Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!

Participe do fórum, é rápido e fácil

Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!
Olhar Sines no Futuro
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Entrar

Esqueci-me da senha

Palavras-chaves

2011  2010  tvi24  2016  2014  2015  2012  2023  2013  cmtv  2018  2019  cais  2017  

Últimos assuntos
» Sexo visual mental tens a olhar fixamente o filme e ouvi fixamente
Um país praxado EmptyQui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin

» Apanhar o comboio
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin

» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin

» A outra austeridade
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin

» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin

» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin

» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin

» Pelos caminhos
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin

» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Um país praxado EmptySeg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin

Galeria


Um país praxado Empty
novembro 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Calendário Calendário

Flux RSS


Yahoo! 
MSN 
AOL 
Netvibes 
Bloglines 


Quem está conectado?
361 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 361 visitantes :: 2 motores de busca

Nenhum

O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm

Um país praxado

Ir para baixo

Um país praxado Empty Um país praxado

Mensagem por Admin Seg Set 28, 2015 10:45 am

O ano lectivo até pode começar a ter um ‘soft opening’, iniciando-se quando der mais jeito, mas se há coisa que é certinha quando tal sucede é aparecerem as praxes “académicas”.

E, desta feita como em todos os anos, lá saltam para os jornais as notícias dos rituais de níveis de barbárie variáveis, que vão desde o parvo ao perigoso, passando naturalmente pelo ilegal. 

Um dos argumentos dos defensores da praxe é que esta, em si, nada tem de errado e é até de participação voluntária. É, dizem, uma forma de integrar os novos alunos, de "quebrar o gelo", de criar "solidariedade", de introduzir os jovens numa nova comunidade que fará parte do seu dia a dia nos anos seguintes. De facto, nada como uma boa humilhação e a hipótese de uma lesão física para acolher a malta. Por outro lado, a questão de ser voluntária merece também análise. Por um lado, os defensores consideram que os alunos estão tão desorientados e perdidos que sem a praxe não se conseguiriam incluir na comunidade universitária; por outro lado, ameaçam com a exclusão da vida social futura como pena para quem não entrar "voluntariamente" na palhaçada. Ou seja, ou são integrados à bruta, como eles mandam, ou eles assegurar-se-ão que essa integração nunca se fará, por outros meios. 

O próprio conceito da praxe traz todas as raízes do problema. Primeiro, assenta num conceito conservador de estatuto: há os "caloiros" e há os outros. Os outros mandam, arvoram-se ares de chefe de fila, e os outros obedecem. Os chefes, vestidos de morcego, assentam toda a sua filosofia de torturadores numa estratificação simples: eu estou cá há mais anos, portanto sou mais do que os que chegam. Pode ser um garoto de 20 anos, que quer ser chamado de doutor - mesmo que só vá concluir o curso aos 35; pode ser um girino de Jota partidária, que treina para uma vida de tacho usando as associações académicas como suave incubadora; pode ser só um idiota que, tendo um poder sobre outros jovens, queira exercê-lo, com a boçalidade e até a maldade que muitas vezes caracteriza os idiotas.

Quem defende que o problema não está na praxe e sim na forma como é feita, está a iludir o problema, porque a própria praxe assenta em pressupostos perniciosos, injustos e arcaicos. Há 30 mil formas diferentes de acolher os novos alunos - abolir a expressão caloiro é a primeira. Felizmente, em instituições mais progressistas, têm sido esforços nos últimos anos para criar festivais (não necessariamente arraiais de música) e outros eventos que procuram fazer essa integração de forma mais serena, amigável e institucional. Mas mesmo a essas, falta uma coisa: proibir que, nas suas instalações, se continue a assistir às cenas lamentáveis que todos conhecemos. Se há universidades que proíbem o uso de chinelos...

A praxe está, de facto, tão enraizada e tem tantos defensores (ainda que mais ou menos envergonhados) porque assenta em princípios comuns ao próprio país. A obediência cega ao chefe; o conceito de a antiguidade ser um posto (veja-se a função pública); a ideia de que os mais velhos têm o direito de impor aos mais novos rituais absurdos apenas para provar que podem, apenas para provar quem manda. 

Acabar com as praxes não vai resolver os problemas do país. Mas ao menos não vai reforçar nas cabecinhas dos mais jovens conceitos que nos impedem de ser um país mais livre e mais civilizado.

00:05 h
Tiago Freire
Económico
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 16761
Pontos : 49160
Reputação : 0
Data de inscrição : 07/12/2013
Idade : 37
Localização : Sines

http://olharsinesnofuturo.criarforum.com.pt

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos