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Governo bucólico
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Governo bucólico
O Governo terá no país real mais refúgios bucólicos e silenciosos, envelhecidos e despovoados.
Ainda aos papéis com a proposta de Orçamento para 2016, o novel Governo atira-se com ferocidade aos males do regime. Entre eles, o ‘centralismo’. Vai daí e entende pôr, já em 2017, os eleitores das áreas metropolitanas (AM) de Lisboa e do Porto a elegerem dois presidentes: o das suas câmaras municipais e o das respetivas AM. Por razões que julga desnecessário explicar, o resto do país é classificado como paisagem! (Onde é que já ouvi isto?)
Julgo já o ter dito nas ‘Terras do Demo’, mas aqui vai: a descentralização do Estado é a mãe de todas as reformas, e a regionalização (enterrada ‘sine die’ após um envenenamento abortivo) seria a mais racional e progressista das medidas. Não certamente por acidente, a Europa é uma realidade de regiões e municípios. Mas, para o Governo, essa coisa do país, como um todo, é pouco prioritária e oportuna…
Moral e politicamente, não é aceitável haver uma descentralização a duas velocidades. Ou, no caso, a uma só velocidade: para os mais ricos! Esta discriminação corresponde a assumir que existem dois países: um de ‘primeira’ (com direitos mais dignos ou problemas mais sérios); e um de ‘segunda’ (que pode esperar).
Em democracia, não é justo que uns tenham mais oportunidades do que outros. Dotar regiões de governos próprios e limitar outras dessa faculdade é tornar o país mais desequilibrado. Ignorar factos não os altera: Portugal é o país mais assimétrico da OCDE e o fosso de riqueza situa-se precisamente entre as AM (especialmente, a da capital) e o resto do País. Esta desigualdade é negativa para todos: inclina-nos para duas metrópoles com problemas crescentes de qualidade de vida, malbarata regiões económicas e ativos territoriais riquíssimos e afunda o Interior.
Seguindo por aqui, o Governo terá no país real mais refúgios bucólicos e silenciosos, envelhecidos e despovoados. Mas que interessa? Serão tão ‘giros’.
02.02.2016 01:08
ALMEIDA HENRIQUES
Presidente da Câmara Municipal de Viseu
Correio da Manhã
Ainda aos papéis com a proposta de Orçamento para 2016, o novel Governo atira-se com ferocidade aos males do regime. Entre eles, o ‘centralismo’. Vai daí e entende pôr, já em 2017, os eleitores das áreas metropolitanas (AM) de Lisboa e do Porto a elegerem dois presidentes: o das suas câmaras municipais e o das respetivas AM. Por razões que julga desnecessário explicar, o resto do país é classificado como paisagem! (Onde é que já ouvi isto?)
Julgo já o ter dito nas ‘Terras do Demo’, mas aqui vai: a descentralização do Estado é a mãe de todas as reformas, e a regionalização (enterrada ‘sine die’ após um envenenamento abortivo) seria a mais racional e progressista das medidas. Não certamente por acidente, a Europa é uma realidade de regiões e municípios. Mas, para o Governo, essa coisa do país, como um todo, é pouco prioritária e oportuna…
Moral e politicamente, não é aceitável haver uma descentralização a duas velocidades. Ou, no caso, a uma só velocidade: para os mais ricos! Esta discriminação corresponde a assumir que existem dois países: um de ‘primeira’ (com direitos mais dignos ou problemas mais sérios); e um de ‘segunda’ (que pode esperar).
Em democracia, não é justo que uns tenham mais oportunidades do que outros. Dotar regiões de governos próprios e limitar outras dessa faculdade é tornar o país mais desequilibrado. Ignorar factos não os altera: Portugal é o país mais assimétrico da OCDE e o fosso de riqueza situa-se precisamente entre as AM (especialmente, a da capital) e o resto do País. Esta desigualdade é negativa para todos: inclina-nos para duas metrópoles com problemas crescentes de qualidade de vida, malbarata regiões económicas e ativos territoriais riquíssimos e afunda o Interior.
Seguindo por aqui, o Governo terá no país real mais refúgios bucólicos e silenciosos, envelhecidos e despovoados. Mas que interessa? Serão tão ‘giros’.
02.02.2016 01:08
ALMEIDA HENRIQUES
Presidente da Câmara Municipal de Viseu
Correio da Manhã
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