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900 milhões de diferenças
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900 milhões de diferenças
António Costa é um político experiente e pouco dado a ingenuidades. Esta é a regra no seu comportamento. Mas as regras comportam geralmente, segundo se diz, uma exceção que as confirmam. No caso: a decisão de um dia publicar as projeções macroeconómicas do PS para esta legislatura.
Não há ingenuidade que o líder socialista e primeiro-ministro mais lamente. Por causa desses estudos o PS tornou-se na campanha eleitoral o saco de pancada de todos os outros partidos, permitindo até que passasse para segundo plano a avaliação dos quatro anos de governação Passos-Portas.
Essa ingenuidade explica em parte a derrota do PS nas legislativas. E permite agora que se diga o seguinte: desse primeiro estudo até agora, ao primeiro Orçamento do Estado deste governo, o caminho de António Costa estreitou-se - e não foi pouco. Estreitou-se, num só ano, em pelo menos 900 milhões de euros.
Senão vejamos: o primeiro estudo em que o PS projetava na economia os efeitos das suas políticas indicava para 2016 um crescimento do PIB de 2,4%. Mas entretanto foram feitas sucessivas revisões em baixa, ora pressionadas pelos acordos à esquerda ora pressionadas por Bruxelas. A última previsão indica um crescimento do PIB neste ano na ordem dos 1,9%. A diferença de meio ponto percentual nas previsões equivale a 900 milhões de euros (números redondos).
Este valor serve de escala para medir como o caminho de Costa se está a estreitar. A "bala de prata" da política económica de Costa - aumentar os rendimentos para fazer crescer a economia - está notoriamente a perder brilho. Dois exemplos: os acordos à esquerda forçaram António Costa a deixar cair as medidas que previam menos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social; e a Europa obrigou-o a reforçar a carga fiscal sobre combustíveis e veículos, o que atinge a classe média (podendo até dizer-se que está a tirar com uma mão o que dá com outra ao diminuir a sobretaxa do IRS ou ao repor salários na função pública).
Isto não poderá deixar de ter consequências. Tendo sido manifestamente exagerado da direita pôr-se a dizer que esteve em causa nos últimos dias uma séria hipótese de crise orçamental (e portanto política), já não será doravante nada exagerado acompanhar com olho de lince a evolução dos mais importantes dados estatísticos sobre a saúde económica do país: défices públicos, desemprego, crescimento do PIB, variação da despesa social, variação da receita fiscal.
Está em causa saber se a "bala de prata" funciona. São mesmo as políticas que interessam. O talento negocial do primeiro-ministro pode ser imenso mas não serve para tudo.
04 DE FEVEREIRO DE 2016
00:03
João Pedro Henriques
Diário de Notícias
Não há ingenuidade que o líder socialista e primeiro-ministro mais lamente. Por causa desses estudos o PS tornou-se na campanha eleitoral o saco de pancada de todos os outros partidos, permitindo até que passasse para segundo plano a avaliação dos quatro anos de governação Passos-Portas.
Essa ingenuidade explica em parte a derrota do PS nas legislativas. E permite agora que se diga o seguinte: desse primeiro estudo até agora, ao primeiro Orçamento do Estado deste governo, o caminho de António Costa estreitou-se - e não foi pouco. Estreitou-se, num só ano, em pelo menos 900 milhões de euros.
Senão vejamos: o primeiro estudo em que o PS projetava na economia os efeitos das suas políticas indicava para 2016 um crescimento do PIB de 2,4%. Mas entretanto foram feitas sucessivas revisões em baixa, ora pressionadas pelos acordos à esquerda ora pressionadas por Bruxelas. A última previsão indica um crescimento do PIB neste ano na ordem dos 1,9%. A diferença de meio ponto percentual nas previsões equivale a 900 milhões de euros (números redondos).
Este valor serve de escala para medir como o caminho de Costa se está a estreitar. A "bala de prata" da política económica de Costa - aumentar os rendimentos para fazer crescer a economia - está notoriamente a perder brilho. Dois exemplos: os acordos à esquerda forçaram António Costa a deixar cair as medidas que previam menos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social; e a Europa obrigou-o a reforçar a carga fiscal sobre combustíveis e veículos, o que atinge a classe média (podendo até dizer-se que está a tirar com uma mão o que dá com outra ao diminuir a sobretaxa do IRS ou ao repor salários na função pública).
Isto não poderá deixar de ter consequências. Tendo sido manifestamente exagerado da direita pôr-se a dizer que esteve em causa nos últimos dias uma séria hipótese de crise orçamental (e portanto política), já não será doravante nada exagerado acompanhar com olho de lince a evolução dos mais importantes dados estatísticos sobre a saúde económica do país: défices públicos, desemprego, crescimento do PIB, variação da despesa social, variação da receita fiscal.
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