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À espera da realidade
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À espera da realidade
Se outras não houver, o governo de António Costa já tem lugar reservado na história por duas razões: ser o primeiro de um partido que não ganhou eleições e ser o primeiro a contar com apoio parlamentar dos partidos à esquerda do PS. O primeiro-ministro indigitado orgulha-se de ter "derrubado um muro" com 40 anos, mas até agora não conseguiu mais do que três "posições conjuntas" que nem sequer garantem a aprovação de orçamentos ou impedem a apresentação de moções de censura ao futuro governo. O caminho que tem pela frente é por isso estreito e cheio de pedras, pelo que não é de estranhar a forte componente política das escolhas que fez para o acompanharem em São Bento. António Costa sabe que os próximos tempos serão de negociação permanente, será essa a máxima a seguir, e que o seu executivo será objeto de escrutínio constante, não só cá dentro como lá fora.
Não é pois inocente que, numa primeira análise, este governo seja de combate. A aposta em pesos-pesados do universo socialista é reveladora da preocupação de Costa. Santos Silva nos Negócios Estrangeiros ou Vieira da Silva na Segurança Social significam o recuperar de um núcleo político que, juntamente com António Costa, foi de grande eficácia e utilidade a primeiros-ministros como António Guterres ou José Sócrates. Mas a Economia e as Finanças são o alvo maior da atenção europeia e as escolhas previsíveis de Manuel Caldeira Cabral e Mário Centeno são um sinal claro de que não haverá grandes guinadas nas opções de política económica e financeira. Aliás, os célebres mercados sempre tão sensíveis ao sobressalto político têm estado tranquilos e as mensagens que chegam dos principais parceiros europeus, desde logo da poderosa Alemanha, são de serenidade e confiança.
Na verdade, ao fazermos uma análise fina do posicionamento ideológico destes novos ministros percebemos que, apesar de validados pelo PCP e pelo Bloco, estão longe, muito longe, de poder ser classificados como perigosos esquerdistas. E este facto conduz-nos a outra constatação original: este será um governo ao centro apoiado pelas esquerdas. Perante a ausência de alternativa, Cavaco "indicou" António Costa para primeiro-ministro. A direita, resignada, fez uso da retórica que se esperava. As esquerdas congratularam-se. Resta saber quanto tempo tudo isto vai resistir ao choque com a realidade.
Editorial
25 DE NOVEMBRO DE 2015
00:01
Nuno Saraiva
Diário de Notícias
Não é pois inocente que, numa primeira análise, este governo seja de combate. A aposta em pesos-pesados do universo socialista é reveladora da preocupação de Costa. Santos Silva nos Negócios Estrangeiros ou Vieira da Silva na Segurança Social significam o recuperar de um núcleo político que, juntamente com António Costa, foi de grande eficácia e utilidade a primeiros-ministros como António Guterres ou José Sócrates. Mas a Economia e as Finanças são o alvo maior da atenção europeia e as escolhas previsíveis de Manuel Caldeira Cabral e Mário Centeno são um sinal claro de que não haverá grandes guinadas nas opções de política económica e financeira. Aliás, os célebres mercados sempre tão sensíveis ao sobressalto político têm estado tranquilos e as mensagens que chegam dos principais parceiros europeus, desde logo da poderosa Alemanha, são de serenidade e confiança.
Na verdade, ao fazermos uma análise fina do posicionamento ideológico destes novos ministros percebemos que, apesar de validados pelo PCP e pelo Bloco, estão longe, muito longe, de poder ser classificados como perigosos esquerdistas. E este facto conduz-nos a outra constatação original: este será um governo ao centro apoiado pelas esquerdas. Perante a ausência de alternativa, Cavaco "indicou" António Costa para primeiro-ministro. A direita, resignada, fez uso da retórica que se esperava. As esquerdas congratularam-se. Resta saber quanto tempo tudo isto vai resistir ao choque com a realidade.
Editorial
25 DE NOVEMBRO DE 2015
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Nuno Saraiva
Diário de Notícias
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