O investimento, a economia e os sinais de perigo

O Instituto Nacional de Estatística confirmou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 1,5% no ano passado, ligeiramente abaixo das previsões oficiais do anterior Governo e do Banco de Portugal mas, ainda assim, a mais elevada taxa de crescimento dos últimos cinco anos.

Os dados das contas nacionais mostram que a aceleração do ano passado, quando comparado com 2014, reflecte um maior contributo da procura interna. O consumo privado voltou a puxar pela economia nacional, subindo 2,6% em relação a 2014. O mesmo aconteceu com as exportações que cresceram 5,1%, mais do que os 3,9% de 2014. Duas variáveis que atenuaram a queda do investimento sobreo PIB.

Mas o certo é que o investimento em máquinas e equipamentos caiu 9,3% no último trimestre do ano passado, o que significa que muitos empresários adiaram opções de investimento produtivo. Este é um dado que deve ser encarado com preocupação pelos responsáveis governamentais, uma vez que a estagnação do investimento significa a estagnação da capacidade produtiva da economia e, por consequência, das exportações e da criação de emprego.

Uma desaceleração da actividade económica que tenderá a traduzir-se ainda numa perda de vigor do processo de recuperação da economia portuguesa. Os sinais de perigo estão à vista. Agora, há que saber interpretá-los e dar-lhes as respostas adequadas.

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Económico