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A luta é (sempre) mais difícil
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A luta é (sempre) mais difícil
Vila Nova de Gaia, 11/ 04/ 2014 - Decorreu esta manhã, no salão nobre dos paços do concelho de Vila Nova de Gaia, a assinatura do protocolo de colaboração entre o Eixo Atlãntico (Municípios de Matosinhos, Porto e Vila Nova de Gaia) com a RTP. Eduardo Vítor Rodrigues ( Pedro Granadeiro / Global Imagens )
Foto: Pedro Granadeiro
A distribuição das verbas do novo quadro comunitário foi um dos momentos mais negros da Região Norte, território que tem vindo a perder influência e capacidade de reivindicação. Isso já foi evidente nas discussões da água e dos transportes.
O processo começou mal; não era imaginável que o Governo anterior atribuísse tão pobres montantes para a Região. Enquanto o Estado encontrava expedientes para se financiar pelas verbas europeias, retirava recursos às regiões e aos municípios.
Na altura, justiça seja feita, Rui Moreira assumiu a amplificação da voz dos descontentes, onde eu também me incluí, fazendo-o por razões objetivas e não por combate partidário. Outros ficaram calados, mesmo se a sua responsabilidade institucional os obrigaria a reclamar; falou mais alto a defesa das cores partidárias, a vontade de serem obedientes ao poder instituído ou o mero conformismo.
Foi dramática a acomodação às imposições do poder central; mas ainda pior foi o astuto processo de colocar a Região a discutir a distribuição das migalhas.
É clara a falta de músculo político na Região e na Área Metropolitana do Porto. Importa lembrar que o maior desenvolvimento do Norte ocorreu nos tempos dos compromissos regionais exigentes, liderados por gente que não se vergou às orientações da tutela. Fernando Gomes terá sido o seu mais evidente representante. Mas, também, Mário de Almeida, Vieira de Carvalho, Valente de Oliveira e Braga da Cruz. Todos juntos pela Região.
A proposta de financiamento comunitário foi indigna para a Região. Foi exígua nos recursos e foi injusta pelos modelos de distribuição. Basta publicar o mapa da capitação por Município para se perceber que há quem receba per capita três vezes mais do que o vizinho; basta publicar o mapa da distribuição para não se perceber como um Município com menos habitantes receba quase o dobro do outro.
Mas não pode ser este o principal debate. O dinheiro é pouco e o maior favor que podemos fazer à tecnocracia é desatarmos a discutir a divisão do pão, em vez de lutarmos por mais pães. E nisso, alguns foram magistrais, colocando os municípios uns contra os outros.
A verdade é que houve quem aceitou a proposta, presumindo-se contentamento ou resignação (para o caso, tanto faz). Outros não aceitaram, recusando-se a assinar os PEDU sem uma nova tentativa de exigir justiça e mais recursos. Sublinho que uns não são melhores do que os outros, apenas assumiram posturas bem diferentes.
Foi então iniciado um processo reivindicativo público e exigente. Aquilo que alguns chamam de "negociação direta", foi um normal processo reivindicativo. Se os representantes da Região e da Área Metropolitana estavam satisfeitos com o resultado, não restava alternativa aos descontentes que não fosse levar as reivindicações diretamente ao poder central.
O ministro Pedro Marques, em nome deste Governo, assumiu a necessidade de encontrar soluções imediatas de compensação. É verdade que haverá uma reprogramação dos fundos, mas convinha que, antes disso, houvesse reforço de verbas.
À custa dessa luta dos municípios que recusaram assinar à primeira veio um adicional de 20 milhões de euros para a área da inclusão social, domínio em que a Região tem mais debilidades. Não foi extraordinário, é verdade, mas sem a nossa luta esses recursos não viriam.
No final, os que assinaram à primeira também acharam ter direito ao acréscimo que os outros reivindicaram. Mas teríamos sido mais fortes se todos batalhassem.
Contudo, todos têm razão. O dinheiro foi tão escasso que não há os bons e os maus. Mas há os que lutaram por mais e os que não acreditaram na luta. É justo criticar os poucos recursos que vêm para a Região? É justo, mas convinha lutar por mais e melhor, em vez de capitular.
A Região não precisa de gente que se afirme atirando uns contra os outros. A solidariedade tem que ser lutadora e exigente, não deve capitular aos receios do pó do campo de batalha com o poder central. É mais ordeiro, mas não serve a Região.
* PRESIDENTE DA CÂMARA DE VILA NOVA DE GAIA
EDUARDO VÍTOR RODRIGUES*
Hoje às 00:06, atualizado às 10:08
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