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UM GOVERNO EM PLENA CAMPANHA ELEITORAL
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UM GOVERNO EM PLENA CAMPANHA ELEITORAL
Este Governo está permanentemente em campanha eleitoral. Vai anunciando medidas atrás de medidas sem quaisquer condições para as suportar. É o Governo mais populista que existiu após o 25 de Abril de 1974.
Todos sabem e reconhecem as dificuldades que os portugueses tiveram que suportar durante o período da Troika. Todos sabem quem foram os causadores da bancarrota a que chegámos. Todos sabem quem assinou o memorando e quem trouxe a Troika para Portugal. Todos sabem quem libertou Portugal das amarras da Troika. Todos sabem que Portugal não necessitou de medidas cautelares, tal como muitos profetas da desgraça auspiciavam.
Todos sabem e reconhecem quem conseguiu recuperar a confiança e credibilidade externa de Portugal. Também todos reconhecem quem recuperou a economia portuguesa, garantindo mais investimento, melhorando o processo produtivo e económico (aposta na agricultura, bens transacionáveis, exportações, turismo, transferência de tecnologia, investigação e desenvolvimento, nos territórios de menor densidade e do interior, etc, etc). Na prática, foram desenvolvidas um conjunto de reformas que colocaram Portugal no caminho do progresso, as quais estão sistematicamente a ser postas em causa.
Todos sabem que os primeiros a responder a este difícil desafio, foram efetivamente os Portugueses. É principalmente a eles a quem se deve a recuperação fenomenal de Portugal. E é a eles a quem se deve um grande respeito pela resiliência que tiveram durante o período mais difícil e crítico da nossa história.
Este Governo está sistematicamente a procurar reverter tudo o que de positivo foi feito nos últimos anos. A pressa tem apenas um objetivo muito simples: ganhar o máximo de popularidade possível, para provocar uma crise política e ir rapidamente para eleições. Sei que os portugueses já não vão neste tipo de “cantigas”.
Todos alertam para os riscos que este Orçamento de Estado para 2016 tem. Todos alertam para o risco e imprevisibilidade que este orçamento provoca.
Mas isso pouco interessa ao Governo do PS e aos partidos que o suportam (BE e CDU). São medidas pouco prudentes e que não ajudam os mais desfavorecidos. São medidas de curto prazo que geram incerteza nos investidores. São medidas de pouca eficácia económica. São o “dar com uma mão e tirar com outra”. São o criar a ilusão de que se está a dar, sem haver. São a ilusão de beneficiar tudo e todos, enquanto apenas ganham os mais fortes.
Isso pouco lhes importa. Chega-lhes perfeitamente voltarmos a ser o País das ilusões, nem que para isso se condene o futuro das novas gerações. Com a justificação de reverterem muitas das reformas realizadas com o esforço dos portugueses, cria-se o embuste de uma nova sociedade sustentada pelo Estado.
Estado este que não tem condições para criar mais riqueza do que aquela que consome. É o Estado anquilosado pelas velhas doutrinas e práticas socialistas. É isso que vai sair reforçado com esta governação muito pouco responsável. Ninguém pode ambicionar um País novamente de “mão estendida” junto dos seus credores internacionais.
Aqueles que acreditam num País moderno, ambicioso, competitivo, justo e solidário, não podem querer retomar um conjunto de políticas que provavelmente serão o voltar a um caminho que nos vai levar novamente ao desastre.
Sabemos que o Orçamento de Estado para 2016 já está ferido de credibilidade: as projeções macroeconómicas do PS já desapareceram há muito tempo; um esboço apresentado a Bruxelas que foi chumbado; um Orçamento de Estado apresentado na Assembleia da República cheio de erros e gralhas; um OE com 215 páginas e uma errata com 46; É já conhecido pelo OE da errata da errata. Nada credível este orçamento.
Também os investidores nacionais aguardam para saber o que fazer. Os investidores internacionais estão extremamente desconfiados com o que se passa em Portugal. Para um País que não tem dinheiro, necessita “como do pão para a boca” do investimento externo.
São demasiados os alertas das instituições internacionais e nacionais sobre os riscos deste Orçamento de Estado. O Governo e os partidos que o suportam fingem que tudo está bem.
As taxas de juro de 4,6% a 10 anos que muito recentemente tivemos são altamente preocupantes. As taxas de juro com taxa de inflação 0% e com o suporte do Banco Central Europeu equivalem a cerca de 6,5%, quando comparadas com os perigos 7% do tempo do Dr. Teixeira dos Santos e do Eng.º José Sócrates.
Um orçamento de um Governo com um suporte político extremamente frágil faz aumentar os níveis de incerteza.
Seja como for, os portugueses vão ter para 2016 um orçamento completamente desequilibrado. É com este orçamento que vamos ter que conviver. De uma vez por todas vamos saber quais são os resultados deste tipo orçamento nos pode trazer. Estou pouco otimista.
António Costa da Silva
Economista
26 Fevereiro 2016 23:37
Tribuna Alentejo.pt
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