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Olha para o que eu digo...
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Olha para o que eu digo...
Rui Rio decidiu, esta semana, repisar o seu discurso de sempre relativamente à Comunicação Social e às suas responsabilidades na degradação do regime democrático.
Os diversos órgãos de Comunicação Social fizeram eco da sua intervenção (que não se pode desligar da necessidade que sente de se manter na ribalta, agora que foi forçado a adiar para depois das legislativas o eventual anúncio da sua candidatura presidencial): "há demasiadas notícias deturpadas, sem verdade, rigor, isenção e independência", "vão todos atrás da palha que [os políticos mais experientes] lhes põem em cima da mesa" ou "a Comunicação Social tem um fraco sentido de Estado" foram frases publicadas.
Confesso que estou de acordo com Rio numa visão crítica sobre o papel da Comunicação Social. Mas esta concordância é naturalmente questionada pela prática. É que Rio, enquanto presidente da Câmara, montou um verdadeiro império comunicacional, que incluía uma luxuosa revista, um site, um canal de televisão e painéis eletrónicos espalhados pela cidade (que passavam mensagens políticas). Alimentado por uma equipa que incluía o seu chefe de Gabinete (administrador de um grupo de Comunicação Social), diversos jornalistas profissionais e muito dinheiro público. Esperava-se que Rio, como chefe deste grupo de Comunicação Social, fosse coerente com o que diz defender. Mas tal não aconteceu. Rio serviu-se de dinheiros públicos para atacar os seus adversários políticos (alguns dos quais eleitos municipais e a quem não dava o direito de livremente defenderem os seus pontos de vista), deturpava e/ou truncava as opiniões dos seus opositores, dava cobertura a meiasverdades e, muitas vezes, mentia deliberadamente.
Dir-me-ão, alguns, que esta minha opinião é suspeita. Nem de propósito, Rui Moreira, o seu sucessor, suspendeu a revista que Rio editava e apresentou, também esta semana, o novo jornal municipal. Ainda não o li, mas retenho algumas ideias: todos os partidos da Oposição têm direito a um espaço livre, apenas surge uma foto do presidente (ao contrário do que acontecia com Rio), não há "textos laudatórios" da atividade municipal...
Mais claro não podia ser. Quanto a Rio, e como diz o povo, "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço"...
*ENGENHEIRO
21.09.2015
RUI SÁ
Jornal de Notícias
Os diversos órgãos de Comunicação Social fizeram eco da sua intervenção (que não se pode desligar da necessidade que sente de se manter na ribalta, agora que foi forçado a adiar para depois das legislativas o eventual anúncio da sua candidatura presidencial): "há demasiadas notícias deturpadas, sem verdade, rigor, isenção e independência", "vão todos atrás da palha que [os políticos mais experientes] lhes põem em cima da mesa" ou "a Comunicação Social tem um fraco sentido de Estado" foram frases publicadas.
Confesso que estou de acordo com Rio numa visão crítica sobre o papel da Comunicação Social. Mas esta concordância é naturalmente questionada pela prática. É que Rio, enquanto presidente da Câmara, montou um verdadeiro império comunicacional, que incluía uma luxuosa revista, um site, um canal de televisão e painéis eletrónicos espalhados pela cidade (que passavam mensagens políticas). Alimentado por uma equipa que incluía o seu chefe de Gabinete (administrador de um grupo de Comunicação Social), diversos jornalistas profissionais e muito dinheiro público. Esperava-se que Rio, como chefe deste grupo de Comunicação Social, fosse coerente com o que diz defender. Mas tal não aconteceu. Rio serviu-se de dinheiros públicos para atacar os seus adversários políticos (alguns dos quais eleitos municipais e a quem não dava o direito de livremente defenderem os seus pontos de vista), deturpava e/ou truncava as opiniões dos seus opositores, dava cobertura a meiasverdades e, muitas vezes, mentia deliberadamente.
Dir-me-ão, alguns, que esta minha opinião é suspeita. Nem de propósito, Rui Moreira, o seu sucessor, suspendeu a revista que Rio editava e apresentou, também esta semana, o novo jornal municipal. Ainda não o li, mas retenho algumas ideias: todos os partidos da Oposição têm direito a um espaço livre, apenas surge uma foto do presidente (ao contrário do que acontecia com Rio), não há "textos laudatórios" da atividade municipal...
Mais claro não podia ser. Quanto a Rio, e como diz o povo, "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço"...
*ENGENHEIRO
21.09.2015
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