moral é uma questão bem mais difícil.

Por Ricardo Reis
04/09/2015 | 23:59 |  Dinheiro Vivo

A nota pessoal:

Os EUA a migração de Sul e de Central Américas iniciou pró-década de 50 as razões as guerras nas revoluções esquerdistas e as ditaduras a procura a melhoria de vida e a segurança, na fronteira dos EUA e do México com as milícias anti-migração, o trafico droga e humano e como um grande registo de mortes.   

A Europa a migração da Primeira e da Segunda Guerra Mundial em movimento de fuga da Alemanha nazis, do final da Alemanha, da Itália, da Áustria e da URSS para a França e os EUA e na Guerra na Segunda Guerra Mundial no principal fluxo humano de migração.

O Portugal o fluxo migração a pro-Segunda Guerra Mundial para as obras na reconstrução de França, de Bélgica, de Holanda e de Alemanha e a esquerdistas para a Alemanha Ocidente e Oriente e a URSS a ir estudar e trabalhar.