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Geração quê?
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Geração quê?
Uma geração ansiosa e altamente vulnerável, criada em ambiente digital, vive num mundo paralelo de redes sociais e jogos virtuais, alimentada por pais que trabalham o mais que podem para sustentar as carências e exigências sempre crescentes do aglomerado – a necessidade de sustentar o futuro dos filhos.
As crias, fruto da enorme carga de informação, à qual têm acesso em tempo real, “desenvolvem -se” precocemente. Mas, curiosamente, trata-se dum desenvolvimento sem comunicação real, feito de isolamentos, pobre em relações pessoais e compromissos de toda a ordem. O que era há bocado, agora já não é. E tudo é tratado pelo mesmo filtro. Criamos uma geração silenciosa de fones ao ouvido, que se descomprometeu da causa familiar, social e política. Tudo é descartável a uma velocidade estonteante. Tudo é a curto prazo. Querem o trabalho ideal, com a remuneração ideal, para lhes proporcionar a tal vida ideal que lhes é definida e passada pelos inúmeros retalhos que aproveitam aqui e ali dos diferentes e incomparáveis contextos tratados pela sempre ultrapassada informação. Nunca uma ruptura inter-geracional foi tão evidente. E o mundo, regido pelos princípios e métodos dos baby-boomers, demora a adaptar-se. Está preso a uma geração e aos seus valores que já não preenchem a evolução da qual, queiramos ou não, fazemos parte.
Porque o resto do mundo é que está errado. Eles nasceram com a TV-Cabo, com os jogos de computador, Interacção online, num mundo tornado aldeia onde lhes dissemos que tudo é possível. E falamos na aldeia mas não a sentimos como eles. Porque a minha geração, dos anos 70, mesmo que não concorde, respeita e compreende. Ainda nos passaram os valores dos sacrifícios da nossa vontade em prol dum bem maior ou dum mal menor. Recebemos ainda valores do final das guerras. Da necessidade vital de estarmos juntos, unidos, em função dum objectivo comum. Mas, na realidade, tudo muda a uma velocidade alucinante. A realidade não se compadece com timings oportunistas, com atrasos justificados e com golpes de secretaria. Quem responder mais rápido, salta para o pelotão da frente. Quem teimar em adiar, será relegado, com o tal repentismo “normal” dos dias de hoje, ao esquecimento. Os partidos políticos fingem que nada mudou. Funcionam com e pela mesma lógica de há 40 anos – uma eternidade de anos atrás. São instituições “velhas”, que se revelam incapazes de oferecer as verdadeiras soluções aos verdadeiros problemas das pessoas. Funcionam com a mesma finalidade da Santa Inquisição - tentar parar a evolução e a propagação do conhecimento. Temos que exigir energias mais limpas, mais adequada e melhor educação, alimentação mais livre de pesticidas, direito à saúde, uma justiça mais justa de facto, perceber e avaliar o papel da família hoje e no futuro da sociedade, proporcionar o livre-trânsito de todos neste mundo-aldeia. Garantir a Liberdade em cada um e para cada um. Perceber que o bem estar de cada um é que determina o bem estar de todos. Porque senão, é apenas um acto de gestão da conta-corrente e da continuidade mofenta dos dias que demoram a passar. Os pequenos que não ligam nenhuma a nada. A porcaria dos impostos e das prestações. O governo, o governo... O trabalho que é visto como uma penitência diária, mais do que um papel desempenhado no “grande filme”. E, não será isto que leva os tais miúdos a nos virarem as costas? É que parece que depositamos neles a culpa da nossa auto e voluntária escravidão a princípios que já deveriam ter, pelo menos, o fim à vista. É tudo por eles, dizemos-lhes. E eles sentem-se culpados por nos verem tão distantes e tão cansados com tudo.
Nunca se viu em eleições anteriores, tanto político a se dizer “descolado” dos partidos. Ou seja, já se percebeu que os partidos estão sendo crescentemente desacreditados. Fazer algo em sentido contrário exige demasiados compromissos e não é para isso que os políticos servem. Já não. Diante do exposto é absolutamente necessário, conjuntamente à criação de instrumentos de inclusão democrática, que sejam introduzidos meios de difusão de valores cívicos, numa actuação conjunta entre partidos e sociedade civil para que os valores e costumes da população caminhem em direção a padrões de maior exigência e que a sociedade civil assuma também ela, e definitivamente, a sua quota parte de responsabilidade em todo o processo social e democrático.
A maior luta de hoje é de todos e pelo direito ao amanhã. Uma mensagem para esta geração “zapping” - Juntos conseguimos muitas vezes o que, sozinhos, julgávamos ser impossível.
Nuno Drummond
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 27 de Janeiro de 2016
As crias, fruto da enorme carga de informação, à qual têm acesso em tempo real, “desenvolvem -se” precocemente. Mas, curiosamente, trata-se dum desenvolvimento sem comunicação real, feito de isolamentos, pobre em relações pessoais e compromissos de toda a ordem. O que era há bocado, agora já não é. E tudo é tratado pelo mesmo filtro. Criamos uma geração silenciosa de fones ao ouvido, que se descomprometeu da causa familiar, social e política. Tudo é descartável a uma velocidade estonteante. Tudo é a curto prazo. Querem o trabalho ideal, com a remuneração ideal, para lhes proporcionar a tal vida ideal que lhes é definida e passada pelos inúmeros retalhos que aproveitam aqui e ali dos diferentes e incomparáveis contextos tratados pela sempre ultrapassada informação. Nunca uma ruptura inter-geracional foi tão evidente. E o mundo, regido pelos princípios e métodos dos baby-boomers, demora a adaptar-se. Está preso a uma geração e aos seus valores que já não preenchem a evolução da qual, queiramos ou não, fazemos parte.
Porque o resto do mundo é que está errado. Eles nasceram com a TV-Cabo, com os jogos de computador, Interacção online, num mundo tornado aldeia onde lhes dissemos que tudo é possível. E falamos na aldeia mas não a sentimos como eles. Porque a minha geração, dos anos 70, mesmo que não concorde, respeita e compreende. Ainda nos passaram os valores dos sacrifícios da nossa vontade em prol dum bem maior ou dum mal menor. Recebemos ainda valores do final das guerras. Da necessidade vital de estarmos juntos, unidos, em função dum objectivo comum. Mas, na realidade, tudo muda a uma velocidade alucinante. A realidade não se compadece com timings oportunistas, com atrasos justificados e com golpes de secretaria. Quem responder mais rápido, salta para o pelotão da frente. Quem teimar em adiar, será relegado, com o tal repentismo “normal” dos dias de hoje, ao esquecimento. Os partidos políticos fingem que nada mudou. Funcionam com e pela mesma lógica de há 40 anos – uma eternidade de anos atrás. São instituições “velhas”, que se revelam incapazes de oferecer as verdadeiras soluções aos verdadeiros problemas das pessoas. Funcionam com a mesma finalidade da Santa Inquisição - tentar parar a evolução e a propagação do conhecimento. Temos que exigir energias mais limpas, mais adequada e melhor educação, alimentação mais livre de pesticidas, direito à saúde, uma justiça mais justa de facto, perceber e avaliar o papel da família hoje e no futuro da sociedade, proporcionar o livre-trânsito de todos neste mundo-aldeia. Garantir a Liberdade em cada um e para cada um. Perceber que o bem estar de cada um é que determina o bem estar de todos. Porque senão, é apenas um acto de gestão da conta-corrente e da continuidade mofenta dos dias que demoram a passar. Os pequenos que não ligam nenhuma a nada. A porcaria dos impostos e das prestações. O governo, o governo... O trabalho que é visto como uma penitência diária, mais do que um papel desempenhado no “grande filme”. E, não será isto que leva os tais miúdos a nos virarem as costas? É que parece que depositamos neles a culpa da nossa auto e voluntária escravidão a princípios que já deveriam ter, pelo menos, o fim à vista. É tudo por eles, dizemos-lhes. E eles sentem-se culpados por nos verem tão distantes e tão cansados com tudo.
Nunca se viu em eleições anteriores, tanto político a se dizer “descolado” dos partidos. Ou seja, já se percebeu que os partidos estão sendo crescentemente desacreditados. Fazer algo em sentido contrário exige demasiados compromissos e não é para isso que os políticos servem. Já não. Diante do exposto é absolutamente necessário, conjuntamente à criação de instrumentos de inclusão democrática, que sejam introduzidos meios de difusão de valores cívicos, numa actuação conjunta entre partidos e sociedade civil para que os valores e costumes da população caminhem em direção a padrões de maior exigência e que a sociedade civil assuma também ela, e definitivamente, a sua quota parte de responsabilidade em todo o processo social e democrático.
A maior luta de hoje é de todos e pelo direito ao amanhã. Uma mensagem para esta geração “zapping” - Juntos conseguimos muitas vezes o que, sozinhos, julgávamos ser impossível.
Nuno Drummond
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 27 de Janeiro de 2016
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