Empresas de turismo lançam operação de charme em Londres

Presença obrigatória. É este o sentimento que se repete junto de algumas das 50 empresas e entidades portuguesas do sector turístico que desde segunda-feira e até amanhã participam em Londres no World Travel Market (WTM), uma das maiores e mais importantes feiras de turismo da Europa que reúne cerca de cinco mil expositores e entidades de 186 países. 

O peso do mercado inglês para o turismo em Portugal – o segundo maior mercado emissor de turistas – é o principal argumento que torna incontornável esta presença no WTM.

Em declarações ao Diário Económico, no ‘stand’ de Portugal que reúne empresas, regiões de turismo e o próprio Turismo de Portugal (TdP), o presidente deste organismo, João Cotrim de Figueiredo, salienta que “três quartos dos ingleses viajam todos os anos, sendo que é o segundo maior mercado emissor de turistas para Portugal”. O presidente do TdP realçou que, por tradição, os ingleses procuram sobretudo o Algarve e a Madeira, enquanto as restantes regiões apenas recebem 20% do total das dormidas.

Apesar desta tendência, Cotrim de Figueiredo revela que, recentemente o mercado inglês “está a mudar de estrutura da procura e está a passar dos ‘city breaks’ e pacotes para optar pelo turismo de natureza, saúde ou o ‘birdwaching’. São produtos que estão a começar a crescer e representam o princípio de uma nova tendência”. “Os ingleses estão a redescobrir Portugal e estes turistas são diferentes daqueles que já conheciam o País”, sublinha a mesma fonte.

Cotrim de Figueiredo lembrou que o lazer, em termos de produtos para o mercado inglês continua a ser importante, mas “as regiões menos conhecidas estão a conquistar turistas e há margem para crescer”. A título de exemplo destaca os Açores com uma subida de 40%, o Alentejo a crescer 26% e o Porto 16%.

No grupo Vila Galé a importância do mercado inglês é significativa. O administrador do grupo, Gonçalo Rebelo de Almeida, admite que “é o primeiro mercado internacional para as unidades em Portugal, com um peso de 17% no que se refere aos turistas estrangeiros”. Por isso, está presente no WTM para “reunir com clientes do mercado inglês, um dos mais importantes emissores de turistas”.

Gonçalo Rebelo de Almeida referiu que, apesar da preferência dos ingleses pelo Algarve e Madeira, o grupo aproveitou o facto de ter lançado dois novos hotéis em Évora e Douro para trabalhar na diversificação da oferta para este mercado. Ainda assim, acredita que mesmo nos destinos Algarve e Madeira “há margem para crescer, sobretudo em meses como Março, Abril e Novembro”.

Na Visabeira Turismo, o mercado nacional é o principal em termos de procura das unidades. Mas o presidente da empresa que detém marcas como Montebelo, Frederico Costa, não negligencia aquele que é “o segundo maior emissor para Portugal e um dos três mais importantes mercados para o grupo Visabeira”. Frederico Costa lembra que neste certame já é possível “medir o sucesso do próximo ano”, o que traduz a importância de estar presente. “A estratégia é de internacionalizar as unidades e apostar em novos produtos, pelo que é fundamental dar a conhecer neste mercado que traz turistas a Portugal”.

Outro grupo com presença assídua na feira de Londres é o Pestana. O administrador para a área de marketing do Pestana Hotel Group, Nuno Ferreira Pires, lembra que o WTM recebe cerca de 50 mil visitantes qualificados e tem resultado na realização efectiva de novos negócios. Para a maior cadeia hoteleira portuguesa é uma oportunidade de comunicar o ‘rebranding’ que colocou a marca mais adaptada ao mercado internacional. Além de promover os novos produtos Pousada de Lisboa e Pestana Alvor South Beach. Para as unidades do grupo em Portugal “o mercado inglês tem um peso de 20%, o que está acima do mercado doméstico que não chega a esta percentagem”, sublinha a mesma fonte. 

00:05 h
Dírcia Lopes
Económico