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A CGTP aquece os motores dos transportes
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A CGTP aquece os motores dos transportes
Ah, as saudadinhas que nós já tínhamos de uma boa greve dos transportes. Certo? Bem, a verdade é que as piadas que se foram fazendo, de que com um Governo das esquerdas acabavam-se as greves, foram manifestamente precipitadas. Não será assim tão fácil, nunca seria.
Ah, as saudadinhas que nós já tínhamos de uma boa greve dos transportes. Certo? Bem, a verdade é que as piadas que se foram fazendo, de que com um Governo das esquerdas acabavam-se as greves, foram manifestamente precipitadas. Não será assim tão fácil, nunca seria.
Não tenho nada contra greves, até já participei em algumas sem qualquer problema. A única coisa que me chateia um bocado é a greve em nome do interesse daqueles a quem o grevista faz a vida negra. A greve dos trabalhadores dos transportes é para defender os “utentes”, é para defender a qualidade do serviço. Tudo coisas altruístas e merecedoras de defesa, nem que para tal tenha de se tornar impossível aos queridos “utentes” apanhar os ditos transportes. Os sindicatos servem para defender os interesses dos seus filiados. Se eu fosse trabalhador destas empresas provavelmente também faria greve, e também seria contra a entrega da gestão da empresa aos privados.
Isso levaria a que fossem reavaliadas todas as condições de trabalho, das mais óbvias e legítimas às mais estapafúrdias; levaria a que aparecessem pela porta uns malucos armados à eficiência, a obrigar-me a trabalhar mais, ou melhor, a querer mudar as coisas; a querer, imagine-se, mandar na empresa. Seria contra, e é por isso que os sindicatos são contra, o que se entende. Não me venham é com a cantilena do interesse do público. Isso não é para aqui chamado.
Posto isto, no campo político, as greves dos funcionários do Metropolitano de Lisboa e da CP voltam às greves. A lógica geral é a luta contra a concessão a privados, que os partidos que suportam o Governo até já disseram querer reverter, embora cada empresa seja alvo de reivindicações específicas. Mas não resisto a citar a sindicalista Anabela Carvalheira, que justifica assim a greve do metro: esta estava marcada há mais de 15 dias, e “resulta de um quadro político anterior de provocação clara a estes profissionais”. É, portanto, uma greve retroactiva.
Na verdade, não é nada retroactiva, não está nada preocupada com o passado, e sim com o futuro. É a CGTP a fazer a sua esperada prova de vida neste novo enquadramento governamental e parlamentar. O tom do ruído será naturalmente menor, a retórica mais controlada, mas a greve está lá, e a CGTP também. É a pressão alta sobre o Governo e sobre os partidos que o apoiam, para que não deixem para amanhã o que podem reverter hoje. O contrário constituiria uma erosão perigosa para a influência da CGTP, e nem esta nem o PCP o aceitariam.
Nota: O complexo puzzle do sector da comunicação social continua a fazer vítimas. Não há inocentes, desde os gestores que gerem mal, os jornalistas que não se querem adaptar, os leitores que lamentam a perda de jornais mas que não os compram nem querem publicidade nos sites noticiosos. Por agora, só posso deixar um abraço fraterno aos camaradas (era assim que se dizia quando comecei nisto) do i e do Sol.
00:06 h
Tiago Freire
Económico
Ah, as saudadinhas que nós já tínhamos de uma boa greve dos transportes. Certo? Bem, a verdade é que as piadas que se foram fazendo, de que com um Governo das esquerdas acabavam-se as greves, foram manifestamente precipitadas. Não será assim tão fácil, nunca seria.
Não tenho nada contra greves, até já participei em algumas sem qualquer problema. A única coisa que me chateia um bocado é a greve em nome do interesse daqueles a quem o grevista faz a vida negra. A greve dos trabalhadores dos transportes é para defender os “utentes”, é para defender a qualidade do serviço. Tudo coisas altruístas e merecedoras de defesa, nem que para tal tenha de se tornar impossível aos queridos “utentes” apanhar os ditos transportes. Os sindicatos servem para defender os interesses dos seus filiados. Se eu fosse trabalhador destas empresas provavelmente também faria greve, e também seria contra a entrega da gestão da empresa aos privados.
Isso levaria a que fossem reavaliadas todas as condições de trabalho, das mais óbvias e legítimas às mais estapafúrdias; levaria a que aparecessem pela porta uns malucos armados à eficiência, a obrigar-me a trabalhar mais, ou melhor, a querer mudar as coisas; a querer, imagine-se, mandar na empresa. Seria contra, e é por isso que os sindicatos são contra, o que se entende. Não me venham é com a cantilena do interesse do público. Isso não é para aqui chamado.
Posto isto, no campo político, as greves dos funcionários do Metropolitano de Lisboa e da CP voltam às greves. A lógica geral é a luta contra a concessão a privados, que os partidos que suportam o Governo até já disseram querer reverter, embora cada empresa seja alvo de reivindicações específicas. Mas não resisto a citar a sindicalista Anabela Carvalheira, que justifica assim a greve do metro: esta estava marcada há mais de 15 dias, e “resulta de um quadro político anterior de provocação clara a estes profissionais”. É, portanto, uma greve retroactiva.
Na verdade, não é nada retroactiva, não está nada preocupada com o passado, e sim com o futuro. É a CGTP a fazer a sua esperada prova de vida neste novo enquadramento governamental e parlamentar. O tom do ruído será naturalmente menor, a retórica mais controlada, mas a greve está lá, e a CGTP também. É a pressão alta sobre o Governo e sobre os partidos que o apoiam, para que não deixem para amanhã o que podem reverter hoje. O contrário constituiria uma erosão perigosa para a influência da CGTP, e nem esta nem o PCP o aceitariam.
Nota: O complexo puzzle do sector da comunicação social continua a fazer vítimas. Não há inocentes, desde os gestores que gerem mal, os jornalistas que não se querem adaptar, os leitores que lamentam a perda de jornais mas que não os compram nem querem publicidade nos sites noticiosos. Por agora, só posso deixar um abraço fraterno aos camaradas (era assim que se dizia quando comecei nisto) do i e do Sol.
00:06 h
Tiago Freire
Económico
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