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Medo da democracia
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Medo da democracia
Os resultados eleitorais do dia 4 de outubro, e o que se tem passado depois, têm colocado à luz do dia muitos pensamentos sobre os conceitos de democracia que está na cabeça de muita gente.
O Povo que foi votar, porque os outros não contam, elegeu uma maioria absoluta de Deputados/as que estão contra a política de direita exercida pelos partidos que estiveram no poder nos últimos quatro anos.
Lamentavelmente, parte dos votantes deu uma maior percentagem de votos a um desses partidos, dando-lhe a oportunidade de reivindicar continuar no poder.
Acontece que, para manter o poder, esse partido tem que conseguir uma maioria parlamentar, que deixe passar o programa do governo e o orçamento para 2016.
Logo a seguir às eleições, o Senhor Silva, à revelia da Constituição da República Portuguesa, chama o Senhor que ficou com essa percentagem para chegar a um entendimento de poder no quadro dos novos dados. Então, o referido senhor, corre a assinar um acordo de governo com o parceiro de direita, que ficou em quarto lugar, como se nada se tivesse passado e como se eles continuassem a somar a maioria dos assentos parlamentares, o que não acontece, pois apenas somam 38,4% da votação com 108 representantes.
Os restantes partidos, que formam a maioria do parlamento, com 122 Deputados/as, 53% da Assembleia, decidem dar as mãos, deixar o que os divide e privilegiar o que os une, e começaram a negociar um acordo que ponha fim às políticas desastrosas dos últimos quatro anos e que tenha em conta os pobres e a classe média, que foi tão maltratada.
Perante este quadro animador, para a maioria dos/as que exerceram o seu direito de votar, cai o “Carmo e a Trindade” e começam os/as comentadores/as a alegar que Portugal corre um “sério risco”, quase de morte, se as esquerdas forem para o poder, pois “só a direita é que consegue governar”. Fazem apelos ao maior partido da oposição para se juntar a eles, mas querendo manter as mesmas políticas e tratando-o com chantagem, alegando a necessidade de manter os acordos Europeus e outros que tal, inventando que os partidos mais à Esquerda são anti-Europa, uma espécie de aves raras, que “comem criancinhas ao pequeno – almoço”.
Esses/as comentadores/as são acompanhados/as por um coro de algumas aves transviadas, que sempre quiseram que o maior partido da oposição não tivesse uma verdadeira política de esquerda e que se juntasse ao centro dos interesses e dos negócios. Esses estão verdadeiramente assustados com uma verdadeira politica que coloque em causa esses interesses, que não são os da maioria que votou.
Para toda esta gente não conta o conceito de democracia, de uma pessoa, um voto, e que ganhe a maioria. Quando estão em causa os seus interesses de grupo vale tudo, incluindo o de deitar a democracia no caixote do lixo, ou então trancá-la numa gaveta o tempo suficiente para continuarem o seu domínio sobre o Povo, que trabalha e paga os seus impostos, estejam no ativo ou sejam reformados.
É verdadeiramente escandaloso que alguns jornalistas estejam a alinhar nesta retórica, assistindo-se aos seus desabafos contra as esquerdas, que alguns até pareciam respeitar. São raras as exceções onde isso não acontece, sendo as televisões onde a situação é mais grave.
Sou uma pessoa convicta de esquerda mas sempre convivi, e convivo, com quem comigo não concorda. Sinto-me respeitada e respeito os outros. O que estou a ver, ouvir e ler, leva-me a sentir-me indignada e desrespeitada. Pensava que 40 anos de democracia já eram suficientes para vencer o atraso e a ignorância mas afinal, muitos/as dos que eu julgava cultos/as, estão a manifestar-se como pessoas ignorantes, com um pensamento único, com um conceito de democracia que parou numa pequena parte do seu cérebro.
Desejo que as Esquerdas consigam encontrar um bom caminho e que Portugal consiga respirar um pouco melhor, criando um melhor ambiente, a todos os níveis, para que possamos viver melhor.
Guida Vieira
Diário de Notícias da Madeira
Terça, 20 de Outubro de 2015
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