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Setúbal. O distrito que dá luta até ao fim por mais um deputado
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Setúbal. O distrito que dá luta até ao fim por mais um deputado
Fotografia © Filipe Amorim / Global Imagens - Fotografia © Leonel de Castro / Global Imagens - Fotografia © CARLOS SANTOS/LUSA - Fotografia © JOÃO RELVAS/LUSA
Na adaptação do mapa ao número de eleitores, o distrito que começa em Almada e termina em Sines ganhou mais um deputado. E tornou-se um atrativo para todos os partidos.
Porque é que a coligação fez questão de andar por Setúbal na abertura da campanha, com Paulo Portas ao lado de Maria Luís Albuquerque? E o PS e a CDU decidiram encerrá-la em Almada e no Seixal? Porque, com mais um deputado do que há quatro anos (vai eleger 18), este passou a ser um círculo eleitoral apetecido da direita à esquerda. E as caravanas partidárias têm apostado forte entre o eleitorado .
Tem sido árdua a luta política travada pelos partidos com representação parlamentar no distrito de Setúbal pela conquista do novo lugar de deputado, onde nem Maria Luís Albuquerque, cabeça de lista da Portugal à Frente (PAF), esmoreceu, após os apupos e as ofensas com que foi recebida no sábado no Mercado do Livramento, na cidade sadina.
Pelo contrário. Pelo menos no discurso, a ministra das Finanças transpira "confiança" e até admite conquistar uma vitória histórica para a PAF no distrito, mostrando-se convicta de que o novo lugar na Assembleia da República que contempla Setúbal vai cair para o seu lado, subindo os mandatos para seis. Isto porque, justifica, "o distrito está melhor e já não é o mais pobre do país". A candidata acrescenta que Setúbal "tem sido tradicionalmente de esquerda, mas está a mudar. Tal como o país".
Há quatro anos o PSD elegeu cinco deputados na região e o CDS dois, depois de em 2009 os sociais-democratas terem alcançado apenas três mandatos, contra sete do PS. Em 2011 os socialistas perderam dois representantes e a CDU manteve-se nos quatro. Já nas últimas autárquicas a CDU cimentou a liderança no distrito, detendo 11 das 13 autarquias. O PS controla apenas Montijo e Sines.
A reação popular que Maria Luís Albuquerque teve de enfrentar no mercado sadino em nada surpreendeu os candidatos da CDU, BE e PS. Aliás, Maria Luís tem mesmo sido um dos alvos preferenciais de Ana Catarina Mendes, a candidata socialista, para quem a ministra das Finanças, que em 2011 também concorreu por este círculo eleitoral, se "esqueceu" da região pela qual foi eleita. "O que fez pelo distrito nestes quatro anos?", questionou, dando prioridade ao combate à "destruição de serviços públicos, postos de trabalho e escola pública".
A península de Setúbal está entre o lote restrito de regiões do país que ainda não conseguiram reduzir o número de falências de empresas, assistindo a um aumento de insolvência nos primeiros seis meses face a igual período de 2014. O distrito somava 191 insolvências, mais 6,11% do que em 2014.
Por estes e outros dados, CDU e BE traçam um cenário cinzento, procurando desmontar os argumentos da candidata de direita com o aumento do desemprego e perda de regalias. Francisco Lopes, candidato comunista, desfia um rol de prioridades que considera urgentes, em que inscreve o investimento no aumento da capacidade produtiva "na indústria, na agricultura e nas pescas", além do apoio ao desenvolvimento do setor do turismo, "na construção de equipamentos". Ferramentas para criar postos de trabalho.
Já a bloquista Joana Mortágua, que se estreia como cabeça de lista - e logo por Setúbal -, até andou pela arte xávega da Costa de Caparica para tentar dar expressão à importância da pesca artesanal à "mesa" das pequenas comunidades piscatórias, considerando ainda que o distrito tem "falta de mobilidade interna", enquanto os cuidados primários de saúde são adjetivados de "drama".
Mas será que os eleitores conhecem os seus candidatos? Entre bifanas, regadas a minis e rematadas com copos de ginja com elas, ouviam ontem no célebre Mercado do Livramento vozes mais indecisas do que esclarecidas sobre a batalha eleitoral de domingo. Carlos Pinto Neves havia de ficar a olhar para os cinco companheiros de balcão à espera de ajuda quando se perguntou quem eram os candidatos da terra. Lá conheciam uma cabeça de lista. "Ai a ministra concorre por aqui?", questionava Mário Rato, enquanto Carlos pousava o saco dos carapaus na mesa e puxava do telemóvel. Foi ao YouTube e lá mostrou ao amigo o vídeo que se tornou viral da passagem de Maria Luís pelo mercado, em campanha.
Manifestações à parte, o padre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Constantino Alves, que presta apoio a centenas de famílias carenciadas na zona do Bairro da Bela Vista, lamenta que se tenha perdido "mais uma oportunidade" de se usar a campanha para debater os temas mais urgentes da região. "A pobreza devia ser tema central e ninguém aborda que medidas de intervenção devem ser seguidas", refere, considerando que a "correria" dos candidatos a Setúbal se prende com o facto de o distrito ser "emblemático, pelo passado operário, desemprego e lutas, mas a nossa porta esteve aberta e ninguém cá veio", resume.
Também Gonçalo Paulino, presidente da Associação Comercial de Almada, lamenta que pouco ou nada se tenha abordado sobre um dos piores pesadelos dos comerciantes na última legislatura: "O aumento da carga fiscal penalizou muito os restaurantes, com o aumento do IVA, e também já é hora de acabar com o pagamento especial por conta."
por Roberto Dores
Diário de Notícias
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