Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!

Participe do fórum, é rápido e fácil

Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!
Olhar Sines no Futuro
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Entrar

Esqueci-me da senha

Palavras-chaves

2015  2011  2018  2012  2017  2016  2019  2010  2013  tvi24  2014  cmtv  cais  2023  

Últimos assuntos
» Sexo visual mental tens a olhar fixamente o filme e ouvi fixamente
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptyQui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin

» Apanhar o comboio
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin

» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin

» A outra austeridade
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin

» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin

» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin

» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin

» Pelos caminhos
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin

» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade EmptySeg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin

Galeria


Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade Empty
novembro 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Calendário Calendário

Flux RSS


Yahoo! 
MSN 
AOL 
Netvibes 
Bloglines 


Quem está conectado?
138 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 138 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm

Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade

Ir para baixo

Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade Empty Perceções nacionais arrastadas pela onda de humanidade

Mensagem por Admin Dom Set 06, 2015 10:49 am

Perante os nossos olhos, enquanto crianças afogadas vão dando às costas da nossa vergonha, duas grandes nações enfrentam uma inversão histórica dos seus papéis. O movimento em massa de pessoas está no centro tanto da história americana como alemã. Mas, confrontados com crises migratórias, os dois países têm respondido de formas muito diferentes daquelas que a sua história faria prever.

Nos Estados Unidos, os versos de Emma Lazarus, que transformaram a Estátua da Liberdade - inicialmente concebida como um símbolo do republicanismo internacional - num farol de esperança para "o miserável refugo das suas costas apinhadas", ainda assomam ao porto de Nova Iorque. E contudo hoje o seu ativista presidente está incaracteristicamente silencioso quanto à tragédia dos refugiados. Entretanto, os republicanos candidatos a sucederem--lhe na Casa Branca, incluindo aqueles com antepassados imigrantes, competem para ver quem mais denuncia os residentes ilegais, avançando com propostas para "proteger" uma fronteira que já é defendida por cerca de 20 mil efetivos, um orçamento de 3,6 mil milhões de dólares e centenas de milhas de vedação.

Na Alemanha, por outro lado, onde há apenas três quartos de século uma das mais impiedosas campanhas de desumanização e extermínio foi executada em nome da pureza da raça, a chanceler tem sido uma torre de decência moral. O povo alemão, de um modo geral, respondeu ao flagelo dos refugiados com calorosa humanidade. Do outro lado do Atlântico, a discussão é só sobre muros e deportações maciças (no caso de Donald Trump, de uns 11 milhões de almas); na Alemanha fala-se de fazer preparativos para que 800 mil pessoas desesperadas encontrem asilo.

O nosso mundo enfrenta três problemas esmagadores. Há a implacável degradação do ecossistema do planeta; depois a monstruosa e cada vez mais vasta desigualdade entre ricos e pobres. E, por fim, está o maior de todos, que aqueles que nasceram no final da II Guerra Mundial não esperavam e que se revelou absolutamente criminoso. Trata-se da divisão entre aqueles que querem viver com pessoas que se parecem e soam como elas e aquelas que acreditam que as diferenças de cor, de fé e de língua não são uma barreira à partilha do bairro - desde que os novos habitantes adotem os mesmos princípios de tolerância que lhes permitiram ali chegar.

Apesar de, desde a sua fundação, os Estados Unidos celebrarem o carácter único que têm, enquanto primeira nação de imigrantes, a sua atitude tem sido pouco constante. Naquele que é um dos maiores louvores ao modo de vida americano, a obra Letters of an American Farmer, publicada em 1782, Hector St. John Crèvecoeur saudava a jovem república por ser o único lugar do mundo onde, independentemente das origens, raça ou idioma, seguir os mesmos ideais democráticos bastava para tornar um imigrante um cidadão. Mas um século mais tarde, com centenas de milhares de pessoas a jorrar da Itália e da Europa de Leste, o The New York Times fez soar um alerta digno de Trump. Em maio de 1887, sete meses depois da oferta da Estátua da Liberdade e no próprio dia em que 13 vapores deixaram em terra dez mil imigrantes num único dia, os editores da publicação fumegaram: "Devemos aceitar os indigentes da Europa, os seus criminosos, lunáticos, revolucionários enlouquecidos e vagabundos?"

No entanto, milhões continuaram a vir, compondo o rico barro de diferentes etnias a partir do qual os Estados Unidos do século XX alimentaram o seu quadro económico e cultural. Isto mudou após a Primeira Guerra Mundial. Em 1924, num discurso no Congresso, Ellison DuRant Smith, senador da Carolina do Sul, insistia: "Agora temos população suficiente no nosso país para podermos fechar a porta e criar um cidadão americano puro e não adulterado."

Como era inevitável, um sistema brutal de quotas, baseado em percentagens mínimas de populações já presentes no país, deu início ao encerrar de portas. Durante os anos 1930, tais portas esmagaram judeus desesperados por fugir do Reich, condenando--os à destruição. Na mesma década, ataques violentos contra trabalhadores mexicanos na Califórnia persuadiram-nos a voltar a casa; dezenas de milhares de outros foram deportados. Pior ainda, os Estados Unidos patrocinaram duas conferências sobre "o problema dos refugiados" em Evian, em 1938, e em Bermuda, em 1943 - quando o horror do Holocausto já era conhecido -, em que ao contorcer de mãos e às lágrimas de crocodilo se seguiu uma firme inação.

Quão notável é, então, que seja a Alemanha o país mais recetivo ao drama dos refugiados sírios - não apenas pela retidão de Angela Merkel (que também foi excecional no combate ao antis- semitismo emergente) mas também pela generosidade do seu povo. Talvez seja precisamente a sua demonização como a torturadora dos muito sofredores gregos que tenha levado a senhora Merkel a perceber que se a União Europeia quer sobreviver necessita de outra razão de ser que não seja a de superintender a retidão fiscal. Ou talvez o momento da verdade tenha apenas chegado inadvertidamente para ela, para a Alemanha e para os 28 Estados da União Europeia.

Seja como for, é este tema, e não a questão da dívida soberana, que irá decidir se a Europa vive ou morre como algo mais do que um simples sintonizador do ciclo de negócios. Sem dúvida que haverá uma conferência. Rezemos para que não seja uma simples charada oca como a de Evian ou Bermuda. Rezemos de novo para que seja o momento em que a Europa - incluindo a Grã-Bretanha - descubra finalmente aquela parte há muito perdida da sua anatomia: coluna vertebral moral.

por SIMON SCHAMA historiador britânico
Diário de Notícias
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 16761
Pontos : 49160
Reputação : 0
Data de inscrição : 07/12/2013
Idade : 37
Localização : Sines

http://olharsinesnofuturo.criarforum.com.pt

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos