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O “reporte estatístico”
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O “reporte estatístico”
convém não esquecer os cortes em salários ou pensões, os aumentos de impostos, dias de férias e feriados suprimidos...
“É indispensável boa memória após se haver mentido.”
Pierre Corneille
“Como é possível manter um governo em que um primeiro
ministro mente?”
Passos Coelho, 09-04-2012
As notícias que esta semana caíram em território luso, provenientes do INE, desde a execução orçamental do 1º trimestre com um défice de 4,7% do PIB à questão do Novo Banco que, no dizer de alguns, “não tem importância nenhuma”, leva-me a pensar no imenso logro em que este reino da Paflândia está metido.
Quem conhecerá a verdade das contas? E se os 4.900 mil milhões do Novo Banco mais os 900 mil da CGD que o governo injectou nas duas instituições bancárias e ainda não devolvidos sem sequer sabermos se os juros têm sido pagos, somados ao que advém do BPN e BPP tiverem impacto no bolso dos portugueses? É que somos cada vez menos e, segundo o INE, em 2060 seremos apenas 6 milhões!
Em véspera eleitoral preocupa-me o índice de abstenção que será verificado, mais do que o dos indecisos. A abstenção terá consequente influência no resultado eleitoral.
Sabemos que em 2012 saíram 50 mil e em 2013, 53.800 pessoas. Somemos os dois anos seguintes e teremos umas centenas de milhares de votos a menos, votos jovens e menos jovens de quem, e ainda dentro do prazo estabelecido não conseguiu fazer a inscrição nos consulados, já para não falar na anedota dos votos enviados para o estrangeiro a serem devolvidos em envelope da CNE sem país de destino…Ele há coincidências!
Para nós, os que ficámos, convém não esquecer os cortes em salários ou pensões, os aumentos de impostos, dias de férias e feriados suprimidos, alargamento de horário semanal de trabalho, sempre com o mesmo vencimento.
Sabendo, dos últimos dados, que a dívida pública aumentou para 290 mil milhões e que a estimativa da União Europeia é que o resultado final seja de mais de 130% do pib, é lícito perguntar: para quê esta imposição austera nos particulares e nos serviços públicos de saúde e educação, para quê a venda das empresas núcleo do país que até geravam receita? Uma resposta que obrigatoriamente terá de ser dada a 4 de Outubro, goste-se ou não da realidade.
Há cinco anos que aceitei o convite do Director do Diário de Notícias para este pequeno apontamento de opinião mensal. Já por duas vezes lhe solicitara a substituição e fi-lo agora, de novo, irrevogavelmente.
Agradeço a confiança e a liberdade de expressão que sempre me concedeu como, aliás, eu esperava.
Uns ficarão com pena da ausência das minhas verídicas picardias, outros talvez nem dêem por nada.
Para mim foi um prazer este incitamento à diversidade de opinião tão necessária no quotidiano, à liberdade da palavra e do pensamento que possam gerar debate.
Desejo que o Diário de Notícias da Madeira cresça nessa diversidade e debate pela importância que tem na informação Madeirense.
Desejando-vos todo o bem eu vou ficando por aqui…
Maria Teresa Góis
Diário de Notícias da Madeira
Domingo, 27 de Setembro de 2015
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