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A desintegração europeia
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A desintegração europeia
É improvável que o Parlamento Europeu ou algum parlamento nacional rejeite o acordo obtido há uma semana entre o Reino Unido e os seus 27 parceiros na UE. Já será menos improvável que o referendo britânico em 23 de Junho vote a permanência do país na UE. Se o “Brexit” ganhar, a integração europeia sofrerá um golpe duríssimo, porventura fatal. Mas se o Sim vencer, a UE continuará mergulhada numa série de outras crises, a mais grave das quais é a dos refugiados.
Sempre houve crises na integração europeia, lançada nos anos 50 do séc. XX. Mas os problemas atingiram um patamar superior desde que a União Soviética implodiu. Fazer frente à ameaça comunista na Europa era o principal cimento que ligava os países da Europa comunitária. E garantia o apoio americano à integração, iniciado pelo Plano Marshall.
O fim do império soviético levaria ao alargamento da UE aos países do Leste europeu. Alargamento indispensável por motivos geoestratégicos, mas que diluía uma comunidade que começara com seis Estados membros numa União hoje com 28. Desgraçadamente, alguns países de Leste que aderiram à UE, como a Hungria e a Polónia, ameaçam afastar-se da matriz democrática europeia.
Por outro lado, o colapso do comunismo permitiu a reunificação alemã. A resposta europeia foi ancorar mais fortemente a Alemanha na UE com a moeda única. Kohl, que vivera ao nazismo e a guerra, levou, sem referendo (que perderia), os alemães a renunciarem ao seu querido marco a favor do euro. Ora a nostalgia do marco e de um Bundesbank inflexível perante quaisquer sintomas de inflação é hoje reforçada na Alemanha pelos vários resgates a países da zona euro, incluindo Portugal.
A França tinha lutado pelo desaparecimento do marco alemão e pela criação da moeda única europeia. Mas em Setembro de 1992, no referendo em França sobre o Tratado de Maastricht, que instituiu a moeda única, o Sim ganhou por uma unha negra. O alerta não foi entendido pelos dirigentes europeus, que prosseguiram a via da integração sem se preocuparem com o que pensavam os cidadãos.
Em 2005, na Holanda e em França, dois países fundadores da integração europeia, foi chumbada em referendo a ‘Constituição Europeia’ (de facto, um tratado constitucional). De novo, poucos perceberam o sinal que os cidadãos estavam a dar. O desprezo das elites comunitárias pelas pessoas atingiu, depois, um novo máximo, quando apresentaram o Tratado de Lisboa (2007) como algo completamente diferente da tal “constituição”, quando, no essencial, era a mesma coisa.
Esperava-se que o euro desse um impulso integrador. Aconteceu o contrário (contra mim falo, pois defendi a moeda única). E as falhas na arquitetura do euro estão longe de terem sido superadas.
O resultado é a perda de popularidade da integração europeia. E a subida dos partidos eurocéticos na maioria dos Estados membros da UE, a começar pela Frente Nacional em França.
Poderá a integração europeia ser relançada, agora envolvendo os cidadãos? Não parece fácil, até porque Merkel - uma europeísta, apesar dos erros cometidos - está politicamente enfraquecida.
Importará, então, salvar o que for possível deste projeto integrador único no mundo. Desde logo, o mercado único europeu, sem o qual muitas empresas da UE deixarão de ter a dimensão necessária para competirem no mercado global.
Francisco Sarsfield Cabral | 02/03/2016 16:3
SOL
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