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Reflexão sobre a crise dos imigrantes de África e do Médio-Oriente
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Reflexão sobre a crise dos imigrantes de África e do Médio-Oriente
Esta questão, ao contrário do que possa parecer, tem várias vertentes da análise política e várias implicações (segurança e economia) para a Europa que importa analisar de forma séria.
Seria de esperar (porventura ingenuidade minha) que o Poder Político e a Comunicação Social o fizessem.
Mas verifico que assim não é, excepto raras e honrosas excepções.
Assim cabe-me contribuir, ainda que de forma necessariamente breve, para que as pessoas que fazem o favor de ler o que vou escrevendo tenham à sua disposição uma grelha de leitura desta questão complexa, para que possam formar as suas próprias opiniões sobre a matéria.
É isso que vou tentar fazer, pedindo desde já desculpa de o presente texto não ser mais reduzido.
Os meus prezados leitores julgarão se fui capaz e se vos fui útil.
Resumo – Grelha de Leitura
(1). Na análise política:
1.1. – Causas deste movimento de pessoas;
1.2. – Aproveitamento e meios utilizados;
1.3. – Capacidade de acolhimento.
(2). Implicações no campo da segurança
(2.1). – Para os Governos dos países da Europa;
(2.2). – Para os cidadãos residentes na Europa;
(3). Implicações no campo da economia
– para as Economias dos países de origem;
– para as Economias dos países de destino.
No campo da civilização
– para a Europa Ocidental;
– para a Europa Oriental.
(4). O que deveria ser feito para evitar esta situação
(1). Comecemos então pela brevíssima e incompleta análise política.
1.1. – Os factos:
O Ocidente invadiu o Iraque a Líbia invocando como razões a natureza dos respectivos regimes políticos, a eventualidade de possuírem armas químicas e biológicas, ou seja que eram uma ameaça. Deixaram que a Síria fosse alvo de guerra civil.
Não vou discutir estes “argumentos”, mas sim o seu resultado.
Desestruturaram regimes políticos que mantinham populações muito heterogéneas agregadas e organizadas e em paz.
Criaram vazios de poder e quando isso acontece, origina convulsões sociais e políticas difíceis de dominar.
Em consequência as populações civis ficam entregues a si próprias e à mercê da violência de grupos que pretendem conquistar o poder.
1.2. – Aproveitamento e Meios utilizados;
Esses grupos organizados ao provocarem a violência para dominar as populações provocam o surgimento de grupos (sob a sua orientação ou espontâneos guiados apenas pela ganância individual) que proporcionam meios de fuga às populações, quer para países vizinhos, quer para outros destinos (no caso a Europa);
Estes grupos, se patrocinados pelos poderes emergentes, podem até nem cobrar um cêntimo àqueles que naturalmente querem fugir aos conflitos.
É uma forma de se livrarem de encargos financeiros, económicos e políticos, (ficando só com os considerados fiéis ao novo poder no seu território) podendo utilizar esses movimentos para infiltrarem agentes seus em países considerados inimigos, dada a dificuldade de controlo individual no destino.
Se espontâneos, aproveitam essa vontade para cobrar dinheiro e ganhar com fortunas, dada a quantidade de pessoas envolvidas.
1.3. – Na capacidade de acolhimento.
Qualquer que seja o País, existem duas limitações de facto:
– O espaço territorial, que não é elástico;
– A capacidade de sustentar e integrar essas pessoas, que não é infinita.
(2). Implicações no campo da segurança
(2.1). – Para os Governos dos países da Europa;
Ora sendo o acima exposto real, os Governos (em qualquer regime: feudal, monarquia, república, cidade-estado, principado, etc…) dos diversos territórios estabeleceram desde sempre, pelo menos desde o Império Romano, que a vinda para o seu território de pessoas que nele não tenham nascido ou que não tenham vínculos de cidadania com os mesmos, obedeceria a regras de autorização dos governos respectivos.
No caso presente a vinda de pessoas com culturas, hábitos, religião, muito diferentes agrava o problema, pela potencial desestabilização social que isso pode provocar nos países de destino e que se constitui como um potencial perigo para a vida das populações respectivas.
Uma outra dimensão não desprezível refere-se ao perigo de os grupos que lutam pelo poder nos países de origem, infiltrarem agentes seus com a finalidade de desestabilizarem a ordem social e a organização dos países de destino, o que no caso presente é uma realidade visto a existência, por exemplo, do “Estado Islâmico – ISIS”, AlQuaeda, etc… que têm como finalidades:
– A tomada de poder político, por via militar, do Iraque, Líbia e Síria;
– O ataque à civilização ocidental, vistos como “infiéis”, e sua submissão pela via do terrorismo.
(2.2). – Para os cidadãos residentes na Europa;
Não deixando de lado a questão humanitária, (sentimento bem explorado com a conivência inconsciente dos meios de comunicação da civilização ocidental), este movimento de pessoas pode desembocar numa situação de Imigração para a Europa de mais alguns (não centenas, nem milhares) milhões de pessoas para o seu território finito e com capacidades económicas e financeiras também elas finitas.
(3). Implicações no campo da Economia
– para as Economias dos países de origem;
– para as Economias dos países de destino.
No campo da Civilização
– para a Europa Ocidental;
– para a Europa Oriental.
Ora, em consequência, esta situação tem um potencial de desestruturação da civilização ocidental, que reputo de grave, pois terá implicações no emprego/desemprego, na subversão dos valores religiosos, na introdução de costumes e culturas diferentes, com implicações a prazo na ordem e na paz dos diversos países (Vidé: a situação de Paris e seus subúrbios, na Alemanha, e noutros países europeus).
Terá consequências óbvias no bem-estar geral das populações já existentes nos países de destino, com prejuízo dos seus naturais e sem benefício evidente para os Imigrantes, pelas consequências de um aumento súbito da despesa e do número de pessoas residentes no mesmo.
Uma pequena nota:
Em Portugal, por exemplo mas não só, é estranho (para mim claro), que existindo 2 milhões de pessoas em Portugal que vivem na pobreza, e mais 1 milhão que para lá caminha, ver certos sectores políticos advogarem a libertação de dinheiro público/fundos para sustentar os que potencialmente vêem.
Para a Civilização:
Ao longo de séculos a história da existência das duas civilizações, foi de confronto (a Ocidental, a Árabe, a Muçulmana). Ou seja só a espaços foi pacífica.
Embora nos territórios das ex-Províncias Ultramarinas, (dado o espirito universalista dos portugueses e o seu domínio), tenha proporcionado uma convivência, na maior parte do tempo, pacífica entre estas civilizações.
– Ou seja, esta situação não é nova.
Lembremos que Portugal, o seu Fundador Dom Afonso Henriques teve que defrontá-los; Existiram Cruzadas do Ocidente;
E lembremos também os recentes atentados terroristas em Paris, na Dinamarca, em Madrid, em Londres, etc…
Não que a maioria dos afectados civis tenham esses comportamentos.
Mas porque o seu aproveitamento pelos detentores do poder nos países da origem, dado o descontentamento a seguir gerado pelas reais e difíceis condições de vida que, (passada a época de contentamento inicial) se verificarão (e se verificam já) nos países europeus, gerarão conflitos de consequências imprevisíveis, sem ganhos para ninguém.
– Nem para os Imigrantes, que dificilmente encontrarão emprego que os sustente e lhes dê uma vida digna, dado que passada a fase de acolhimento os Estados deixarão de os sustentar, como é óbvio.
– Nem para os já residentes e naturais dos países de destino, dado os inevitáveis choques de culturas, de religião, de costumes, e dada a verificação de que o desemprego se agravará.
(4). – O que deveria ser feito
Em vez de a Europa enviar dinheiro sem regras, (como até hoje tem sido feito), ou através de pseudo-organizações humanitárias que acabam por financiar os poderes políticos, sem benefício para as populações dos países em questão, deveria:
Através de Agências das Nações Unidas, com uma supervisão apertada, proporcionar:
(4.1) – O Investimento dirigido, vigiado e controlado no seu início, em Unidades produtivas, que criasse emprego estrutural nesses países de origem, fixando assim as suas populações;
(4.2). – Financiasse e ajudasse a estabelecer nesses países Instituições de Ensino Técnico Profissional que formassem a sua juventude e lhe desse perspectivas de evolução nas suas vidas e de esperança no futuro no seu país;
(4.3). – Financiasse e assistisse tecnicamente, com pessoal especializado, o aparecimento de unidades de saúde devidamente equipadas.
Duas pequenas reflexões adicionais:
(A). – As Nações Unidas deveriam chamar, entretanto, a atenção da Arábia Saudita, dos Principados Árabes seus vizinhos (Koweit, Dubai, Emiratos Árabes Unidos, etc…) para esta questão, e não deixar todo este problema a cargo apenas da Europa.
(B). – As Nações Unidas deveriam chamar a si, através das Missões Militares de Manutenção da Paz, a organização de contingentes que, em colaboração, com os países vizinhos da origem destes movimentos migratórios, os pudessem melhor controlar e organizar.
Bom, esta brevíssima e incompleta análise já vai, mesmo assim, muito longa.
Muito mais teria para dizer, mas fico-me por aqui.
Obrigado por me ter lido.
Espero ter sido útil.
Miguel Mattos Chaves
Vice-Presidente da Comissão Europeia da Sociedade de Geografia, Gestor, Doutorado em Estudos Europeus (dominante: Economia), Auditor de Defesa Nacional
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