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Estado está a desaparecer do universo das grandes empresas portuguesas
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Estado está a desaparecer do universo das grandes empresas portuguesas
Forte redução do capital público entre 1989 e 2012 é acompanhada pela ascensão do capital internacional
Portugal, 2013: o perfil acionista das grandes empresas mudou profundamente, conclui um estudo da Deloitte e da Informa D&B, com base nas edições históricas das 500 Maiores & Melhores empresas em Portugal (500 M&M) da revista “Exame”. As empresas públicas representam agora apenas 14% do VAB do conjunto das 500M&M, 6% do número de empresas, 6% do volume de negócios total e 15% do emprego. E os colossos de outrora foram privatizados, estão em vias de o ser, ou fecharam portas.
Uma redução clara, explicada por dois fatores principais. Primeiro, as empresas públicas que saíram do ranking das 500M&M “por inatividade ou por perda relativa de dimensão/músculo não foram compensadas pelo número de empresas públicas que entrou neste universo até 2012”, aponta João Messias Gomes, sócio da Deloitte. E segundo, a onda de privatizações no país durante os anos 90. Das empresas públicas que estavam entre as 500 maiores em 1989 e que se mantinham em 2012, “17% foram alvo de privatização. Destas, 88% passaram para mãos privadas nacionais e 12% para mãos internacionais”, revela Teresa Menezes, diretora-geral da Informa D&B. A conclusão é inevitável: o capital público está a desaparecer entre as maiores empresas em Portugal.
FALTA MÚSCULO
Por contrapartida do declínio do capital público, o sector privado nacional assume a liderança na criação de riqueza-medida através do VAB-das 500 M&M,passando de 29% do total em 1989, para 44% em 2013. Liderança que também tem na maioria dos indicadores de negócios deste universo de grandes companhias. Contudo, no que toca a número de empresas no ranking e emprego, o seu predomínio diminuiu nestes 25 anos. Uma evolução que reflete a saída de empresas privadas da tabela devido a fusões, cisões ou encerramentos, mas, “sobretudo, por falta de dimensão suficiente (volume de negócios) para integrar o grupo das 500 maiores empresas do país”, frisa Teresa Menezes. E reflete um dos maiores problemas do tecido empresarial português: o pouco músculo de muitas companhias, que as coíbe, muitas vezes, de apostar em projetos de maior risco. Reflete também, sobretudo ao nível do emprego, “as opções de especialização das empresas, maior orientação para sectores de capital intensivo e maior eficiência de processos e organização assente em novas tecnologias”, considera, por sua vez, João Messias Gomes.
O forte reforço do peso das empresas de capital internacional entre as 500 M&M é a terceira grande tendência destes 25 anos, refletindo-se, de forma clara, em todos os indicadores de negócios. Ao nível do emprego, assumiram chegaram mesmo perto da liderança do sector privado nacional, fruto de um aumento significativo da sua presença em todos os sectores de atividade.
É o resultado “do estabelecimento de multinacionais em território português, mas, também, da aquisição de participações de capital em empresas nacionais por investidores estrangeiros”, afirma João Messias Gomes. Há outro fator a considerar. Metade das empresas com controlo acionista internacional presentes na edição deste ano das 500 M&M já existiam há 24 anos.
Por isso, Teresa Menezes alerta: “Isto poderá significar que as empresas de capital maioritariamente internacional ganharam dimensão a um ritmo mais rápido do que algumas empresas de capital nacional, que entretanto saíram do ranking das 500 por falta de dimensão”. O problema da falta de dimensão de muitas empresas portuguesas continua por resolver.
Este artigo foi publicado originalmente no Expresso de 12 de outubro de 2013. Os números foram atualizados para incluir os dados da Edição do ano passado (2014) das 500 M&M. Esta é a quinta de seis republicações - de temas que continuam a marcar a atualidade - que a “Exame” vai fazer, marcando o arranque da 26ª edição das 500 M&M da revista.
SÓNIA M. LOURENÇO
10.10.2015 às 8h00
Expresso
Portugal, 1989: as empresas públicas são determinantes na economia. Olhando para o Valor Acrescentado Bruto (VAB), que mede a riqueza efetivamente criada pelas empresas, representam 52% do total das 500 maiores companhias a operar no país. Um peso que também é decisivo noutros indicadores, como o emprego (39% do total de empregados) ou o volume de negócios (30%). O seu número não é muito elevado - apenas 9% deste universo - mas são das maiores entre as maiores. Verdadeiros colossos, como a Petrogal, a EDP, os CTT, a Portucel e a EPAC. Aliás, nas 20 maiores empresasem1989, oito são de capital público.
Portugal, 2013: o perfil acionista das grandes empresas mudou profundamente, conclui um estudo da Deloitte e da Informa D&B, com base nas edições históricas das 500 Maiores & Melhores empresas em Portugal (500 M&M) da revista “Exame”. As empresas públicas representam agora apenas 14% do VAB do conjunto das 500M&M, 6% do número de empresas, 6% do volume de negócios total e 15% do emprego. E os colossos de outrora foram privatizados, estão em vias de o ser, ou fecharam portas.
Uma redução clara, explicada por dois fatores principais. Primeiro, as empresas públicas que saíram do ranking das 500M&M “por inatividade ou por perda relativa de dimensão/músculo não foram compensadas pelo número de empresas públicas que entrou neste universo até 2012”, aponta João Messias Gomes, sócio da Deloitte. E segundo, a onda de privatizações no país durante os anos 90. Das empresas públicas que estavam entre as 500 maiores em 1989 e que se mantinham em 2012, “17% foram alvo de privatização. Destas, 88% passaram para mãos privadas nacionais e 12% para mãos internacionais”, revela Teresa Menezes, diretora-geral da Informa D&B. A conclusão é inevitável: o capital público está a desaparecer entre as maiores empresas em Portugal.
FALTA MÚSCULO
Por contrapartida do declínio do capital público, o sector privado nacional assume a liderança na criação de riqueza-medida através do VAB-das 500 M&M,passando de 29% do total em 1989, para 44% em 2013. Liderança que também tem na maioria dos indicadores de negócios deste universo de grandes companhias. Contudo, no que toca a número de empresas no ranking e emprego, o seu predomínio diminuiu nestes 25 anos. Uma evolução que reflete a saída de empresas privadas da tabela devido a fusões, cisões ou encerramentos, mas, “sobretudo, por falta de dimensão suficiente (volume de negócios) para integrar o grupo das 500 maiores empresas do país”, frisa Teresa Menezes. E reflete um dos maiores problemas do tecido empresarial português: o pouco músculo de muitas companhias, que as coíbe, muitas vezes, de apostar em projetos de maior risco. Reflete também, sobretudo ao nível do emprego, “as opções de especialização das empresas, maior orientação para sectores de capital intensivo e maior eficiência de processos e organização assente em novas tecnologias”, considera, por sua vez, João Messias Gomes.
O forte reforço do peso das empresas de capital internacional entre as 500 M&M é a terceira grande tendência destes 25 anos, refletindo-se, de forma clara, em todos os indicadores de negócios. Ao nível do emprego, assumiram chegaram mesmo perto da liderança do sector privado nacional, fruto de um aumento significativo da sua presença em todos os sectores de atividade.
É o resultado “do estabelecimento de multinacionais em território português, mas, também, da aquisição de participações de capital em empresas nacionais por investidores estrangeiros”, afirma João Messias Gomes. Há outro fator a considerar. Metade das empresas com controlo acionista internacional presentes na edição deste ano das 500 M&M já existiam há 24 anos.
Por isso, Teresa Menezes alerta: “Isto poderá significar que as empresas de capital maioritariamente internacional ganharam dimensão a um ritmo mais rápido do que algumas empresas de capital nacional, que entretanto saíram do ranking das 500 por falta de dimensão”. O problema da falta de dimensão de muitas empresas portuguesas continua por resolver.
Este artigo foi publicado originalmente no Expresso de 12 de outubro de 2013. Os números foram atualizados para incluir os dados da Edição do ano passado (2014) das 500 M&M. Esta é a quinta de seis republicações - de temas que continuam a marcar a atualidade - que a “Exame” vai fazer, marcando o arranque da 26ª edição das 500 M&M da revista.
SÓNIA M. LOURENÇO
10.10.2015 às 8h00
Expresso
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