“O Mar vai receber investimentos da ordem dos mil milhões de euros até 2020”

O (ainda) responsável pela pasta do Mar destaca o objectivo de aumentar, em 50%, o peso da economia do sector, nos próximos cinco anos. Para isso vai haver mil milhões de euros de investimento e uma enorme expectativa de as perfurações de gás, que estão a arrancar, comprovem que Portugal pode ser auto-suficiente, a médio prazo, neste tipo de energia.

 Nesta entrevista, realizada antes da decisão do Presidente da República de indigitar um novo governo, Pedro do Ó Ramos assume o Programa Mar 2020, que será aprovado em Bruxelas dentro de duas semanas para estar operacional a partir de Janeiro, como o seu “grande desafio” na Secretaria de Estado do Mar.

A defesa das quotas nacionais de pesca, designadamente da sardinha, é outro dos temas destacado pelo governante. Pedro do Ó sublinha também que o país precisa de definir uma estratégia para a exploração dos recursos minerais nos nossos domínios marítimos.

Eleito deputado em três legislaturas, sempre pelo distrito de Setúbal, o advogado de Santiago do Cacém, lembra que a nossa região têm activos únicos, como o maior estaleiro nacional de reparação naval (Lisnave), e portos muito relevantes, dos de Sines e Setúbal.

Qual foi o primeiro grande desafio que encontrou quando assumiu a pasta do Mar?

O Mar é, de facto, um desígnio nacional e o objectivo é fazer crescer em 50% o peso da economia do Mar na economia nacional até 2020. Esse é o foco a partir do qual equacionámos a política para o Mar.

Para conseguir esse objectivo, é fundamental operacionalizar o Programa Mar 2020 que será  grande instrumento de financiamento da economia do Mar até 2020: são mais de 500 milhões de euros, entre fundos comunitários e comparticipação nacional que devem viabilizar

investimentos da ordem dos 1.000 milhões de euros até 2020. Esse, portanto, foi o meu primeiro grande desafio.
O Mar 2020 deverá ser aprovado em Bruxelas na primeira semana de Dezembro e tudo foi feito para que esteja operacional em Janeiro de 2016.

Gostaria ainda de acrescentar o facto de ter dado uma enorme atenção desde o primeiro dia à execução do PROMAR (programa comunitário que está terminar a sua vigência), para ver se chegamos ao final do ano com uma taxa de execução perto dos 100%. Conseguir esse objectivo, significa que os promotores recebem apoio financeiro essencialmente comunitário aos investimentos efectuados.

27 de Nov
Diário da Região 
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