Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!

Participe do fórum, é rápido e fácil

Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!
Olhar Sines no Futuro
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Entrar

Esqueci-me da senha

Palavras-chaves

2010  2015  cais  2016  2017  2018  2023  cmtv  2012  2014  2011  2019  tvi24  2013  

Últimos assuntos
» Sexo visual mental tens a olhar fixamente o filme e ouvi fixamente
Rebenta a bolha EmptyQui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin

» Apanhar o comboio
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin

» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin

» A outra austeridade
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin

» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin

» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin

» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin

» Pelos caminhos
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin

» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Rebenta a bolha EmptySeg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin

Galeria


Rebenta a bolha Empty
novembro 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930

Calendário Calendário

Flux RSS


Yahoo! 
MSN 
AOL 
Netvibes 
Bloglines 


Quem está conectado?
271 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 271 visitantes :: 1 motor de busca

Nenhum

O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm

Rebenta a bolha

Ir para baixo

Rebenta a bolha Empty Rebenta a bolha

Mensagem por Admin Seg Nov 23, 2015 1:53 pm

Rebenta a bolha 502667


Mecânica, hipnótica e ininterruptamente, numa muda e inebriante cornucópia de luxo.


Ao fugir do assaltante do artigo da semana passada, libertei-me deste mas infelizmente também da mochila que levava ao ombro. Os irrecuperáveis itens que se encontravam dentro desta:

Uma banana

Uma barra energética sem glúten

Umas chaves de casa

Um leitor de mini-disc

Umas calças pretas 

Uns sapatos pretos  

Uma camisa branca 

A resistência para não fumar que durava há um ano.

Refeito do susto e da falta de indumentária, servi ricos e famosos, servi a Sienna Miller, o Jude Law, a Vivienne Westwood, o Jonathan Ross, a dupla Gilbert & George, a Kylie Minogue e o ...José Luis Arnaut.

Poucos fazem ideia do que acontece assim que os museus de Londres fecham ao final do dia. Por vezes ainda turistas perdidos não deram com a porta de saída e já um enxame de talheres, cadeiras e empregados de mesa transforma famosos salões principais em salas de jantar para centenas de convidados tudo em tempo recorde para que se jante à grande mas cedo, à inglesa.

Servi em casamentos, eventos de caridade, ante-estreias nos teatros do West End, leilões, premiações, no Natural History Museum com os esqueletos de dinossauro como testemunhas, no Science Museum, no Victoria & Albert e sobretudo na Somerset House em jantares promovidos pela Comissão Europeia, onde no final de cada noite, nas cozinhas improvisadas deitavam-se fora quilos e quilos de comida da mais refinada qualidade e artifício. E não falo dos restos que as pessoas deixavam no prato. Mas de pratos intocados aos quais não se dava vazão. Tudo para o lixo. Chique a valer.

Na abertura de uma exposição de arte algures em Mayfair, colocam-me a abrir garrafas de champagne. Por norma passava as noites de bandeja na mão a servir canapés e bebidas, mas desta vez é diferente. Durante todo o evento, tenho de abrir garrafas de champagne e passá-las aos empregados que rodopiam à volta dos convidados como uma valsa de dionísios a encher-lhes os corpos de espumante. Sou uma roda dentada nesta máquina de ostentação oleada a gargalhadas sonoras e Veuve Clicquot. Não tenho de fazer absolutamente mais nada, tendo uma única ordem, não fazer o usual som barulhento ao soltar a rolha do gargalo para não incomodar os convidados. Mecânica, hipnótica e ininterruptamente, uma após outra garrafa, numa muda e inebriante cornucópia de luxo. Pop pop pop pop pop pop. É a primeira vez que participo em algo que envolve este nível de riqueza e sinto o êxtase de entrar num concerto sem pagar bilhete ou de ver um filme acima do que a minha idade permite. Termino a noite com a sensação que presenciei o que não é suposto e que obtive informações às quais não devia ter acesso. Mas este agente secreto vai a pé para casa e a caminho, na roda de trás de um Maserati estacionado em frente à embaixada da Arábia Saudita está presa uma nota de 10 Libras. Pop.

A poupar sem ter consciência disso foi como cresci, a poupar por imitação nas pequenas coisas que se faziam. Ou não faziam. No meu mundo não se comiam tabletes de chocolate de uma vez. Colocava-se apenas uma fatia de fiambre na sandes. Não existiam taxis, só autocarros. Cinema era à 2ª feira e as férias eram passadas na terra, não no Algarve. 


A única luz que iluminava o mundo incidia nas paredes da gruta que me rodeava revelando apenas os frescos murais de índole cristã repletos de carneirinhos, mulheres pias, homens hirtos de espírito e barba, dóceis e vegetarianos leões, todos numa comunhão em que o desconhecido não me faltava; exagerar não era opção. Nessa noite o carneirinho viu as paredes da gruta ruir. Pop. Rebenta a bolha.

André Torres 
Jornal i
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 16761
Pontos : 49160
Reputação : 0
Data de inscrição : 07/12/2013
Idade : 37
Localização : Sines

http://olharsinesnofuturo.criarforum.com.pt

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos