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A oposição convenceu-me
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A oposição convenceu-me
Estas eleições tinham tudo para correr mal á coligação. Muito mal mesmo. Quatro anos de austeridade e aumento brutal dos impostos.
A maior manifestação de sempre e um governo sem grande talento para a comunicação e que ninguém acreditava que conseguisse cumprir o seu mandato até ao fim.
É costume dizer-se que o poder não se ganha, perde-se. Neste caso seria ao contrário. A coligação, depois destes quatro anos, nunca ganharia estas eleições. Era preciso que o Partido Socialista as perdesse. E estão a fazer por isso. Não me refiro aos erros da campanha ou às hesitações no discurso. Nada disso. Independentemente do resultado de domingo foi a oposição que apresentou os melhores argumentos para votar na coligação. No essencial do discurso e no essencial dos programas eleitorais.
Quando o PCP exige um ordenado mínimo nacional de 600 euros e o PS promete 1000 milhões de euros para a requalificação urbana o país fica com a ideia de que as coisas não estão assim tão mal.
Quando discutem o ritmo de crescimento das exportações lembram que há quatro anos discutíamos a sua descida. Quando discutem ritmo de crescimento do emprego lembram que há quatro anos discutíamos o ritmo de crescimento do desemprego. Quando discutem os 7% de défice lembram que há quatro anos discutíamos défices com dois dígitos. Quando explicam que o país podia crescer mais lembram que era suposto estar em "espiral recessiva". Até o ‘slogan' socialista, "é tempo de confiança", parece uma daquelas tiradas de Paulo Portas.
Presos no debate sobre os quatro anos que passaram, discutiram o que Passos Coelho queria discutir. Julgaram o que Passos Coelho queria que fosse julgado. Lembraram o que Passos Coelho não queria que fosse esquecido. Fizeram o serviço. Os mesmos argumentos, na voz da coligação, seriam propaganda eleitoral. Na voz da oposição são uma espécie de auxiliares de memória. São a campanha que a coligação nunca poderia fazer. Debate após debate, ação de campanha após ação de campanha, explicaram ao país que estes quatro anos tinham tudo para correr ainda pior. Explicaram que, afinal, Passos conseguiu mesmo.
Pior. Presos nos argumentos demonstraram a quem quisesse ver uma estranha incapacidade de criar algo novo, de criar uma proposta alternativa. Revelaram que a único candidato com uma ideia de "caminho" para o país é mesmo Passos Coelho. E até fizeram ‘outdoors' com isso.
Não conhecemos o resultado das eleições de domingo. Mas estou convencido. A oposição convenceu-me.
00:05 h
Mauro Xavier
Económico
A maior manifestação de sempre e um governo sem grande talento para a comunicação e que ninguém acreditava que conseguisse cumprir o seu mandato até ao fim.
É costume dizer-se que o poder não se ganha, perde-se. Neste caso seria ao contrário. A coligação, depois destes quatro anos, nunca ganharia estas eleições. Era preciso que o Partido Socialista as perdesse. E estão a fazer por isso. Não me refiro aos erros da campanha ou às hesitações no discurso. Nada disso. Independentemente do resultado de domingo foi a oposição que apresentou os melhores argumentos para votar na coligação. No essencial do discurso e no essencial dos programas eleitorais.
Quando o PCP exige um ordenado mínimo nacional de 600 euros e o PS promete 1000 milhões de euros para a requalificação urbana o país fica com a ideia de que as coisas não estão assim tão mal.
Quando discutem o ritmo de crescimento das exportações lembram que há quatro anos discutíamos a sua descida. Quando discutem ritmo de crescimento do emprego lembram que há quatro anos discutíamos o ritmo de crescimento do desemprego. Quando discutem os 7% de défice lembram que há quatro anos discutíamos défices com dois dígitos. Quando explicam que o país podia crescer mais lembram que era suposto estar em "espiral recessiva". Até o ‘slogan' socialista, "é tempo de confiança", parece uma daquelas tiradas de Paulo Portas.
Presos no debate sobre os quatro anos que passaram, discutiram o que Passos Coelho queria discutir. Julgaram o que Passos Coelho queria que fosse julgado. Lembraram o que Passos Coelho não queria que fosse esquecido. Fizeram o serviço. Os mesmos argumentos, na voz da coligação, seriam propaganda eleitoral. Na voz da oposição são uma espécie de auxiliares de memória. São a campanha que a coligação nunca poderia fazer. Debate após debate, ação de campanha após ação de campanha, explicaram ao país que estes quatro anos tinham tudo para correr ainda pior. Explicaram que, afinal, Passos conseguiu mesmo.
Pior. Presos nos argumentos demonstraram a quem quisesse ver uma estranha incapacidade de criar algo novo, de criar uma proposta alternativa. Revelaram que a único candidato com uma ideia de "caminho" para o país é mesmo Passos Coelho. E até fizeram ‘outdoors' com isso.
Não conhecemos o resultado das eleições de domingo. Mas estou convencido. A oposição convenceu-me.
00:05 h
Mauro Xavier
Económico
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